Saiba o que é o G20 Social e como será a atuação da CUT no evento

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A contagem regressiva para um dos mais importantes eventos que reúnem as representações de diversos setores das sociedades de países que integram o G20, já começou. O G20 Social começa no dia 14 de novembro, no Rio de Janeiro, com intensa participação do movimento sindical, organizado pela CUT e centrais sindicais.

Anunciado pelo presidente Lula na 18ª Cúpula de Chefes de Governo e Estado do G20, em Nova Délhi, na Índia, quando o Brasil assumiu simbolicamente a presidência do bloco, o G20 social tem como objetivo ampliar a participação de atores não-governamentais nas atividades e nos processos decisórios do G20, ou seja, por meio de diálogo e iniciativas para a inserção das demandas da classe trabalhadora nas discussões do G20.

Programação de atividades

Com delegações de vários estados do país, o movimento sindical e os movimentos populares participarão do G-20 Social nos três dias em atividades que incluem debates, plenárias, atividades culturais, uma feira popular, além de uma marcha a ser realizada durante o evento.

14/11

O primeiro dia da Cúpula Social do G20 terá atividades propostas pela sociedade civil em suas mais diversas vozes. Chamadas de atividades autogestionadas, elas incluem debates, conversas e mesas temáticas organizadas por movimentos sociais, grupos de engajamento, organismos internacionais, conselhos, universidades, governos, setor privado, dentre outros, do Brasil e do exterior.

Ao todo foram recebidas 852 inscrições e selecionadas, em uma primeira chamada, 164 atividades. A atuação da CUT nessas atividades já está em fase final e organização. Veja um resumo:

Às 9h, a Rede CUT dará início às atividades autogestionadas, também organizadas pelas entidades filiadas à Central, como a Federação Única dos Petroleiros (FUB), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (CONDSEF ) e a CUT-RS;

Às 14h, o Fórum das Centrais Sindicais debaterá as “Transições no Mundo do Trabalho: Tecnologias Emergentes, Sustentabilidade Ambiental e Justiça Social para um Trabalho Decente”;

Às 16h: “Desafios diante das transformações do mundo do trabalho”, com foco no combate à fome, à pobreza e à desigualdade, um dos eixos temáticos das atividades do G20 Social.

15/11:

A programação do segundo dia da Cúpula Social estará organizada em torno dos três eixos temáticos. A partir das 9h, na Praça Mauá será realizada a “Plenária dos Eixos Centrais do G20”. Para a CUT, este é um momento crucial do G20 Social, já que nele serão definidas as propostas da Central qeu farão parte de um documento a ser entregue à Cúpula dos Chefes de Estado do G20. Em seguida, continuam as atividades coordenadas pela sociedade civil no período da tarde.

Os três eixos são:

. Combate à fome, pobreza e desigualdades;
. Sustentabilidade, mudanças climáticas e transição justa;
. Reforma da governança global.

(veja abaixo mais informações sobre cada um dos eixos)

16/11

O terceiro e último dia do G20 Social será a síntese das atividades desenvolvidas para o G20 Social. Da plenária final, a ser realizada das 9h às 11h da manhã sairá a aprovação de documento que será entregue à Cúpula dos Chefes de Estado, com ato de encerramento no período da tarde, no Palco Central da Praça Mauá.

O ato de encerramento está previsto para 11h, com entrega do documento da sociedade civil ao presidente Lula e ao presidente da África do Sul, Matamela Cyril Ramaphosa. O país sediará o próximo encontro da cúpula de chefes de Estado do G20, em 2025.

Para este mesmo dia está prevista a Marcha dos Movimentos Sociais, cujo trajeto ainda está sendo definido dadas as questões logísticas e que envolvem a organização junto aos órgãos públicos municipais.

*A programação pode ainda ser sofrer modificações e adequações

Confira a programação completa aqui

Eixos:

Definidos em julho deste ano, com o consenso das entidades que integram o L-20 (Labour 20, um dos grupos sociais do G20 Social), os eixos temáticos serão apresentados aos líderes do G20, sob a reivindicação de que façam parte das decisões e estratégias dos países. Trata-se de, por meio deste documento, inserir as pautas das classe trabalhadora na condução das economias desses países. Os eixos são:

Reforma das instituições de governança global. O secretário de Relações Internacionais da CUT, Antônio Lisboa, explica que hoje o mundo passa por uma crise onde organismos como a não conseguem cumprir seu papel. “A ONU [Organização das Nações Unidas] foi construída após a 2ª Guerra Mundial para estabelecer a paz e não está conseguindo isso”, diz o dirigente, reforçando que uma nova governança impactará diretamente na vida da classe trabalhadora, porque propõe um mundo que seja democrático e sustentável.

