Projeto Brasil em 200 Nomes resgata luta dos trabalhadores desde a Independência

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Já está disponível no site do Centro de Memória Sindical uma seleção de 200 personalidades que tiveram impacto positivo na vida dos trabalhadores e das trabalhadoras desde 1822. Batizado de Brasil em 200 Nomes, o projeto foi lançado na última segunda-feira, 15, em evento na Câmara Municipal de São Paulo.

O número 200 faz referência ao bicentenário da Independência do Brasil, que será comemorado no próximo dia 7 de Setembro, e todo o trabalho de pesquisa e curadoria foi realizado pela equipe do Centro de Memória Sindical com o apoio das centrais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB.

Entre os nomes que compõem a lista estão personalidades do campo progressista das mais diferentes áreas, desde a política, cultura, esporte, até o trabalho, com nomes conhecidos pelo público, como Chiquinha Gonzaga e Zuzu Angel, e também aqueles que merecem projeção pela luta que fizeram, como os ferroviários Raphael Martinelli e Demistóclides (Batistinha).

Ao ler a lista, feita por ordem de nascimento, é possível revistar a história do Brasil por meio das lutas pela Independência, pela República, pela abolição, passando pelo modernismo, pelo trabalhismo dos anos de 1930, pelas primeiras lutas sindicais e políticas, pela resistência à ditadura militar, pela redemocratização, construção das centrais sindicais, até os dias atuais.

Secretário-geral da CUT-SP, Daniel Calazans participou da solenidade de lançamento e, durante sua fala, lembrou das lutas operárias existentes desde o período da colonização, em 1500, quando os europeus chegaram ao Brasil, fazendo os imigrantes colonos de servos, e os indígenas e africanos escravizados, torturados e milhares deles, mortos. “Temos uma democracia graças à capacidade de luta e de organização de nossos companheiros e companheiras desde quando os europeus aqui desembarcaram. Uma luta feita até chegarmos a 1822 num processo que ainda está em construção. É emocionante quando vejo as centrais sindicais, movimentos populares e partidos progressistas se unirem em um projeto de resgate das lutas e conquistas que nós fizemos, não somente contando essa história, mas ocupando em 2 de outubro os espaços de poder e de decisão”, disse.

“É em nome da democracia que nós conseguimos, enquanto movimento sindical e de resistência, sobreviver até agora, e é esse regime que gostaríamos de mantê-lo por nele encontrarmos condições de nos organizar, mobilizar e conquistar as políticas públicas e sociais para que o povo, de fato, se constitua como cidadão”, continuou o dirigente.

Após a mesa de abertura, foram feitos blocos com outras lideranças sindicais, que leram os nomes dos homenageados que compõem a lista do projeto. Em sua fala, a presidenta da CUT-SP, Telma Victor, citou políticos como Ulysses Guimarães, Miguel Arraes e João Goulart, sindicalistas como o bancário Salvador Romano Losacco, o metalúrgico Benedito Cerqueira, o urbanitário Clodesmidt Riani, e personalidades de outras áreas como o sociólogo Florestan Fernandes, o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, e o educador Paulo Freire.

A cerimônia desta segunda foi acompanhada da apresentação da Corporação Musical Operária da Lapa, a banda mais antiga em atividade no país, criada em 1881.

Além da lista de nomes, que pode ser consultada aqui, os visitantes do site também poderão conferir o material “Brasil em 200 obras”, que destaca contribuições importantes na literatura, música, cinema, TV, fotografia e quadrinhos, além de artigos e uma linha do tempo das lutas dos trabalhadores.

 

Fonte: CUT Nacional

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