Um ano de preparação e construção para as trabalhadoras da CUT

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Por Rosane Silva*

Do nosso ponto de vista, não é possível trabalhar a inserção das mulheres no mundo do trabalho dissociada do mundo reprodutivo, por isso, pautamos nossas ações buscando vincular as várias demandas com o mundo do trabalho.

Tivemos ações importantes que fortaleceram nossa construção interna enquanto coletivo nacional e estreitamos relação com parceiras do movimento feminista. Realizamos três reuniões do coletivo nacional de mulheres da CUT, que foram importantes nos fortalecer e aprofundar o conhecimento sobre temas polêmicos. Exemplos disso são a campanha contra o estatuto do nascituro e a regulamentação da prostituição.

Também foi importante a comunicação estabelecida entre a Secretaria e o Coletivo para orientar sobre as ações e compartilhar informações. Até o momento do fechamento do presente texto haviam sido enviados 244 comunicados.

Outra momento marcante, que contou com a participação de muitas companheiras do coletivo, foi o encontro internacional de militantes sindicais da MMM, que teve participação de 125 pessoas que representaram 11 estados, 6 confederações e 14 países. Também compareceram representantes da Força Sindical e UGT. Comunicação com o Coletivo.

Paridade, violência e creche. Esses três temas são uma constante em nossas atividades.

Em relação a paridade, além de a Secretaria participar de inúmeros debates sobre o tema, foi reeditada, em parceria com a FES, a cartilha, com uma tiragem de 5 mil exemplares e elaborado um folheto com uma tiragem de 10 mil.

É importante divulgar a proposta, mas também aprofundar o debate para que possamos construir a paridade como uma política da nossa Central.

No tema da violência autuamos basicamente no apoio e divulgação de propostas. Enviamos para o coletivo o relatório que CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) sobre violência, participamos das mobilizações para que a presidenta Dilma sancionasse o Projeto de Lei 60/99 pela manutenção das normas que regem o atendimento à saúde de mulheres e adolescentes vítimas de violência e atualmente estamos apoiando a inclusão da categoria feminicídio no Código Penal.

Divulgamos a existência da Lei Maria da Penha e incentivamos a participação das Secretarias Estaduais em Campanhas contra agressores.

Para o tema da creche, em parceria com o Dieese, foi elaborada uma proposta de cláusula, com dados atualizados. Por meio de contato com o Diap obtivemos informações sobre projetos sobre creche em andamento no Congresso para que possamos ter subsídio para elaborar em uma proposta.

Também enviamos para o Coletivo proposta de carta para os prefeitos, prefeitas e demais autoridades governamentais solicitando audiência e incentivamos a participação nas atividades preparatórias ao CONAE.

O tema da ação das Mulheres da CUT 2015 esteve presente na maioria de nossas atividades. Concentramos-nos em atividades organizativas, sem grande visibilidade, mas fundamentais para que a Ação tenha um grande potencial de organização e mobilização e que contribua para a formação das mulheres participantes. Elaboramos uma proposta de Ação entre Amigos e Amigas e um Projeto para captação de recursos. Enviamos formulários aos estados para que as Secretarias façam levantamento da participação das mulheres nas direções dos sindicatos e federações; encaminhamos indicação das coordenadoras regionais e fizemos uma reunião com algumas entidades parceiras.

Junto com a FENATRAD, DIEESE, SRT e CONTRACS acompanhamos e participamos de elaboração de propostas com a CUT e demais Centrais para negociação com o Congresso, mas nesse ponto, sem dúvida, um dos entraves que encontramos foi a postura conservadora do Congresso Nacional. A PEC 72 foi aprovada na Câmara e no Senado. Quando foi encaminhada à Comissão de Regulamentação esta colocou uma série de empecilhos e até hoje a lei não foi aprovada.

Também conversamos com SNO sobre proposta de campanha de sindicalização voltada para trabalhadoras e trabalhadores domésticos.

Uma realização e também um desafio para o próximo período é o projeto “Fortalecimento político das mulheres para garantir e ampliar direitos, promover a igualdade no mundo do trabalho e a autonomia econômica”, que teve em parceria com UNICAMP/CESIT e SPM. O projeto terá que ser executado no período de 24 meses (dezembro de 2013 a novembro de 2015).

Para se ter uma ideia da dimensão do projeto, somente uma de suas atividades, a realização de 20 atividades de formação distribuídas regionalmente, deverá atingir 1000 mulheres.

O próximo ano será curto para tanta coisa que teremos, mas na medida do possível, faremos ações aproveitando a realização das plenárias estaduais e da nacional.

Sem dúvida uma importante atividade será o Encontro Nacional de Mulheres, que será precedido de encontros estaduais e discutirão temas da pauta da ação das mulheres da CUT de 2015.

Já estão agendadas uma oficinas e três módulos do curso de formação para o próximo ano e,junto com isso, todas as atividades de mobilização e organização que fazem parte do nosso calendário de lutas e, além dessas o plebiscito e o compromisso com a manutenção do projeto democrático popular.

Mas essas lutas e esses desafios não são somente nossos. São classe trabalhadora e, portanto, devem ser assumidos por todos e todas.

*Rosane Silva é secretária da Mulher Trabalhadora da CUT

Fonte: CUT

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