Na noite de ontem (6) o governador Helder Barbalho (MDB) divulgou um vídeo nas redes sociais sobre a ampliação das medidas de segurança durante o pagamento de benefícios nas agências do Banpará.
Em quase dois minutos de fala, além de jogar a culpa das aglomerações no tipo de atendimento – “eu não aceito esse tipo de atendimento”, ainda exige agilidade e que ele seja “humanizado em respeito à população”.
Vale destacar que esse atendimento é operacionalizado pelos 1.388 bancários e bancárias na linha de frente, em 134 agências do Estado, todas com quadro de pessoal reduzido e jornada exaustiva de até 10 horas, em média, por dia, dependendo da região. Como se sabe, agências bancárias, são espaços fechados e com ar refrigerado, ambiente propício à disseminação do coronavírus.
É humanamente impossível realizar um atendimento “ágil e humanizado”, como o governador exige, quando os bancários e bancárias sofrem junto com a exaustão, que será ainda maior com a abertura das unidades aos sábados, o medo de uma infecção, reinfecção, de levar pra dentro de casa o vírus, e o pior, de morrer, pois há mais de um ano, pela essencialidade do serviço que realizam, não puderam parar.
No início de 2021, antes mesmo de as primeiras vacinas chegarem ao Pará, o Sindicato mais uma vez enviou outro ofício ao Governo do Pará, dessa vez para pedir a inclusão da categoria no calendário de prioridade da vacina. Sem resposta.
E hoje (7), no Dia Mundial da Saúde, enquanto o governador exige atendimento “ágil e humanizado”, o Sindicato volta a cobrar do Governo e prefeituras respostas efetivas quanto ao pedido, que vem sendo feito desde o início do ano, de prioridade da categoria na vacinação contra a Covid-19, pois só assim os bancários e bancárias poderão trabalhar de forma segura e continuar realizando o atendimento que sempre fizeram.
Desde o início da pandemia, o Sindicato segue cobrando e garantindo, a todo o funcionalismo, equipamentos de segurança e prevenção como máscaras (já tendo solicitado as máscaras PFF2 ou N95 com a chegada das variantes), álcool em gel e barreiras de acrílico nas mesas e guichês de atendimento, higienização das agências, teste e afastamento imediato daqueles que apresentarem sintomas ou se alguém da família que mora na mesma casa testar positivo, bem como o isolamento do grupo de risco.
Quanto à vacina, além dos ofícios encaminhados ao Governo do Pará e prefeituras, a entidade conseguiu apoio de deputados e vereadores que fizeram requerimentos aos respectivos poderes, e conseguiu somente ser recebida, de forma virtual, pela Secretaria de Saúde de Belém que vai pautar a demanda em reuniões internas.
Por fim, o Sindicato reafirma que a concessão dos benefícios é de extrema importância nesse momento e deve continuar, diante de milhares de famílias desempregadas e passando fome.
Salvar vidas deve ser prioridade e a vacinação em massa é fundamental nesse sentido. Mas como o ideal ainda não é real, priorizar a proteção daqueles que estão mais expostos diariamente à infecção ou reinfecção, como os bancários e bancárias, é a forma mais eficaz de frear a disseminação do vírus.
Assim como os profissionais de saúde são essenciais no combate à pandemia, no sentido de atender, orientar e cuidar de todas as pessoas que foram infectadas pelo coronavírus, a categoria bancária também continua sendo indispensável em outra linha de frente, a da economia, assegurando o pagamento dos programas governamentais para atenuar parte dos efeitos dessa crise sanitária, e portanto merecem também uma gestão humanizada, que pense também na operacionalização dos pagamentos de servidores e benefícios emergenciais, que ocorrem todos ao mesmo tempo, sem devida organização prévia, deixando trabalhadores e trabalhadoras ainda mais exaustos e adoecidos.
Sindicato dos Bancários do Pará