Encontro mobiliza juventude bancária para construção de coletivo sindical

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O 1º Encontro da Juventude Bancária do Pará e Amapá apontou propostas para a atuação do Sindicato com este segmento da categoria

A partir da próxima gestão do Sindicato dos Bancários do Pará, o novo estatuto aprovado pela categoria em 2021 prevê novas diretorias na estrutura organizacional da entidade, como: Ramo Financeiro, Meio Ambiente, Mulheres e Juventude. Por esse motivo e para ajudar a organizar as centenas de jovens filiados à entidade, o SEEB-PA em parceria com o Sintraf-AP realizou na noite desta quarta-feira 21/06 o 1º Encontro da Juventude Bancária do Pará e Amapá, de forma virtual, com as participações de Bianca Garbelini, secretária de juventude da Contraf-CUT, e Gustavo Cavarzan, economista do Dieese/Contraf-CUT.

O objetivo do evento, além de mobilizar a juventude bancária para os encontros estaduais de bancos públicos que ocorrerão nas próximas semanas, e para a Conferência Estadual no mês de julho, foi debater a situação do trabalho da juventude na sociedade e no ramo financeiro e construir estratégias que ajudem a rejuvenescer a atuação do Sindicato e aproximar, cada vez mais, o público jovem com as lutas sindicais.

A secretária de juventude da Contraf-CUT, Bianca Garbelini, destacou que pirâmide social do Brasil ainda mostra uma grande quantidade de jovens no país, sendo que grande parte desta população está hoje na informalidade ou no desemprego, sem contribuir para a previdência social. Ela destacou que os últimos 6 anos foram de intensos ataques políticos aos direitos trabalhistas da juventude e que o momento atual é de organizar esse segmento social para reconstruir o Brasil, inclusive na luta pela redução da taxa de juros pelo Banco Central para a retomada do crescimento econômico nacional.

“Desde o golpe de 2016 que a juventude brasileira vem sofrendo graves ataques e destruição dos seus direitos, vide as reformas trabalhista e da previdência, que afetaram negativamente a vida dos jovens. Porém, resistimos e iniciamos agora em 2023 uma nova conjuntura, com um governo progressista e mais sensível aos anseios da classe trabalhadora. Por isso, precisamos organizar a juventude bancária para atuar politicamente e construir um futuro mais positivo para todos e todas. É muito importante envolver a juventude com os sindicatos, para renovar a luta sindical por direitos e conquistas”, afirmou Bianca Garbelini.

Crise econômica, mercado de trabalho e juventude no Brasil

Este foi o tema da apresentação que o economista Gustavo Cavarzan, do Diesse/Contraf-CUT, trouxe para o Encontro com a juventude bancária. Ele destacou que a última década foi quase perdida do ponto de vista econômico, assim como a década de 1980, sobretudo com o aumento da taxa de desemprego durante a pandemia do novo coronavírus e pela estagnação da população com carteira assinada no país.

Os dados apresentados pelo economista mostram que hoje há 25 milhões de trabalhadores e trabalhadoras sem carteira assinada e 38 milhões de brasileiros e brasileiras na informalidade. Quando analisa o mercado de trabalho da juventude brasileira, a grande maioria atua de forma precária como entregadores de aplicativos em bicicletas, com longas jornadas de trabalho e baixa remuneração, sem nenhum direito ou assistência em casos de acidentes ou adoecimentos.

“A sindicalização de jovens no Brasil é muito baixa, pelo desemprego e pela informalidade onde a maioria da juventude se encontra hoje. Por isso é muito importante e louvável a iniciativa dos Sindicatos dos Bancários do Pará e do Amapá em promover encontros como este e de ter em suas estruturas diretorias de juventude, o que é fundamental para incluir esse público nas lutas de classe”, pontuou Gustavo Cavarzan.

Próximos passos

Ao final do Encontro os participantes aprovaram alguns encaminhamentos que serão os próximos passos rumo à construção do coletivo sindical de juventude bancária. Dentre as ações estão: Formar grupo de whatsapp com os jovens inscritos no evento; criar convite para outros jovens bancários participarem do grupo de whatsapp; mobilizar a juventude para a Conferência Estadual Bancária do Pará; e agendar uma primeira reunião do coletivo de juventude para depois da Conferência Estadual, com indicativo para o dia 12 ou 13 de julho.

 

 

“Precisamos começar a pensar ‘fora da caixa’. A juventude está muito presente na internet e temos que saber utilizar esse espaço virtual como um canal de atração desse público para nossa atuação sindical, com novas formas de comunicação e de atividades que envolvam entretenimento e formação política com a juventude”, ressaltou a dirigente do Sintraf-AP, Bruna Athayde.

“Parabenizo as apresentações que foram feitas, assim como a participação da juventude neste encontro. Nosso desafio é envolver a juventude bancária em torno de um coletivo e construir ações e estratégias que fortaleçam a presença dos jovens no movimento sindical. Estou muito feliz por esse primeiro passo que está sendo dado”, destacou a diretora da Contraf-CUT e ex-presidenta do SEEB-PA, Rosalina Amorim.

“Temos mais de mil jovens filiados ao nosso Sindicato, o que para nós é muito bom. O que precisamos daqui pra frente é construir efetivamente nosso coletivo de juventude, com uma linguagem que envolva e mobilize esse público para atividades presenciais fora dos formatos convencionais do movimento sindical, como festivais de cultura, rodas de conversa, etc. A juventude é prioridade para o nosso Sindcato”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira.

 

Fonte: Bancários PA

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