Sindicato dos Bancários do Pará encaminha ofício ao Banco reivindicando adoção de medidas pela proteção da vida da categoria na pandemia
Como é de conhecimento público, o Governo do Estado do Pará, em obediência ao disposto no artigo 3º, §1º, I, do Decreto Estadual nº 800/2000, estabeleceu o regime de lockdown na região metropolitana de Belém, como forma de combate pandemia provocada pelo novo Coronavírus.
A referida medida foi adotada em razão da alta taxa de transmissão da doença entre os cincos principais municípios que fazem parte da região metropolitana afetada, o que resultou numa taxa de ocupação de leitos de UTI em 94%, 78.398 casos confirmados de infecção e mais de 3.000 mortes confirmadas.
Em sequência, para tentar conter a transmissão do vírus e evitar o colapso total do sistema de saúde, as prefeituras de Cametá, Moju, Salvaterra, Abaetetuba, Igarapé-Miri também decretaram lockdown, enquanto o município de Barcarena montou barreiras nas entradas e saídas da cidade.
Em razão disso, mesmo sendo a atividade bancária considerada como atividade essencial, previsto no anexo IV do referido decreto, o Sindicato dos Bancários do Pará enviou ofício ao Banco da Amazônia para defender a adoção de medidas que contribuam para a proteção à vida da categoria neste que é o momento mais letal da pandemia da Covid-19.
Proposta do Sindicato
A entidade sindical pede que o Banco da Amazônia observe que grande parte das atividades desenvolvidas pela categoria bancária pode ser desempenhada de forma remota / telepresencial.
A submissão dos empregados, que não fazem parte do quadro de atendimento ao público, ao regime de teletrabalho, contribuiria tanto para a contenção da doença nos municípios citados e nos locais em que for possível, quanto evitaria que os empregados que estão submetidos ao regime presencial fossem contaminados.
Ainda, a empresa deve avaliar também a possibilidade de afastamento de todo o quadro de apoio dos empregados terceirizados, excetuando aqueles que exercem atividade considerada essencial pelo decreto (vigilância, TI e limpeza), como forma de contribuir com o combate à propagação do vírus e evitar que tais empregados sejam submetidos à contaminação.
Diante desse cenário, o sindicato reivindica, como forma de contribuição ao combate do novo Coronavírus enquanto perdurar o período de lockdown e toque de recolher:
1. A submissão imediata dos empregados, que não fazem parte do quadro de atendimento ao público, ao regime de teletrabalho;
2. Nas agências, adotar o regime de revezamento, com antecipação de horário de atendimento;
3. O afastamento de todos os empregados que não fazem parte do quadro de atendimento ao público e que suas atividades não podem ser realizadas sob o regime de teletrabalho;
4. O afastamento de todo o quadro de apoio terceirizado que não realiza atividade considerada como essencial pelo anexo IV do decreto estadual.
“Diante do aumento crescente da contaminação pelo novo coronavírus no Pará, na Amazônia e em todo o Brasil, com números alarmantes de óbitos diários, faz-se necessário que o assunto pandemia e a adoção de medidas de proteção à vida da categoria bancária seja prioridade no Banco da Amazônia. Nossa entidade sindical tem essa preocupação e acreditamos que o Banco também tenha essa disposição. A situação é a grave e, para nós, a vida dos empregados e empregadas do Banco da Amazônia está em primeiro lugar”, afirma o coordenador da comissão de empregados do Banco e secretário geral do Sindicato dos Bancários do Pará, Sérgio Trindade.
Alternativa
Caso o banco diga que não seja possível atender ao pedido, a entidade sindical solicita que o Banco da Amazônia estabeleça regime de revezamento entre os empregados, dentro de todos os setores da empresa, como forma de corroborar com o os trabalhos de contenção da pandemia.
“Entendemos que as medidas de prevenção solicitadas ao Banco da Amazônia são de suma importância para resguardar a saúde e a vida dos empregados do banco, tendo em vista que estamos passando por um dos piores momentos dessa pandemia. Esperamos que haja compreensão por parte do banco a este momento e que nosso pleito seja atendido”, destaca a dirigente do Sindicato e empregada do Banco da Amazônia, Suzana Gaia.
Mesa de negociação
Por fim, o sindicato solicitou oficialmente o agendamento de reunião, entre as entidades representativas de classe e a empresa, para tratar especificamente sobre o assunto.
Fonte: Bancários PA