Dois dias depois da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa se reunir com representantes do banco, o Sindicato dos Bancários do Pará fez um encontro virtual com caixas e tesoureiros da Caixa, no Pará, para atualizá-los dessas negociações que começaram na Campanha Nacional.
“Lamentavelmente, na retomada da negociação sobre novas nomeações de tesoureiros e caixas, a Caixa retoma a negociação no mesmo patamar da proposta que gerou a separação das cláusulas, ou seja, sem avanços que façam a proposta valer a pena”, destacou a presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira, que também é bancária da Caixa.
A última delas foi na terça-feira (5) quando o banco não trouxe nenhuma novidade sobre a proposta que já havia apresentado na reunião de negociação de sexta-feira (1º/11) com a Comissão. As informações solicitadas reiteradas vezes pela representação dos empregados e empregadas também não foram fornecidas pela Caixa, como as que nos permitiam saber se as 750 nomeações efetivas são suficientes para que todos que realizam as tarefas de caixa e tesoureiro por prazo e por minuto sejam efetivados.
Sem informações e sem a inclusão dos compromissos nos termos do acordo, a CEE entende que a proposta não atende a demanda do grupo de trabalhadores atingidos. Nova reunião para a continuidade das tratativas está prevista para o dia 18 de novembro.
Levantamento de informações
Diante da falta de transparência da Caixa, com a recusa das informações necessárias à continuidade das negociações com segurança às empregadas e empregados, a CEE vai elaborar um roteiro de perguntas para que os sindicatos de todo o país possam fazer um levantamento para subsidiar os debates.
“Desde já pedimos aos aqui presentes que respondam ao questionário e reforcem nosso pedido com os demais colegas, pois são esses dados que deverão nos subsidiar nas cobranças para a Caixa, da real necessidade de disponibilidade de maior quantitativo de funções efetivas. A CEE quer seguir o exemplo da Fenae que fez uma pesquisa e divulgou os dados durante live na terça”, explica a diretora do Sindicato e bancária da Caixa, Cristiane Aleixo.
Números da pesquisa da Fenae
O levantamento, composto por 29 perguntas, traçou o perfil dos 3.980 respondentes e aprofundou questões sobre condições de trabalho, expectativas de carreira, ações judiciais, impacto das novas tecnologias e o futuro das funções.
Os dados revelaram que 38% dos caixas (efetivos ou por prazo/minuto) acumulam também a função de tesoureiro, seja de forma habitual ou esporádica.
Outro dado apresentado é que 17% dos empregados declararam exercer suas funções por minuto/prazo de maneira habitual, devido à ausência de titulares designados.
O levantamento ainda aponta que 60% dos respondentes informaram que exercem atividades não previstas em suas atribuições, configurando desvio de função.
Outro dado importante é que quase 70% dos empregados, que responderam a pesquisa, declararam estar sobrecarregados na função que exercem, tanto física quanto mentalmente.
Em relação a expectativa da carreira, 36% apontam como prioridade retorno das nomeações efetivas, 30% -melhoria da remuneração, 12% -melhoria das condições de trabalho, 10% -encarreiramento e 8% redução da jornada de trabalho.
Ações no Pará
Na reunião virtual, Tatiana Oliveira, destacou que o Sindicato tem ações com trânsito em julgado (sem possibilidade de recurso pelo banco) quanto à quebra de caixa e jornada dos tesoureiros. Já a pausa intervalar 10/50, a ação coletiva ainda não transitou em julgado, mas está em vias finais de tramitação no Tribunal Superior do Trabalho.
“O questionamento que fica é “até que ponto essas nomeações vão se manter? Pois o processo de esvaziamento do atendimento físico nas agências, aumenta cada vez mais, dando lugar a uma política de autoatendimento, com a utilização dos canais eletrônicos e a precarização do trabalho bancário como vem ocorrendo nos bancos privados”, avalia o dirigente sindical, Everton Cunha que também é bancário da Caixa.
Uma nova reunião com o mesmo público deve ocorrer nas próximas semanas, a depender do andamento das negociações com a Caixa.
Fonte: Bancários PA com Fenae e Contraf-CUT