‘Marcha pelo Clima’: Sindicato soma-se à luta por medidas emergenciais contra a crise climática no Oeste do Pará

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As máscaras tão usadas na época da pandemia de Covid-19 voltaram a ser item indispensável e de proteção contra a fumaça pelas ruas de Santarém e região; e foi assim que a maioria das pessoas que participaram da ‘Marcha pelo Clima’, na última segunda-feira (2), saíram no centro da cidade.

“Enfrentamos uma situação desesperadora devido às inúmeras queimadas na nossa região. Essas queimadas são provenientes do agro e da especulação imobiliária. Pedimos socorro e além disso providências, como fiscalização e punição para os culpados, para que ano que vem não tenhamos que passar por isso novamente. Além das queimadas, a seca extrema castiga os ribeirinhos, matam os nossos peixes, rios e igarapés. Nós queremos ser vistos e ouvidos por nossos governantes, nas três esferas. Precisamos de ajuda”, pede a diretora do Sindicato dos Bancários do Pará em Santarém e região, Rafaela Carletto.

“As queimadas, estiagem e seca estão afetando populações tradicionais. Segundo o monitoramento atmosférico, Santarém apresenta um ar perigoso para a saúde, segundo o site IQar. A situação já afeta a cidade há mais de um mês, e as medidas governamentais não são suficientes para controlar os focos, reduzir e punir os criminosos. O ato pede também que as leis ambientais sejam mais severas e haja punição pra esses crimes”,

O Sindicato esteve presente na manifestação pacífica e soma-se à luta por medidas emergenciais para reduzir os impactos da crise climática no Oeste do Pará. Faixas e cartazes exibiam a dor, a revolta com desespero em forma de apelo para os Governos Municipal, Estadual e Federal.

As queimadas, estiagem e seca estão afetando populações tradicionais. De acordo com o MPF, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o estado paraense lidera o ranking nacional de focos de incêndio já que 43,3% das queimadas registradas no mês de novembro foram nesta parte da Amazônia.

Ao longo de 2024, foram 51,3 mil focos de incêndios registrados, número maior que o de outros 14 estados juntos.

Segundo o monitoramento atmosférico, Santarém está no ranking das cidades com a qualidade do ar mais baixa do mundo. A situação já afeta a cidade há mais de um mês, e as medidas governamentais não são suficientes para controlar os focos e reduzir as queimadas na região.

“Nós estamos aqui chamando a atenção do poder público, principalmente dos governantes, do Governo Estadual, do Governo Federal, para que possam estar pensando políticas públicas voltadas para a Amazônia. Nós precisamos chamar a atenção e precisamos trabalhar juntos. Nossa função aqui é pressionar os governantes para que eles se organizem e as políticas públicas possam chegar até a base”, destacou a representante do Conselho Indígena Tupinambá, Raquel Tupinambá.

No dia 24 de novembro, Santarém registrou péssimos Índices de Qualidade do Ar (IQar); exatos 581 (IQar) foram alcançados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que este índice se mantenha entre 0 e 50, portanto, a cidade conhecida como “Pérola do Tapajós” superou em 42,8 vezes o valor de poluição do ar tolerável para a saúde humana.

Pela primeira vez na história, a cidade foi o lugar do planeta onde era mais difícil respirar. Ao ultrapassar a marca dos 500 µg/m³, a população amazônica foi exposta a um ar considerado perigoso.

A mobilização foi organizada pela Frente pelo Clima Santarém, que reúne mais de 80 movimentos sociais da região. Uma carta propositiva, com medidas organizadas em prioridades, foi enviada aos órgãos governamentais cobrando medidas emergenciais e estruturais, de curto, médio e longo prazos para o enfrentamento dos impactos das mudanças climáticas na região.

 

Fonte: Bancários PA com agências de notícias

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