A agência do Bradesco, mais conhecida como Bradescão, localizada no principal corredor financeiro de Belém, ainda nem tinha aberto para atendimento ao público; quando do lado de fora, diretores e diretoras do Sindicato lançavam oficialmente, nas ruas, a Campanha Nacional da categoria bancária.
“Amanhã, lá em São Paulo, o Comando Nacional dos Bancários se reúne com a Federação Nacional dos Bancos para debater a defesa dos empregos na mesa “Trabalho”, e a nossa presidenta, Tatiana Oliveira, já está na capital paulista reunida com o Comando para discutirem as estratégias de negociação, e daqui estamos nas ruas, para informar categoria e população em geral que estamos oficialmente em plena Campanha Nacional”, destaca a diretora da Contraf-CUT, Rosalina Amorim.
A agência escolhida não foi por um acaso, além de ser a Gerência Regional no Pará, o Bradesco registrou uma queda de 578 postos de trabalho em doze meses e 588 postos fechados na comparação com o trimestre imediatamente anterior. Além disso, no mesmo período, foram encerradas 151 agências e abertas três unidades de negócio, totalizando 2.704 agências e 802 unidades de negócios.
“Só aqui no Pará, do final do ano passado até hoje, em torno de 20 agências fecharam as portas, o que tem como consequência demissões e realocação de colegas para unidades que sequer tem lugar para eles trabalharem, todos esses transtornos geram adoecimentos e são colegas assim que recebemos no nosso Sindicato com as mais diversas patologias psicológicas. Trabalhadores e trabalhadores que entraram no banco saudáveis e estão saindo adoecidas e que a gente dá todo o suporte jurídico e orientação na área de saúde, necessários”, explica a dirigente sindical e funcionária do banco, Eliana Lima.
Ao mesmo tempo em que demite e fecha agências, o Bradesco é um dos bancos que mais lucra no Brasil; ele, Itaú Unibanco e Banco do Brasil — concentraram 75% de todo o lucro líquido do setor financeiro no Brasil em 2023, segundo levantamento do Bank of America (BofA).
“É uma conta que literalmente não fecha e não podemos aceitar calados, por isso estamos hoje aqui e lá em São Paulo, abrindo as rodadas de negociação da nossa Campanha em defesa dos empregos, na frente de um banco privado que junto com os demais são os que mais demitem trabalhadores e trabalhadoras de acordo com o Dieese”, destaca a vice-presidenta do Sindicato, Vera Paoloni.
Calendário de negociações
• Junho: 26/6
• Julho: 2, 11, 19 e 25/07
• Agosto: 6, 13, 20 e 27/8
Os nove eixos da minuta de reivindicações, aprovados pela categoria, são:
•Aumento real de 5% (inflação + 5%), PLR maior e ampliação de direitos
•Fim do assédio e dos instrumentos adoecedores na cobrança de metas
•Representação de todos os trabalhadores do ramo financeiro
•Defesa dos empregos, considerando os avanços tecnológicos no trabalho bancário
•Redução da taxa de juros para induzir o crescimento econômico e geração de emprego e renda
•Reforma tributária: tributar os super ricos e ampliar a isenção do IR na PLR
•Fortalecimento das entidades sindicais e da negociação coletiva
•Ampliação da sindicalização
•Fortalecimento do debate sobre a importância das eleições de 2024 para a classe trabalhadora na defesa de seus direitos e da democracia: eleger candidatos e candidatas que tenham compromisso com as pautas dos trabalhadores
Fonte: Bancários PA com Contraf-CUT