É com o mais imenso prazer, de cabeça erguida e punhos cerrados que o Sindicato dos Bancários do Pará, nesses 91 anos de história, luta e (re) existência convida toda a categoria do estado para o lançamento do Coletivo Bancário Antirracista, na quarta-feira (27), às 19h, em formato virtual.
Clique aqui e te inscreve!
“É fato que demoramos nove décadas para que esse dia chegasse, mas a luta antirracista sempre fez parte das nossas bandeiras de lutas, dentro e fora do nosso Sindicato, e com o lançamento do nosso Coletivo, poderemos nos organizar mais e melhor, com mais força no combate ao racismo. Escolhemos o formato virtual para que todos e todas possam participar de onde estiverem”, destaca a diretora do Sindicato, Rosalina Amorim.
“Além de ser um espaço de debate, a ideia é que o Coletivo também possa ser um lugar de acolhimento e orientação para as vítimas de racismo, especialmente bancários e bancárias. Essa é mais uma proposta, da nossa gestão, que sai do papel, para as redes e agências bancárias do nosso estado”, explica a presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira.
O lançamento do Coletivo Bancário Antirracista traz como tema “As lutas antirracistas e as classes trabalhadoras”, com:
Kota Mulanji, dra. Regina Nogueira, médica, vice-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e empreendedora social
Júlio Cesar Santos, dirigente do Sindicato dos Bancários e vice-presidente do Instituto Luiz Gama
Racismo institucional
Em todo o mundo o racismo se dá de várias formas, mas especificamente no meio da categoria bancária, o mais recorrente é o institucional – aquele exercido pelas instituições, como o Estado, a Igreja, as empresas privadas e públicas, no qual certos grupos étnicos, como negros ou índios, são marginalizados e rejeitados, seja direta ou indiretamente.
“A diferença salarial é um dos exemplos desse tipo de racismo sentido na pele por toda classe trabalhadora; e mais ainda pelas mulheres, quase sempre preteridas nos cargos de chefia, e uma das maiores e mais potentes armas de combater o racismo é se informando, e o enfrentando nas redes, nas ruas, e principalmente denunciando”, comenta a diretora de meio ambiente do Sindicato, Heidiany Moreno.
Apesar de representarem a maioria da população brasileira (55%) e das trabalhadoras e trabalhadores ocupados (55%), a população negra ganha 32% menos que os demais trabalhadores com o mesmo nível de ensino. E, ao longo de todo de toda a vida laboral, entre os 18 e 65 anos, recebem R$ 899 mil menos que os não negros – entre os formados, o valor chega a R$ 1,1 milhão.
As mulheres negras são as mais prejudicadas neste cenário: no 2º trimestre de 2024, o rendimento médio delas no país era de R$ 2.392, valor 40% inferior ao dos demais trabalhadores (R$ 4.008).
É o que revela o boletim divulgado nesta semana pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), do IBGE, referentes ao 2º trimestre de 2024.
Racismo é crime
É possível denunciar os crimes de racismo e injúria racial em delegacias, internet e telefone pelo Disque 100 (Disque Direitos Humanos). A denúncia não prescreve, pode ser feita em qualquer momento.
Lembrando que é classificado como crime de racismo quando se atinge um grupo de pessoas – discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica. Já a injúria racial é quando a honra de uma pessoa específica é ofendida por conta de raça, cor, etnia, religião ou origem.
Denúncia presencial
Em uma emergência:
Se o crime estiver acontecendo naquele momento, a vítima pode chamar a Polícia Militar por meio do 190. Além de fazer parar a agressão, a PM pode prender o a pessoa agressora e levá-la à delegacia.
Se o crime já aconteceu:
. Procure a autoridade policial mais próxima e registre a ocorrência
. Conte a histórica com o máximo de detalhes
. Forneça nomes e contatos das testemunhas
. Solicite ao policial para incluir na queixa que deseja que o agressor seja processado
Fonte: Bancários PA com Contraf-CUT e Instituto DACOR