BB em Portugal deixa clientes e funcionários “a ver navios”

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Numa atitude muito estranha e envolta em segredos, a administração do Banco do Brasil em Portugal instruiu os funcionários (despedidos coletivamente de forma ilegal e arbitrária) a dizerem para os clientes da carteira de varejo (transferidos compulsoriamente para o Banco CCT) que o BB S.A. não “quer mais essa operação” no país.

Contudo, várias perguntas estão sem repostas:

Por que estão fechando a agência se ela é lucrativa e estratégica para atender as pessoas físicas?

As contas “encarteiradas” foram “vendidas” a que preço, ou foram simplesmente transferidas?

Por que não há transferência e integralização dos funcionários no banco para o qual a carteira foi “vendida”?

Por que os funcionários foram todos despedidos e os serviços empresarias transferidos para outro setor sem aproveitamento do pessoal qualificado?

Por que não foi observada a legislação para o “despedimento coletivo”?

A administração é desastrosa, sem cuidado nenhum com a lei ou com situações específicas – como no caso de um casal de bancários em que ambos foram demitidos, e em outro no qual a esposa de um bancário desligado é doente oncológica, fato que foi completamente desconsiderado.

“Isso choca a todos, uma vez que é uma atitude muito estranha e envolta em segredos. Tenho notícias de que tanto a comunidade brasileira quanto os diplomatas do Itamaraty estão incrédulos com essa decisão do banco. São 45 anos de atuação do banco lá para acabar dessa forma obscura e no melhor momento na relação entre Brasil e Portugal, em pleno êxodo de brasileiros para Lisboa”, observa o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo.

Em resposta a uma matéria de O Jornal Económico na internet, o banco soltou uma nota de resposta à imprensa cheia de lacunas e mentiras, que vão desde a quantidade de funcionários até a data efetiva de suspensão da abertura de novas contas, que aconteceu em fevereiro.

“Estamos acompanhando o processo de desmonte do BB em diversas situações e somos solidários aos companheiros e companheiras de Lisboa. Pedimos informações à direção do BB no Brasil sobre esta estratégia e principalmente sobre como estão tratando com desrespeito os trabalhadores de fora do Brasil, o que merece nosso protesto e repúdio”, acrescentou Eduardo Araújo.

Em comunicado divulgado na quarta (13), o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) de Lisboa afirmou que, após tomar conhecimento das medidas do BB, se reuniu com um representante da instituição, em que “foi manifestada a oposição do SNQTB quanto a este despedimento e à forma como todo o processo tem vindo a ser conduzido, tanto mais que o Banco do Brasil apresenta lucros na sua operação em Portugal”.

Na nota, o Sindicato português diz ainda que “apesar da redução 23% dos trabalhadores em Portugal, o quadro de (4) administradores manter-se-á na íntegra, assim resultando num insólito ratio de um administrador para pouco mais de dez trabalhadores”.

 

 

Fonte: Seeb/Brasília

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