A 16ª Conferência Nacional dos Bancários aprovou na plenária final, realizada neste domingo 27 em Atibaia (SP), a estratégia, o calendário e a pauta de reivindicações da Campanha 2014, que terá como eixos centrais reajuste de 12,5%, valorização do piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 2.979,25 em junho), defesa do emprego, fim da terceirização e combate às metas abusivas e ao assédio moral.
Participaram da Conferência, aberta na sexta-feira (25) no hotel Bourbon Atibaia, 697 bancários de todo o país, dos quais 634 delegados eleitos nas conferências regionais e estaduais (entre eles 442 homens e 192 mulheres), além de 63 observadores.
A categoria do Pará esteve representada pela delegação eleita na 9ª Conferência Estadual em Belém: Gilmar Santos, João Bosco Pereira, Wellington Araújo e Diego Azevedo que substituiu Cristina Félix que não pôde ir por motivos pessoais (BB), Luiz Otávio e Marco Aurélio Vaz (Banco da Amazônia), Jacilene Pimentel e Heider Alberto (Caixa), Sara de Moraes e Odinéa Gonçalves (Banpará), Eliana Lima (HSBC), além da presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim, que é também diretora executiva da Contraf-CUT.
“Foi uma conferência muito importante para a organização das pautas da categoria, demonstrando a unidade da categoria e o respeito ao processo democrático de construção das nossas propostas. Agora é aprovarmos a nossa minuta geral e também as específicas, e construir nossa mobilização em cada unidade do nosso Estado rumo a uma Campanha vitoriosa em busca de melhores salários e condições de trabalho”, avalia Rosalina Amorim.
“Nós queremos um emprego decente para acabar não só com a rotatividade perversa, que reduz salários, mas acima de tudo queremos garantia de emprego e que todo o trabalhador tenha a tranquilidade de saber que vai continuar empregado pelo bom trabalho que faz dentro dos bancos. Nós saímos daqui fortalecidos”, destaca Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
Principais reivindicações da Conferência
:: Reajuste salarial de 12,5%;
:: PLR: três salários mais R$ 6.247;
:: Piso: R$ 2.979,25 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último);
:: Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional);
:: Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários;
:: Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, fim da rotatividade, combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PL 4330 na Câmara Federal, do PLS 087 no Senado e do julgamento de Recurso Extraordinário com Repercussão Geral no STF. Além da aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas. Veja aqui a Carta de Atibaia, manifesto dos bancários contra a terceirização aprovado pela Conferência;
:: Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários;
:: Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós;
:: Prevenção contra assaltos e sequestros. Cumprimento da Lei 7.102/83 que exige plano de segurança em agências e PABs, garantindo pelo menos dois vigilantes durante todo o horário de funcionamento dos bancos. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento das agências. Fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários;
:: Igualdade de oportunidades para todos, pondo fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Agenda política
Os 634 delegados que participaram da 16ª Conferência também aprovaram uma agenda política, com temas importantes da conjuntura nacional que precisam ser discutidos com os bancários e com a população, como marco regulatório da mídia visando democratizar as comunicações, Conferência Nacional do Sistema Financeiro, Plebiscito Popular pela Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político e defesa da plataforma da classe trabalhadora.
Calendário de luta
O Comando Nacional dos Bancários se reunirá nos próximos dias para definir a data de entrega da pauta de reivindicações à Fenaban e o calendário de negociações, assim como as assembleias para aprovação da minuta e a data das seguintes atividades:
:: Dia Nacional de Luta pela Segurança;
:: Dia Nacional de Luta contra a Terceirização;
:: Dia Nacional de Luta pelo Emprego;
:: Paralisação nacional de duas horas contra as metas abusivas;
:: Dia Nacional de Luta no Santander;
:: Mobilização Nacional pelo Plebiscito da Reforma Política;
:: Mobilização Nacional pela Democratização da Mídia;
14 e 15/8 – Participação massiva dos sindicatos no Seminário Nacional sobre “A Terceirização no Brasil: Impactos, resistências e lutas”, em Brasília.
Delegados aprovam apoio à reeleição de Dilma
A 16ª Conferência Nacional também aprovou resolução de apoio à reeleição da presidenta Dilma Roussef, por avaliar que ela representa a melhor opção para os trabalhadores dentre os dois projetos que estarão em disputa na eleição de outubro.
O outro projeto representa o retorno ao governo das forças conservadoras e neoliberais, as mesmas que na década de 1990 privatizaram empresas públicas, retiraram direitos, congelaram salários e fizeram demissões em massa no BB e na Caixa, enfraquecendo seu papel de bancos públicos voltados para o fomento do desenvolvimento econômico e social.
Além de dar o apoio, os bancários vão cobrar da presidenta Dilma Roussef que mude a gestão do Banco do Brasil, hoje mais voltado para o mercado tal qual o Itaú e o Bradesco, distante do seu papel de banco público, e fortaleça o seu papel de banco público. Também vão exigir da presidenta que o BB melhore as condições de trabalho e respeite mais seus trabalhadores.
Fonte: Contraf-CUT, com edição Bancários PA