O Dia Nacional de Luta no Santander foi marcado por mobilizações em todo o país nesta terça-feira (4). Em Belém, o Sindicato dos Bancários do Pará realizou um ato na agência do Santander da Avenida Nazaré, que permaneceu fechada para atendimento ao público, funcionando apenas o autoatendimento.
A mobilização teve como eixos principais o fim do fechamento de agências, o fim das terceirizações fraudulentas, a valorização dos trabalhadores e trabalhadoras, a contratação direta e o respeito à saúde e às condições de trabalho. O protesto também cobrou mais agências e atendimento presencial de qualidade para a população.
Exterminador do futuro dos bancários e das bancárias
Durante o ato, o diretor do Sindicato e secretário de Mobilizações e Movimentos Sociais da CUT Pará, Márcio Saldanha, que também é funcionário do Santander, destacou os impactos do fechamento de unidades e da precarização do trabalho dentro do banco.
“Nós estamos lidando com um atendimento cada vez mais precarizado devido à falta de colegas para garantir o atendimento de qualidade à população. O Santander, que até pouco tempo crescia em número de agências, reduziu drasticamente sua presença: em Belém, saímos de quase 15 agências para pouco mais de cinco na região metropolitana. É um verdadeiro exterminador do futuro, do emprego, das agências e dos direitos”, denunciou Saldanha.
O dirigente também criticou a política de terceirizações ilegais e o desrespeito ao acordo coletivo da categoria:
“O banco vem contratando trabalhadoras e trabalhadores terceirizados, com salários e benefícios muito abaixo do que garante nossa convenção coletiva. Um direito conquistado com décadas de luta e greve. É inaceitável que o Santander burle a lei e desrespeite o trabalhador e a trabalhadora dessa forma. O que queremos é respeito e contratações diretas, com os direitos assegurados”, completou.
O Santander lucra bilhões e demite mulheres
A presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira, reforçou as denúncias e chamou atenção para o impacto das demissões sobre as mulheres bancárias.
“O Santander tem lucro bilionário no Brasil, mas continua enxugando seu quadro de funcionários e funcionárias, fechando unidades e demitindo trabalhadoras e trabalhadores sem justa causa. A maior parte das demissões no setor financeiro atinge mulheres. De cerca de 17 mil desligamentos, 16 mil foram de mulheres. Isso é reflexo de uma política discriminatória e injusta”, afirmou Tatiana.
Ela também denunciou as fraudes na terceirização, utilizadas pelo banco para burlar os direitos da categoria:
“O Santander cria subsidiárias e empresas terceirizadas do próprio grupo econômico para contratar trabalhadores e trabalhadoras com salários de cerca de um salário mínimo, sem os direitos conquistados pela categoria bancária ao longo de mais de 30 anos de luta. É uma burla à nossa convenção coletiva, um desrespeito com quem gera o lucro do banco todos os dias”, ressaltou a presidenta.
Luta em defesa do emprego e da dignidade
O ato faz parte de uma mobilização nacional que reafirma o compromisso histórico da categoria com a defesa dos empregos, da saúde e dos direitos trabalhistas.
“O cliente precisa de bom atendimento e o bancário e a bancária precisam de dignidade nos postos de trabalho. Vamos seguir lutando, porque só a luta garante nossos direitos”, concluiu a dirigente.
A manifestação em Belém integrou o movimento nacional coordenado pela Contraf CUT e FETEC-CUT/CN, com mobilizações em várias capitais e cidades do país.
Fonte: Bancários PA