Bancários e bancárias das regiões Sul, Sudeste, Oeste, Nordeste e também da capital paraense aprovaram por unanimidade a minuta de reivindicações específicas da categoria do Banpará durante o 4º Encontro dos trabalhadores da instituição, no último sábado (24), no auditório do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região em Belém.
“A aprovação da minuta por unanimidade foi graças à unidade de toda a categoria aqui presente. Essa unidade também nos trará, com certeza, mais uma Campanha Específica vitoriosa, como tem sido ao longo dos últimos cinco anos. Já demos o pontapé inicial, agora a tarefa de todo o funcionalismo do Banpará é participar das mobilizações e se engajar nas atividades da Campanha Específica 2012 no banco”, destacou a presidenta do Sindicato dos Bancários, Rosalina Amorim.
“É importante que essa unidade também esteja presente durante toda a Campanha Nacional. Aqui no Pará, teremos uma mesa de negociação difícil com o Banpará, que já deu provas do quanto não respeita seus funcionários e nos últimos meses já descomissionou vários bancários”, ressaltou o diretor da Contraf-CUT, Adilson Barros.
Na minuta específica, os trabalhadores e entidades sindicais definiram quais são suas prioridades para esse ano: mapeamento e divulgação das reformas nas agências de todo o Estado; contratação de mais bancários através de concursos públicos; transparência no processo seletivo interno; fim das metas para progressão de carreira; e que o transporte de valores seja feito por empresas especializadas e não mais por bancários.
“Essa necessidade da contratação de empresas de segurança para o transporte de valores é gritante no interior do Pará. Nós bancários acabamos sendo alvos fáceis dos criminosos quando assumimos essa responsabilidade que nunca foi nossa. Por isso, sugiro que o Banco apresente a nota fiscal de serviço da empresa de transporte de valores para que possamos monitorar onde esse tipo de transporte não é feito por bancários”, propôs um bancário que sofreu tentativa de seqüestro no início do ano.
Ainda segundo ele, o Banco pagava cerca de cem reais para que um policial militar fizesse a segurança dele durante o transporte de valores. “Por conta de todo esse descaso do Banco, que nem sequer pagou as despesas da minha transferência, entrei com um processo na justiça do trabalho contra o Banpará e agora estou sofrendo vários tipos de retaliações. Já fui afastado de minhas funções e também estou respondendo processo administrativo que eu nem sei o motivo”, finalizou.
Outra prioridade são os critérios claros e objetivos para os comissionamentos e descomissionamentos. “Quando um bancário é descomissionado não é só uma gratificação que ele está perdendo, ele perde também a própria dignidade, porque ninguém do Banco informa a ele qual foi o seu erro para que ele possa pelo menos ter a chance de corrigi-lo”, afirmou a diretora do Sindicato e também funcionária do Banpará, Érica Fabíola.
Os bancários também exigem a instalação imediata do ponto eletrônico. “Só com a instalação do ponto eletrônico é que daremos fim de uma vez por todas do banco de horas, sinônimo de prejuízo ao trabalhador que acaba não tendo como provar e receber o pagamento elas horas trabalhadas a mais além da sua jornada”, disse a diretora do Sindicato e também funcionária do Banpará, Odinéa Gonçalves.
Durante o Encontro, a diretora da Fetec-CUT/CN e também da CUT-PA, Vera Paoloni sugeriu que durante a Campanha Nacional seja lançada a campanha “+ Saúde – Metas”, a qual foi reforçada pela presidenta do Sindicato com outra formulação: “Mais saúde e NÃO às metas”, aceita por todos os participantes do evento.
“Essa jornada excessiva e a imposição desumana pelo cumprimento das metas tem causado o adoecimento de muitos trabalhadores, por isso a necessidade de uma campanha que combata esse tipo de abuso, de assédio moral”, reforçou Vera Paoloni.
Os trabalhadores e trabalhadoras do Banpará também aprovaram moções de repúdio contra o transporte de valores feito de forma irregular e ao Projeto de Lei do Governo do Estado nº 210/2011, mais conhecido como Parceria Público Privada, aprovado na semana passada pela base aliada do governo Jatene que pretende privatizar 14 setores públicos, entre eles o Banpará, importante tanto para a sociedade como para o funcionalismo do Banco; e em apoio ao movimento ‘Xingu Vivo Para Sempre’.
Fonte: Bancários PA