Lula na ONU, povo na rua: o exercício da soberania

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Em matéria de demonstração de soberania e força popular, a última semana nos entregou dois episódios de muita importância: Lula na ONU e o povo nas ruas.

O domingo de atos massivos nas principais cidades do Brasil contra a anistia aos golpistas, a PEC da Blindagem e pela soberania reafirmaram a capacidade da esquerda de ocupar as ruas e recuperar a bandeira nacional para o campo popular.

Se o tamanho dos atos será capaz de barrar o avanço das pautas da extrema direita no congresso, ainda é cedo para dizer. A rejeição unânime da PEC da Blindagem no Senado e as mudanças envolvendo a anistia na Câmara já dão sinais de desgaste dos ultradireitistas e a esquerda parece crescer com esses tropeços da direita, movimento debatido no episódio do podcast Três por Quatro desta semana.

Fato é que as marchas também foram um recado claro aos Estados Unidos e contra as ameaças externas.

Em Nova York, no púlpito da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, Lula não decepcionou: fez um discurso “histórico e irretocável”, como classificou o historiador Miguel Stédile no último episódio do podcast O Estrangeiro.

O presidente chamou os ataques contra a economia brasileira de “injustificáveis” e disse que “ingerência contra assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema direita subserviente”.

Lula ainda falou sobre a condenação de Jair Bolsonaro, dizendo que foi “um recado a todos os candidatos a autocratas”. E, mesmo sem precisar mencionar diretamente Donald Trump ou os EUA, rebateu as ameaças imperialistas e deu o recado: “Nossa soberania é inegociável”.

Mal havia voltado para a sua cadeira, Lula ouviu Trump contar o breve encontro que tiveram, lançando afagos ao petista e revelando uma “química” entre eles. Entre absurdos e mentiras, o republicano disse que abraçou o petista minutos antes de subirem à tribuna e que ambos “concordamos em nos reunir na próxima semana”.

O que se desenha agora, diante da possibilidade de uma reunião, é a decisão que deverá tomar o governo brasileiro para tentar evitar uma arapuca “gringa”, ao mesmo tempo em que se mantém aberto ao diálogo.

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Fonte: Brasil de Fato

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