Sindicato presente no Dia Nacional em defesa das empresas públicas

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A defesa feita contra as privatizações é que o Estado não pode abdicar da participação em setores da economia que são de interesse público fundamental, sob o risco de privar a população carente de receber recursos básicos, como água, energia elétrica, entre outros.

O apagão no Amapá que durou quase um mês é um dos exemplos do quanto à privatização não é boa para a população brasileira, em especial a mais carente. Na época, em busca de tentar solucionar uma das piores crises no setor elétrico do país, a empresa estrangeira privada, responsável pelo abastecimento na região, não tinha transformador reserva e teve que ser foi socorrida pela Eletrobras, por meio da Eletronorte, subsidiária que contratou unidades termoelétricas para reabastecer o estado.

Alguns meses depois, quem está na mira das privatizações é o Banco do Brasil (BB), inclusive no último dia 17, o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) apresentou na Câmara dos Deputados, um Projeto de Lei (PL 461/2021) que altera a Lei 9.491 de 1997 e inclui o BB no Programa Nacional de Desestatização.

Nesta quarta-feira (4) foi Dia de Mobilização Nacional em defesa das empresas públicas. Várias centrais sindicais, confederações e sindicatos, entre eles o Sindicato dos Bancários do Pará, deram voz ao movimento aqui no Estado.

“A privatização do Banco do Brasil, o primeiro banco público do país não é ruim somente para a categoria, é ruim também para a população, em especial a mais carente. Prova disso foi a preocupação que vimos de perto de vários aposentados e aposentadas em Cametá, que vieram de longe para receber o benefício e com a agência fechada por conta de um ataque, teriam que se deslocar para mais longe, outra cidade e muitos sequer tinha dinheiro pra isso, pois forma somente com a passagem de ida, contando como benefício, para voltarem pra casa”, lembra o diretor do Sindicato e bancário do BB, Gilmar Santos.

A unidade em Cametá, na região do Baixo Tocantins, não vai fechar, mas o exemplo citado foi para mostrar o quanto o banco é importante na vida de vários paraenses. Mas os municípios de Ourilândia do Norte, Ourém, Curuçá, Água Azul do Norte e Monte Dourado (distrito de Almeirim) não terão mais unidades do Banco do Brasil, segundo anúncio feito pelo próprio banco no início do ano.

Bom para agricultura familiar

Na Safra 2019/ 2020 da agricultura familiar, no total de crédito contratado, o Banco do Brasil operou com 379.719 contratos que somaram R$ 14.237.909.696,97. Isso correspondeu a 27% do total geral de contratos (1.406.625) e a 49,35% do total geral de recursos financiados no Brasil (R$ 28.853.354.751,37).

“O Banco do Brasil é o principal operador de crédito rural do País, sem ele, os pequenos agricultores terão dificuldades para conseguir financiamento e darem continuidade ao trabalho no campo, o que vai impactar diretamente no alimento que chega a nossa mesa, que, aliás, está cada vez mais caro. A agricultura familiar é de suma importância para assegurar a segurança alimentar e nutricional da população brasileira, uma vez que é responsável por 70% dos alimentos consumidos no país”, destaca a presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira.

Década de 90: Quando a privatização ganhou força no Brasil

Foi durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) que o programa de privatizações ganhou mais força. FHC criou o Conselho Nacional de Desestatização e acelerou bastante o processo de privatização de empresas públicas no país.

Bancários e bancárias da Caixa e do BB viveram tempos difíceis na época. O resultado disso foram demissões em massa, arrocho salarial e até mesmo fraudes nos balanços das instituições para simular falsos prejuízos aos cofres da União e, assim, justificar suas vendas, segundo denuncia do jornalista econômico Aloysio Biondi no livro Brasil Privatizado, lançado em 1999 e reeditado em 2014.

“É como se estivéssemos revivendo esses tempos sombrios, mas um milhão de vezes pior no governo Bolsonaro, pois temos aí a pandemia que se arrasta há mais de ano e com a vacina a conta gotas, diante do pior momento da crise sanitária mundial, com cerca de 2.000 mortes nas últimas 24 horas, além disso, nosso país está no pior cenário do desemprego e voltamos ao mapa da fome. Ou reagimos todos juntos nesse momento em favor das vidas que não se foram ou seremos ainda mais massacrados, porque sim, o projeto desse governo ainda é muito pior”, avisa a vice-presidenta do Sindicato e secretária geral da CUT-PA, Vera Paoloni.

 

Fonte: Bancários PA com Spbancarios

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