A taxa média de juros cobrada das famílias no crédito bancário voltou a cair em outubro depois de uma leve alta no mês anterior e alcançou o menor nível em 12 anos.
Os juros vêm caindo desde o início do ano em resposta ao esforço do governo para reduzir o custo do dinheiro no país, aliado à sequência de cortes na taxa básica, a Selic.
A queda nos juros a pessoa física já chega a 7,8 pontos percentuais desde janeiro, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta quinta-feira.
Em outubro, a taxa média caiu 0,4 ponto percentual em relação ao mês anterior e ficou em 35,4% ao ano. Trata-se do menor nível da série histórica apurada pela autoridade monetária.
A manutenção da taxa básica de juros (Selic), em 7,25% ao ano, decidida ontem pelo Copom (Comitê de Política Monetária) e a estabilidade no nível de inadimplência abrem espaço para que os juros cobrados dos consumidores permaneçam na mínima histórica.
Em outubro, a taxa média geral de juros –considerando também o custo do crédito das empresas– recuou pelo oitavo mês consecutivo e alcançou também o menor nível da história, para (29,3% ao ano). A redução acumulada no ano é de 2,9 pontos percentuais.
Inadimplência – Os índices de inadimplência ficaram praticamente estáveis no mês passado, com leve avanço apenas no crédito destinado às empresas.
A inadimplência dos consumidores permaneceu em 7,9% pelo quarto mês seguido. A alta de 0,1 ponto percentual no crédito pessoal foi compensada pelo recuo no índice ligado aos financiamentos para compras de bens (exceto veículos), que caiu 0,5 ponto percentual.
O nível de atrasos acima de 90 dias voltou a cair também para financiamento de veículos após o avanço do mês anterior. O índice retornou ao patamar de 5,9%, nível alto se comparado ao histórico da categoria.
No crédito para empresas, o índice registrou leve avanço, de 0,1 ponto percentual e voltou aos 4,1% registrados em agosto. O índice se mantém em nível semelhante desde o início do ano.
O volume crédito cresceu 1,4% em outubro em relação ao mês anterior, para R$ 2, 269 bilhões. A relação crédito/PIB subiu de 51,5% para 51,9% na mesma comparação.
O BC informou ainda que o spread –diferença entre o custo de captação do banco e a taxa efetivamente cobrada ao consumidor final- atingiu 22 pontos percentuais em outubro, ante os 22,3 pontos registrados no mês anterior.
Fonte: Folha de S. Paulo