Prioridade é organizar resistência a ataques dos golpistas, orienta assembleia da Fetec-CUT/CN

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Para os dirigentes, não há mais dúvidas de que o governo interino tentará retirar direitos dos trabalhadores e criminalizar os movimentos sociais e sindical

A Assembleia Geral Ordinária da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), reunida na última sexta-feira 13 em Brasília, um dia depois da consolidação do golpe político-jurídico-midiática que afastou a presidenta Dilma Rousseff, aprovou resolução orientando todos os sindicatos filiados a adotarem como tarefa prioritária neste momento ajudar a construir em suas regiões a unificação dos movimentos sociais e sindical, ampliando a mobilização para fazer frente aos ataques que estão sendo preparados pelos golpistas contra os direitos dos trabalhadores.

O debate sobre conjuntura coordenado pela presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim, e pelo vice-presidente da Fetec-CUT/CN e diretor do SEEB-PA, Sérgio Trindade, contou com análises da deputada federal Erika Kokay (PT-DF) e do diretor do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Cláudio Hamilton Matos, chegou a um consenso de que as primeiras medidas tomadas pelo presidente interino Michel Temer apontam para uma ofensiva contra os direitos sociais e trabalhistas e tentativa de criminalização do movimento sindical e dos movimentos sociais.

As intenções dos golpistas ficaram muito claras no documento Ponto para o Futuro e são reforçadas a todo momento com declarações de Temer e seus ministros à imprensa. Veja dois exemplos:

˃> Programas sociais serão mantidos, mas sofrerão forte avaliação, diz Meirelles

˃> Os quatro desafios na ‘lista de tarefas’ de Temer, segundo o ‘Financial Times’

E estão tramitando no Congresso Nacional 55 medidas com retirada de direitos trabalhistas e sociais, que podem ser aprovadas a qualquer momento. >> Veja aqui quais são.

‘Precisamos resistir’

Para a deputada Erika Kokay, faz parte da “arquitetura do golpe”, que tem a grande mídia como uma das condutoras, a responsabilização dos governos Lula e Dilma pela crise para justificar os ajustes que serão implementados para retirar direitos e conquistas sociais, além da retomada das privatizações.

“Se antes eram as fardas, hoje são os paletós e gravatas. Mas é golpe do mesmo jeito. E eles vão nos culpar para aprovar os retrocessos. Precisamos resistir, criar uma grande frente em defesa da vida e da democracia com a participação da Anamatra, da associação dos procuradores do trabalho, das centrais sindicais, além de criarmos um observatório para identificamos os ataques e combatê-los e disputar as narrativas com os golpistas”, propôs a deputada.

Em sua análise da conjuntura, o diretor do Ipea Cláudio Hamilton Matos afirmou que o Brasil estás vivendo a pior crise econômica desde a Segunda Guerra Mundial, como resultado de uma série de fatores, entre os quais inclui erros do governo Dilma, o acirramento da disputa política, a queda das exportações e os impactos da operação Lava-jato.

Para Cláudio Hamilton, há dois cenários possíveis para a crise, imprevisíveis. Ou uma lenta recuperação, com queda da inflação, formação de nova maioria no Congresso e concessões para os empresários. Ou a continuidade da crise, com a Lava-jato continuando a gerar insegurança e um ajuste fiscal duro com grande custo social.

Para a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim, “todo nosso empenho deve estar na luta por bloquear o golpe e, caso seja consumado, que o governo que surja do golpe não possa governar para aplicar seu programa. Essa é a tarefa central da conjuntura. Aprofundar o caráter popular e classista dessa luta é o desafio dos movimentos sociais e da CUT, aumentando o engajamento das suas bases e explicitando que a luta contra o golpe é a luta pelos direitos da classe trabalhadora”.

 

Fonte: Fetec-CUT/CN e Bancários PA

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