Promoção da inclusão social e combate à fome e a pobreza. Este tema passa pela geração de emprego, a diminuição da informalidade. Hoje metade dos trabalhadores no mundo são informais, ou seja, sem proteção, social em direitos. “O trabalho decente, os salários dignos a equidade de gênero no mundo do trabalho, a formalização de um bilhão de um bilhão de trabalhadores e a criação de 570 milhões de empregos formais no planeta na próxima década são pontos que fazem parte da nossa luta”, diz o secretário de Relações Internacionais da CUT.

Avançar no desenvolvimento sustentável e nas transições energéticas. Lisboa explica que é “preciso conceber uma transição energética que seja genuinamente justa para garantir que os trabalhadores em todo o mundo sejam protegidos dos impactos adversos de um sistema de transição tanto energética como digital desigual”. Ele se refere á realidade vista hoje no mundo de que a transição energética tem sido pensada de forma a não incluir os trabalhadores. Exemplo claro são as usinas eólicas no Brasil que ao tentar produzir energia renovável, tem trazido consequências sociais e econômicas aos trabalhadores das regiões onde estão instaladas.

Glossário

G20

O G20, grupo que reúne as principais economias emergentes do planeta, nasceu em 1999, com a função e dar voz e representação às economias, entre elas o Brasil. Tais países, juntos, representam fatia importante da economia mundial, além de concentrarem também considerável parcela da população mundial. Além do G20, há outro grupo, o G7, das sete maiores potências do planeta.

A agenda do G20 inclui temas de interesse da população mundial, como comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente, mudanças climáticas e combate à corrupção.

“O G 20 acaba viabilizando que países como o Brasil possam participar dos rumos que afetam a economia internacional e o comércio global”, explica o secretário de Relações Internacionais da CUT, Antônio Lisboa.

O G20 começou a tomar corpo como organismo multilateral após a crise de 2008, por uma iniciativa do presidente Lula, à época, em seu segundo mandato. A crise acabou levando o mundo inteiro a uma situação econômica de dificuldades.

Naquele momento, levou-se em consideração a atuação e influência das maiores economias nos rumos globais, explica Lisboa. “Vocês criam um problema, mas eles são do mundo inteiro, então vamos ampliar um pouco mais”, disse o dirigente sobre o posicionamento das demais economias.

A partir de então, o G20 passou a exercer uma incidência maior no debate de questões mais importantes e centrais do contexto global, o que também se resulta em um maior debate dessas questões no Brasil.

Nesse contexto, o G20 passou a ocupar um espaço importante porque não só constrói de forma multilateral esses diálogos, mas é capaz também de incidir para além das economias dos países integrantes.

G 20 Social

Anunciado pelo presidente Lula na 18ª Cúpula de Chefes de Governo e Estado do G20, em Nova Délhi, na Índia, quando o Brasil assumiu simbolicamente a presidência do bloco, o G20 social tem como objetivo ampliar a participação de atores não-governamentais nas atividades e nos processos decisórios do G20, ou seja, por meio de diálogo e iniciativas para a inserção das demandas da classe trabalhadora nas discussões do G20.

É formado por 13 grupos de engajamento. São eles o C20 (sociedade civil); T20 (think tanks); Y20 (juventude); W20 (mulheres); L20 (trabalho); U20 (cidades); B20 (business); S20 (ciências); Startup20 (startups); P20 (parlamentos); SAI20 (tribunais de contas); J20 (cortes supremas) e O20 (oceanos).

O evento mais importante do G20 Social será a Cúpula Social, nos dias 14, 15 e 16 de novembro de 2024, antecedendo a Cúpula de Líderes do G20, as duas no Rio de Janeiro.

A Cúpula Social mostrará o trabalho desenvolvido pelas sociedades, além de ser um panorama de troca de experiências com o objetivo de apontar caminhos para a construção de políticas baseadas em justiça social, econômica e ambiental e a luta contra as desigualdades.

 

Fonte: CUT Brasil

 

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