Assédio moral, más condições de trabalho, insegurança. Esses são alguns dos fatores que têm levado bancários e bancárias de todo o Brasil, a maioria com menos de 5 anos de banco, ao adoecimento e até afastamento do trabalho.
Dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) calculam 3.398 afastamentos por depressão de janeiro a outubro do ano passado contra 3.294 em 2010.
Os números nacionais não revelam como anda a saúde da categoria por região ou estado, mas uma pesquisa do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo (USP) pretende identificar de que forma o ambiente de trabalho nas instituições financeiras do Pará favorecem para o surgimento da depressão e do esgotamento profissional nos trabalhadores do ramo financeiro. A tese de doutorado “Depressão e esgotamento profissional em bancários” também quer descobrir como estes sintomas interferem na vida dos trabalhadores.
Para desenvolver a pesquisa, a paraense e médica do trabalho, Socorro Valente, conta com o apoio do Sindicato dos Bancários do Pará e também dos bancários e bancárias que têm 1 ano ou mais de trabalho e esteja na ativa.
“A partir do dia 2 de julho eles receberão via e-mail um questionário eletrônico, com perguntas objetivas e subjetivas, enviado pela própria USP, por meio de um link. Nenhum bancário é obrigado a participar, por isso antes de responder o formulário, o trabalhador vai ser direcionado a um Termo de Consentimento. Aquele que estiver interessado concordará com o documento e na sequência preencherá o questionário”, explica Socorro Valente. “Isso se deve ao fato de que o Termo de Consentimento virá no próprio link. O bancário irá concordar ou não. Caso não concorde, por exemplo, automaticamente a pesquisa se encerrará para este participante. Caso ele concorde, abrirá, na sequência, o questionário para ser respondido”, complementa.
Apesar da não obrigatoriedade, a pesquisadora ressalta a importância da participação de todos. “Com os dados de cada um será possível formar um verdadeiro banco de dados sobre a saúde dos bancários do Pará e, assim, facilitar a adoção de medidas voltadas exclusivamente para a categoria”, afirma.
A médica do trabalho também garante a preservação da identidade de cada bancário. “Todos os dados obtidos dos participantes serão confidenciais e serão analisados de forma agregada, em conjunto com outros participantes, não sendo divulgada a identificação de nenhum trabalhador”.
Para a presidenta do Sindicato dos Bancários, Rosalina Amorim, a pesquisa vem em um momento oportuno. “Com o resultado da pesquisa, o Sindicato terá em mãos um novo direcionamento para as ações de luta da entidade por melhores condições de trabalho para a categoria. Por isso pedimos a colaboração e participação de todos nesse projeto”, destaca.
Os resultados da pesquisa “Depressão e esgotamento profissional em bancários” serão apresentados para a toda a categoria durante um evento na sede do Sindicato em Belém. A programação estará disponível na página eletrônica da entidade assim que o trabalho for concluído e defendido em São Paulo.
Fonte: Bancários PA
