Banpará: Sem bancos públicos não há desenvolvimento para o Brasil

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Na contramão do BB, Caixa e Banco da Amazônia, o Banpará é o único banco público que segue contratando, abrindo novas agências e com a meta de chegar a todos os 144 municípios do Pará. Mas nem tudo são flores, o Banco do Estado do Pará teve seus momentos dificeis. Na década de 90 quase é privatizado, só não o foi, graças á mobilização e coragem dos bancários e bancárias na época que abriram mão de 20% dos seus salários em prol da manutenção do banco público.

“Não foi uma decisão fácil e muito menos convencer os colegas a fazerem o mesmo, mas naquele momento as nossas vidas e de nossas famílias dependiam dos nossos empregos, então abrir mão de parte do nosso salário era a única alternativa que tínhamos para ao menos termos uns próximos anos com nossos empregos garantidos. Disso não me arrependo”, recorda emocionada a diretora do Sindicato e bancária do Banpará, Vera Paoloni.

Com a posse do atual governo federal, os tempos sombrios parecem ter voltado desde quando Jair Bolsonaro (PSL), ainda candidato à presidência da República, afirmou que é possível privatizar mais de 100 estatais “tranquilamente”, mas ressalvou que há áreas que devem permanecer sob o controle do governo, como as que geram energia, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e “talvez o miolo” da Petrobras.

Depois de eleito, o governo de Bolsonaro, por meio da Secretaria Especial de Desestatização e Desinvestimento, prevê privatizar o Banco do Nordeste do Brasil (BNB). A lista de nomes é extensa e poderia impactar 131 companhias. A meta é obter US$ 20 bilhões ainda neste ano com a negociação de estatais.

Segundo os dados divulgados pela secretaria, as duas áreas que devem ter o maior número de empresas impactadas são a energética com 39 empresas, seguida por óleo e gás com 19 empresas. Na sequência, vem o setor financeiro com 16 companhias e depois comércio e serviços com 14 estatais a serem privatizadas ou capitalizadas.

“Oficialmente não temos nenhuma declaração sobre o futuro do Banpará, mas com base no BNB, um banco estadual como o Banco do Estado do Pará, estamos em sinal de alerta. Até porque mesmo o governo dizendo que iria continuar com o controle do BB e da Caixa, já vemos sinais de abertura do capital nesses bancos tão quão importantes para a sociedade em geral”, destaca a dirigente sindical e bancária do Banpará, Odinéa Lopes.

Criado pela lei 1819, de 30 de novembro de 1959, no governo Moura Carvalho, somente em 1961 o Banpará teve a sua carta-patente aprovada pela Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), que, na época, era o órgão fiscalizador do setor bancário.

Em 26 de outubro de 1961, o Banpará começou suas atividades com apenas 17 funcionários.

Em 18 de fevereiro de 1966, foi inaugurada a primeira agência no interior, na cidade de Santarém. Fora do Pará, a agência do Rio de Janeiro foi a primeira a ser inaugurada, no ano de 1967.

Em 12 de dezembro de 1979, foi aprovada a mudança da sigla do banco, de BEP para Banpará, uma vez que era confundida com a de outras instituições financeiras. A troca permitiu uma identificação mais imediata do banco com o estado.

De todos os bancos públicos, o Banpará é o mais novinho, organizado sob a forma de banco múltiplo, com a missão de gerar valor para o Pará, como um banco autossustentável que atua para o desenvolvimento econômico e social.

“Para que o Banpará siga com essa missão ele precisa continuar público e para ele continuar público precisamos resistir de forma organizada. Para isso, na próxima sexta, dia 15, vamos realizar na nossa sede administrativa em Belém, o seminário ‘Bancos públicos desenvolvimento pra toda gente’, aberto para toda a sociedade e totalmente de graça”, convida o presidente do Sindicato e bancário do BB, Gilmar Santos.

 

Fonte: Bancários PA com informações da Reuters

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