Sindicato recebe Jornada Nacional de Debates realizado pelo DIEESE

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O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE, CUT, demais centrais sindicais e O Fundo de Apoio ao Trabalho Digno – Labora, promovem Jornada Nacional de Debates para discutir “Trabalho, Meio ambiente e Transição justa – rumo à COP 30”. O evento foi realizado nas capitais dos 17 estados onde o DIEESE possui escritórios regionais, sendo Belém, a última capital a receber a Jornada.

Atualmente o Estado do Pará se consolida entre as 10 maiores economias do Brasil, com projeções de crescimento que dão conta de que até o ano de 2027, o Produto Interno Bruto paraense se elevará em torno de 3,5% , alcançando a riqueza produzida de quase R$ 390 bilhões de reais. A evolução econômica paraense também pode ser vista nos números da geração de postos de trabalhos formais, até setembro deste ano, o Pará se consolida como 12º Estado brasileiro que mais gera empregos formais.

Para Victor Pagani, diretor técnico de relações sindicais do Dieese Brasil, o debate que cerca a jornada é para mostrar a importância que esse tema seja pautado nas negociações coletivas de trabalho, nos acordos e nas convenções coletivas e também paute as políticas públicas.

“Essa jornada tem o objetivo de sensibilizar o movimento sindical brasileiro para o tema do meio ambiente, da relação com o trabalho e da importância de garantirmos que haja uma transição justa diante dessas mudanças climáticas. Emergência climática essa que vai impactar e já está impactando diretamente a vida dos trabalhadores, seja porque aumenta o custo de vida, os preços dos alimentos, da energia, da água. Mas também porque impacta nos empregos. Muitos setores econômicos vão ser, vão precisar mudar de matrizes energética, mudar a tecnologia para que passe a ser menos poluente. E isso impacta diretamente os empregos. E as mudanças climáticas impactam também as condições de trabalho, de saúde e de segurança dos trabalhadores e trabalhadoras. O aumento das temperaturas no ambiente de trabalho gera o estresse térmico, que ocasiona um aumento do adoecimento da classe trabalhadora”, explicou.

O emprego e a ocupação crescem no mercado de trabalho paraense, mas ainda se registra a falta de garantias, proteção, qualificação e promoção do trabalho decente, bem como mazelas ligadas ao trabalho escravo e infantil.

Para a presidenta da CUT Pará, Vera Paoloni, esse debate vem num momento crucial. “Pela CUT Pará a gente vem vem realizando o que chamamos de “Escutatória”, que é ouvir o nosso povo estado do Pará a dentro. E a Jornada vem num momento muito importante, porque estamos sedentos por debater cada vez mais a transição justa, o trabalho decente, trabalho digno, e a COP será aqui em menos de 200 dias. O mundo inteiro vem pra cá e trazer qual a sua visão do mundo do trabalho e dos trabalhadores e das trabalhadoras”, enfatizou.

A COP30 vai trazer para o Pará um desenvolvimento e uma quantidade de recursos (como investimentos, projetos e atenção política) que talvez o estado nunca tenha experimentado. No entanto, toda essa grande movimentação vai acabar exigindo muito da classe trabalhadora, que terá que lidar com a pressão de executar e sustentar essas mudanças. Isso torna ainda mais desafiador entender e colocar em prática os debates sobre transição justa — ou seja, como mudar para uma economia sustentável sem prejudicar os trabalhadores e as trabalhadoras — e, mais amplamente, como equilibrar as questões do trabalho com a preservação do meio ambiente.

“Essa é uma construção feita pelas centrais sindicais em conjunto com o Dieese, com a temática sobre o trabalho, meio ambiente e transição justa. Esse tema é extremamente importante pra gente discutir e inserir a classe trabalhadora nas questões que estão acontecendo de mudanças climáticas. Então falar de mudança climática hoje é falar de transição justa. E principalmente, é importante que o trabalhador e a trabalhadora estejam nesse debate, construindo a sua nova jornada de trabalho e que seja com o trabalho decente. É extremamente importante ampliarmos esse debate”, reiterou a secretária de Meio Ambiente da CUT Brasil, Rosalina Amorim.

O debate foi uma profunda reflexão e contribuição para a discussão da conjuntura que envolve a realização da COP 30 no Estado.

 

Fonte: Bancários PA com informações do DIEESE

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