Sindicato apresenta demandas do Comitê de Relações Trabalhistas do Banpará

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Nas últimas reuniões do Comitê de Relações Trabalhistas do Banpará ocorridas nos dias 04/05, 22/05 e 04/06, as representantes dos trabalhadores discutiram sobre diversos assuntos de interesse do funcionalismo do Banco, propuseram soluções e obtiveram algumas repostas do Banpará.

Antes dos informes do CRT, é importante lembrar que houve mudança de uma das representantes dos trabalhadores no Comitê, pois a funcionária Sheila de Mello, eleita em terceiro lugar, pediu demissão do banco e em sua vaga assumiu a quarta colocada nas eleições para o Comitê, no caso, a diretora do Sindicato Heidiany Moreno. Dessa forma, a atual composição titular do CRT do Banpará passa a ser a seguinte:

1ª – Érica Fabíola Monteiro
2ª – Odinéa Gonçalves
3ª – Heidiany Moreno

1 – Pagamento irregular de horas extras

As diretoras do Sindicato Érica Fabíola e Odinéa Gonçalves, membros titulares eleitas para o CRT do Banpará, em visitas às agências do banco na Região Metropolitana de Belém detectaram irregularidades na anotação das horas extras trabalhadas pelos bancários (Caixas e Atendentes).

“Presenciamos a anotação de horas extras dos Caixas e Atendentes sendo feitas em caderninhos, e não no sistema de RH. E o pior é que as anotações das horas extras eram para convertê-las em folga para esses trabalhadores. Isso é uma irregularidade extrema e tal procedimento nunca foi tratado pelo Banco com o Sindicato”, afirma Érica Fabíola.

“Repudiamos essa atitude e afirmamos que a realização frequente de horas extras prejudica muito a saúde do trabalhador, por isso a hora extra é para ser paga e com acréscimo de 50% em relação à hora normal”, complementa Odinéa Gonçalves.

Como resposta, o Banpará afirmou não ter dado essa orientação às agências e se comprometeu em emitir orientação sobre o procedimento de pagamento de hora extra e preenchimento do SAHE (Solicitação de Adiantamento de Hora Extra).

Lembramos que em reunião do Sindicato com o presidente do Banco no dia 16 de maio, o mesmo garantiu que hora extra tem que ser paga a todos que a efetuarem, independente do número de horas extrapoladas.

Você sabe o que é hora extra?

Os bancários possuem jornada de trabalho de 6 (seis) horas diárias (art. 224 CLT). As horas trabalhadas além da jornada regular serão consideradas extras e devem ser pagas com acréscimo de 50% (cinquenta por cento), ficando limitadas a duas horas continuadas.

Isso não quer dizer que o trabalhador que exceder as duas horas extras diárias, não vá receber pelo trabalho. Ao contrário: além dele receber pelas horas que excedam as duas previstas na legislação, a empresa é intimada pelo Ministério Público do Trabalho para prestar esclarecimentos pelo ato ilícito, podendo ser penalizado.

2 – Concorrência Seletiva Interna

Em visita à cidade de Santarém, o Sindicato detectou que uma vaga de coordenador seria preenchida sem a devida concorrência seletiva, a qual garante o direito aos funcionários de concorrerem às vagas comissionadas, pois todos e todas merecem e tem o direito de ascender profissionalmente no Banco de maneira transparente e ética.

A diretora do sindicato Érica Fabíola, denunciou o assunto polêmico ao CRT e o Banpará respondeu que a diretoria do Banco deliberou pela transferência, como coordenadora, de uma funcionária que passava por problemas de cunho pessoal.

“O Banco, ao tentar resolver o problema de uma única pessoa e de um caso isolado, desrespeita e deixa descontente os demais trabalhadores. A diretoria do Banpará ainda não aceitou que a adoção de processo seletivo claro, objetivo, transparente e ético, traz confiança e estímulo de crescimento a seu corpo funcional”, afirma Érica Fabíola, que complementa: “insistimos em adoção de processos de seleção para comissionamento, bem como critérios claros e objetivos para descomissionamento, pois a direção do Banco não pode fazer disso uma moeda de troca com os trabalhadores, oferecendo favores a uns, com o comissionamento, e punindo outros que não atendem a seus interesses com o descomissionamento. Chega de fantasmas, as pessoas merecem respeito”.

