O que está por trás da liberação do FGTS?

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Segundo o governo, a liberação de recursos das contas ativas e inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) vai permitir a injeção de R$ 28 bilhões na economia este ano e mais R$ 12 bilhões em 2020, mas para o Sindicato dos Bancários do Pará a proposta da equipe econômica de Jair Bolsonaro, na verdade, representa mais uma tentativa de desmonte da Caixa, que centraliza os depósitos FGTS para privilegiar o mercado financeiro que está de olho nesses recursos.

“A medida pode trazer um alívio para os trabalhadores em meio à crise que assola o país, mas o sentimento deve ser momentâneo, afinal um dos maiores problemas que o país enfrenta, o do desemprego, não será resolvido. Investimentos desse tipo impactam em áreas como a construção civil, que geram emprego, renda e crescimento econômico a médio e longo prazo”, avalia a vice-presidenta do Sindicato e bancária da Caixa, Tatiana Oliveira.

De acordo com a Caixa, a Carteira de Crédito Habitacional alcançou em dezembro de 2018 R$ 444,7 bilhões, sendo que deste montante R$ 265,2 bilhões com recursos do FGTS.

Para dar conta da demanda que irá aumentar ainda mais nas agências bancárias, quando os valores forem liberados para saque automático e aniversário do FGTS, a Caixa anuncia uma possível interrupção do Programa de Demissão Voluntária (PDV) e quer que 2 mil bancários e bancárias, todos atendentes em agências, adiem suas saídas (muitas com datas já marcadas). Dos 84 mil trabalhadores e trabalhadoras do banco, 3.500 aderiram ao PDV.

“Isso é uma total falta de respeito com os colegas que pediram demissão, muitos programaram o que fazer após a saída do banco, e agora vem a direção da empresa pedir que fiquem mais um pouco para aguentar a sobrecarga de jornada ainda maior que virá nos próximos dias, sendo que a medida também não resolve outro grave problema que bancários, clientes e usuários enfrentam diariamente, o da piora no atendimento por falta de funcionários. Além disso, a Caixa insinua que os próprios bancários seriam os responsáveis pelos problemas no atendimento da instituição”, pondera o presidente do Sindicato, Gilmar Santos.

Segundo a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), em 2014, a CEF tinha 101 mil trabalhadores e um déficit de 2 mil. Este ano, está com 84 mil – 17 mil a menos.

Em maio desse ano, a Caixa anunciou uma reestruturação que prejudicou todo o funcionalismo, transferindo da área de suporte para as agências milhares de trabalhadores e, ao mesmo tempo, abriu o PDV.

 

Fonte: Bancários PA com informações da Contraf-CUT e Fenae

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