Em nova reunião, superintendência regional do Itaú nega assédio e etarismo

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Lá de São Paulo, por vídeoconferência, o setor de relações sindicais do Itaú acompanhava atentamente a terceira reunião solicitada pelo Sindicato para tratar sobre denúncias de assédio moral e etarismo em algumas agências do Pará.

Daqui de Belém, a presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira junto com o diretor da entidade que também é bancário do Itaú, Sandro Mattos, apresentavam as demandas para a superintendência regional do banco no Pará.

“Esse foi nosso primeiro contato presencial que infelizmente foi para tratar de um assunto delicado e felizmente por termos sido ouvidos como representantes do funcionalismo que se sente mais seguro desabafando com a gente. Queríamos e precisávamos ouvir todos os lados e a partir de agora é aguardar pelas mudanças, mesmo que segundo o banco, as denúncias no macro não procedem, e se forem pontuais, serão conversadas em busca de alterações. Não estamos pedindo nada além do que deveríamos fazer que é tratar os outros com respeito”, destaca Sandro Mattos.

De acordo com a Consulta Nacional feita junto aos trabalhadores e trabalhadoras no ramo financeiro em julho deste ano, mais de 40% deles fazem uso de medicamentos controlados. A mesma pesquisa também revelou que a cobrança excessiva por metas resulta em preocupação constante, cansaço, desmotivação e crises de ansiedade e pânico, afetando a saúde e bem-estar deles.

Além disso, 25% dos adoecidos e adoecidas no INSS são do setor financeiro, sendo que a categoria representa 2% do total da classe trabalhadora

As denúncias vão desde assédio moral em reuniões virtuais e presenciais, com cobrança de metas e exposição de ranking de produtividade, até demissões sem justa causa de bancários e bancárias com mais idade e tempo de banco, o que sugerem possíveis casos de etarismo, que consiste no preconceito e discriminação contra pessoas com idade avançada.

O setor de relações sindicais do banco reiterou o canal de denúncias anônimas da própria empresa, e a superintendência regional negou as denúncias. Ainda de acordo a superintendência regional do Itaú a cobrança por metas é repassada com leveza e respeito nas reuniões com gerentes regionais; já com os gerais, o encontro é mensal para treinamento e/ou feedback, sem foco nas metas.

Ainda segundo o banco, os supostos casos de assédio moral e etarismo podem ser pontuais, mas serão averiguados para que medidas cabíveis sejam tomadas, pois na prática e no dia a dia, uma equipe desmotivada não faria a região ser a 3ª melhor do Brasil, e pela primeira vez com um gerente de negócios da Região Norte.

“O ambiente de trabalho e as relações construídas dentro dele também é política, o ser humano é um ser político e é nesse quesito que precisamos refletir como as cobranças ou os feedbacks mesmo positivos são feitos, porque se um tempo depois daquela reunião um colega que teve um resultado ruim foi demitido, aquele que não está conseguindo bater as metas pode se sentir ameaçado e o próximo a sair da empresa. A mensagem ela nunca é isolada, sempre há um contexto. Da mesma forma o etarismo, quando se faz estudos sobre o perfil da categoria, a média de faixa etária não ultrapassa os 45 anos de idade, ou seja, a maioria é de pessoas mais jovens”, avalia Tatiana Oliveira.

 

Fonte: Bancários PA com Contraf-CUT

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