O Dia Nacional de Luta por Mudanças na Política Econômica Nacional, realizada nesta terça-feira (28), foi marcado em Belém por um ato realizado na Avenida Presidente Vargas contra os juros altos no Brasil. A manifestação organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), teve a presença do Sindicato dos Bancários do Pará e de outras entidades que representaram diversas categorias.
A concentração ocorreu na escadinha do cais da Praça Pedro Teixeira, de onde os trabalhadores saíram em caminhada cobrando mudanças na política econômica do atual governo.
O ato seguiu até a frente do Banco do Brasil na Presidente Vargas, onde os representantes sindicais puderam expor suas opiniões e dialogar com a população que transitava no local.
“Esse ato é para alertar a população sobre os riscos que essa política econômica trás para toda classe trabalhadora. Não queremos esse aumento de juros, queremos distribuição de renda, mais trabalhos para toda população, investimentos nos setores que mais precisam como segurança e saúde. E nós estamos também porque não concordamos em pagar por essa crise, por isso continuaremos firmes na luta por mudança nesse sistema que só agride aos trabalhadores, e todos os seus direitos conquistados. Não podemos mais viver em um país rico onde os trabalhadores são explorados” afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim.
“Estamos aqui para dizer não à política da fome e do desemprego. Estamos aqui para dizer que não aceitaremos outro golpe. Precisamos de uma política que olhe para a população, e não para os grandes bancos. O governo se encontra hoje contra os próprios trabalhadores que ajudaram na reeleição do governo Dilma. E vamos continuar mostrando nossa insatisfação enquanto trabalhadores, pois essa política econômica gera graves problemas para a classe que mais enriquece esse país” afirma o presidente da CUT- PA, Martinho Souza.
A quem interessa o aumento das taxas de juros?
A prática de taxas elevadíssimas de juros, entre as maiores da economia mundial, ao mesmo tempo em que representa mais lucro para o sistema financeiro e para os rentistas tem efeitos extremamente danosos para a sociedade e a economia.
O aumento dos juros inibe o consumo e os investimentos, drenam recursos do estado para o setor financeiro e estimulam o rentismo, em detrimento dos investimentos na produção, que poderiam gerar mais empregos, renda e gastos sociais.
Os bancos são diretamente beneficiados pela elevação da taxa Selic. Por um lado, suas despesas com captação de recursos crescem, já que precisam oferecer taxas mais elevadas aos clientes pelas suas aplicações.
Mas, em contrapartida, suas receitas também crescem, especialmente as oriundas das aplicações em Títulos e Valores Mobiliários (TVM) e das aplicações ou depósitos compulsórios no Banco Central que são, em parte, remunerados pela Selic.
Até o final de abril deste ano, os bancos possuíam R$ 45,87 bilhões em depósitos compulsórios nos cofres da autoridade monetária. Com a última alta da Selic, para 13,75% ao ano, a remuneração dos compulsórios sobre depósitos a prazo deverá se elevar ainda mais e, com isso, as receitas dos bancos oriundas desses depósitos.
As centrais defendem as seguintes propostas para a retomada do crescimento econômico nacional:
– Retomada da atividade econômica a partir do investimento orientado para ampliação da capacidade produtiva, criando empregos e renda.
– Manutenção de políticas sociais como salário mínimo, aposentadorias, saúde e educação.
– Investimento público em grandes obras e políticas sociais, com articulação com o setor empresarial para animar o investimento do setor privado, visando a retomada do crescimento.
Fonte: Bancários PA
