Mais de 66% das famílias brasileiras estão endividadas

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Com a crise econômica agravada pela pandemia do novo coronavírus, mais de 14 milhões de trabalhadores desempregados, a falta de um projeto de desenvolvimento econômico e social do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), que acabou até com o pagamento do auxílio emergencial, 2021 começa com mais famílias endividadas.

Em janeiro de 2021, o percentual de famílias brasileiras endividadas, com dívidas em atraso ou não, chegou a 66,5% – em janeiro do ano passado eram 65,3%, segundo a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgada nesta quinta-feira (18), pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

São dívidas com cartão de crédito, cheque especial, empréstimo pessoal, prestações de casa e carro, carnês, crédito consignado.

O cartão de crédito continua o vilão. Segundo a CNC, o percentual de dívidas com cartão de crédito entre o total de endividados chegou a 80,5%, subindo para um patamar histórico. Em janeiro do ano passado, a taxa era de 79,8%.

Outros 16,8% têm dívidas com carnês, 9,9% com financiamento de carro e 8,4% com crédito pessoal.

O tempo médio com pagamento em atraso chegou a 63,3 dias e o tempo médio de comprometimento com dívidas ficou em 6,9 meses, de acordo com a CNC.

Inadimplência

O percentual de inadimplentes, ou seja, famílias com dívidas ou contas em atraso, chegou a 24,8%, abaixo dos 25,2% de dezembro, mas acima dos 23,8% de janeiro do ano passado.

As famílias que não terão condições de pagar suas contas somaram 10,9% do total, abaixo dos 11,2% de dezembro, porém, acima dos 9,6% de janeiro de 2020.

“Com o fim do auxílio [emergencial]e o atraso no calendário de vacinação, as famílias de menor renda precisarão adotar maior rigor na organização do orçamento”, disse a economista responsável pela pesquisa, Izis Ferreira.

De acordo com ela, essa conjuntura faz o crédito ter papel ainda mais importante na recomposição da renda. É preciso seguir ampliando o acesso aos recursos com custos mais baixos, mas também alongar os prazos de pagamento das dívidas para manter a inadimplência sob controle.

 

 

Fonte: CUT Nacional

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