Israel prende Ahed Tamimi, ativista ícone da resistência palestina, por ‘incitação ao terrorismo’

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A ativista palestina Ahed Tamimi, de 22 anos, foi presa pelo exército israelense nesta segunda-feira (6) em Nabi Saleh, sua cidade natal na Cisjordânia. O motivo da prisão, conforme comunicado divulgado por Israel, é “incitação ao terrorismo”. Conhecida mundialmente por seus protestos contra a ocupação israelense na Cisjordânia desde os 13 anos de idade, Saleh se tornou um ícone da resistência palestina.

Segundo declarações de uma fonte do exército israelense à agência de notícias AFP, a prisão aconteceu durante uma operação no norte da Cisjordânia para deter “indivíduos suspeitos de envolvimento em atividades terroristas e incitação ao ódio”.

A ativista palestina Ahed Tamimi, de 22 anos, foi presa pelo exército israelense nesta segunda-feira (6) em Nabi Saleh, sua cidade natal na Cisjordânia. O motivo da prisão, conforme comunicado divulgado por Israel, é “incitação ao terrorismo”. Conhecida mundialmente por seus protestos contra a ocupação israelense na Cisjordânia desde os 13 anos de idade, Saleh se tornou um ícone da resistência palestina.

Segundo declarações de uma fonte do exército israelense à agência de notícias AFP, a prisão aconteceu durante uma operação no norte da Cisjordânia para deter “indivíduos suspeitos de envolvimento em atividades terroristas e incitação ao ódio”.

Em declaração à AFP, Narimane Tamimi, a mãe da ativista, negou que a filha tenha feito postagens de incitação ao terrorismo. “Eles a acusam de ter publicado uma mensagem que incita a violência, mas Ahed não a escreveu. Há dezenas de contas [nas redes sociais]com a foto de Ahed, mas com as quais ela não têm vínculo. Quando Ahed tenta abrir uma conta, ela é bloqueada imediatamente”, disse a mãe.

Uma vida em defesa da Palestina

Em 2012, uma imagem de Tamimi correu o mundo. Com 13 anos de idade, no meio de uma estrada deserta, ela enfrentou dezenas de soldados, protegidos com capacetes e metralhadoras. Em dezembro de 2017, aos 17 anos, a jovem ativista foi detida pelo exército isralenese no pátio de sua casa e passou oito meses na prisão Sharon, em Israel.

Segundo relato de seu pai, Bassem Tamimi, também ativista de direitos humanos, à rede Al Jazeera naquela ocasião, soldados das Forças Armadas de Israel bateram às 3h na casa da família, entraram na residência e a detiveram, sem apresentar as razões.

Ao longo das décadas seguintes, a ocupação israelense nos territórios palestinos – apoiada pelos Estados Unidos – foi se tornando mais dura, o que estimulou a criação de movimentos de resistência. Foram inúmeras tentativas frustradas de acordos de paz e, na década de 1990, se chegou ao Tratado de Oslo, no qual Israel e a Organização para Libertação da Palestina se reconheciam e previam o fim da ocupação militar israelense.

O acordo encontrou oposição de setores em Israel – que chegaram a matar o então premiê do país – e de grupos palestinos, como o Hamas, que iniciou sua campanha com homens-bomba. Após a saída militar israelense das terras ocupadas em Gaza, ocorreu a primeira eleição palestina, vencida pelo Hamas (2006), mas não reconhecida internacionalmente. No ano seguinte, o Hamas expulsou os moderados do grupo Fatah de Gaza e dominou a região.

Em 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou sua maior operação até então, invadindo o território israelense e causando o maior número de mortes da história do país, 1,4 mil, além de fazer cerca de 200 reféns. A resposta israelense vem sendo brutal, com bombardeios constantes que já causaram a morte de milhares de palestinos, além de cortar o fornecimento de água e luz, medidas consideradas desproporcionais, criticadas e rotuladas de “massacre” e “genocídio” por vários organismos internacionais.

 

Fonte: Brasil de Fato, com informações da AFP, Carta Capital e Opera Mundi

 

 

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