3 – Irregularidades em PABs

A diretora do Sindicato Odinéa Gonçalves, fez a denúncia que em um PAB do Banpará há somente a presença do Coordenador, sem o Caixa e sem o Segurança. “Informamos que esse procedimento é irregular e perigoso, além de expor demasiadamente a vida do trabalhador. Caso o Banco não resolva o problema, com a lotação de um Caixa e um Segurança, o Sindicato adotará as medidas cabíveis para resolver a situação”, afirma Odinéa Gonçalves.

4 – Pedidos de Transferência

A diretora do Sindicato Heidiany Moreno, falou da necessidade do banco realizar transferências atendendo a necessidade de realocação de alguns funcionários do interior. “Essas transferências seriam realizadas antes do próximo concurso público. O banco garantiu que vai realizar estudo de mapas das vagas e posteriormente solicitar que os funcionários se manifestem quanto a lotação pretendida”, informa Heidiany Moreno.

5 – Curso CPA-10 e CPA-20

Odinéa Gonçalves, falou da necessidade e cobrou do Banpará mais investimentos nos cursos de Certificação e, como sugestão, disse que o banco deveria ofertar continuamente o curso on-line de CPA-10 e CPA-20, além do curso presencial. “É importante que o banco ofereça cursos para formação do trabalhador dentro da jornada de trabalho, pois o desenvolvimento profissional do bancário também é de interesse da empresa. Por isso, solicitamos que o banco garantisse um horário, dentro da jornada de trabalho de cada bancário, para que o mesmo possa se afastar e realizar seus estudos com a devida concentração. Infelizmente essa proposta não foi aceita no CRT por recusa dos representantes do banco, com a justificativa que essa demanda depende do interesse é do trabalhador. Um absurdo!”, critica Odinéa.

6 – PCS (Plano de Cargos e Salários)
Na última reunião do PCS ocorrida no dia 6 de junho, a qual contou com a presença das representantes dos trabalhadores e diretoras do Sindicato, Érica Fabíola e Odinéa Gonçalves, houve a apresentação, por parte do Banco, do GED (Gestão Estratégica de Desenvolvimento).

“A reunião foi importante para conhecermos o programa de gestão que o Banpará contratou para aplicar nas atividades dos trabalhadores. Percebemos muitas distorções com a realidade do dia-a-dia, pois para o banco tudo parece muito bonito e tranqüilo, mas sabemos que na prática o que está se apresentando é bem diferente”, afirma Odinéa.

“A Diretora Márcia Miranda (Dirad) insiste em defender o GED, que nada mais é do que metas para as agências, como critério de crescimento do PCS. Nós, trabalhadores, não podemos aceitar esse critério, pois a exemplo de que ocorre em outros bancos as metas acabam com a saúde das pessoas, o número de trabalhadores adoecidos e afastados por problemas emocionais cresce assustadoramente. Existem outros critérios mais viáveis a serem usados, como por exemplo, o método 360° desenvolvido na Caixa Econômica Federal e é esse critério que defendemos”, destaca Érica Fabíola.

7 – Comitê de Segurança
O Sindicato está acompanhando o andamento das reuniões de todos os Comitês do Banpará, por isso enviou ofício no qual solicita o cronograma das reuniões, as atas de todas as reuniões já realizadas e as convocatórias dos membros dos referidos Comitês.

“É fundamental que os Comitês (CRT, PCS e de Segurança) funcionem devidamente, pois foi uma importante conquista dos trabalhadores e não podemos abrir mão. O bom andamento dos comitês pode e deve refletir em resultados positivos para a vida dos trabalhadores”, afirma a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.

Fonte: Bancários PA

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