161 anos: Caixa Pública é Caixa Social

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Neste 12 de janeiro, a Caixa completa 161 anos. Tatiana Oliveira, presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, é bancária da Caixa há quase 10 anos. Mas a história da Caixa e da Tatiana tem muito mais em comum. Assim como Tatiana, a Caixa tem nome de mulher, aliás é o único banco brasileiro com nome feminino. A Caixa também foi a primeira instituição financeira a ter uma mulher bancária em seu quadro funcional. Em 1921, Aurora Gouveia assumiu a função.

“A importância da Caixa para o Brasil e para o povo brasileiro é enorme. A Caixa foi vítima dos anos de chumbo, tanto é que somente em 1969, a Caixa foi constituída como uma empresa pública federal, através do Decreto-Lei Nº 759, do presidente Costa e Silva, em plena ditadura militar. Mais de um século e meio depois, a Caixa mais uma vez exerce um papel fundamental para o país em plena pandemia com o pagamento do auxílio emergencial com milhares de bancários e bancárias na linha de frente para garantir o atendimento de milhões de pessoas. Enquanto várias pessoas puderam ficar em casa no auge da pior crise sanitária do mundo, muitos colegas não, se expuseram, se arriscaram, adoeceram, mas nem todos puderam voltar às atividades, para a família, o vírus foi letal”, destaca Tatiana Oliveira.

A trajetória das bancárias na Caixa foi tema de dissertação de mestrado da presidenta do Sindicato e bancária, Tatiana Oliveira, apresentada ao curso Maestría Estado, Gobierno y Políticas Públicas da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais e Fundação Perseu Abramo, no final do ano passado.

“A minha dissertação se propôs a refletir sobre a categoria bancária feminina da Caixa Econômica Federal. Através da história da Caixa, busquei resgatar a trajetória e as lutas das trabalhadoras do banco público, tratando de temas atuais que atravessam a condição de ser uma trabalhadora na Caixa, como a maternidade, a pandemia, os direitos das bancárias, os serviços e as políticas que a empresa executa”, explica Tatiana, agora também mestra.

Os 161 anos de história da Caixa também fazem parte da vida de outros milhares de brasileiros e brasileiras, que hoje (12) estiveram presentes no Edifício Sede, em Belém; sejam como clientes e usuários, ou como convidados para o ato-político de celebração e reivindicação. Por isso teve bolo, parabéns e pedidos.

“A Caixa é o maior agente nacional de financiamento de sonhos em comum da maioria das famílias brasileiras, o da casa própria; mas que infelizmente, o programa original Minha Casa, Minha Vida; hoje Casa Verde e Amarela, se distancia ainda mais das famílias de baixa renda, aumentando a desigualdade socioeconômica em nosso país. Portanto a nossa luta por moradia digna para todos e todas se amplia e segue resistindo”, conta o representante da Central dos Movimentos Populares (CMP), Paulo Cohen.

As principais diferenças do Minha Casa Minha Vida e Casa Verde e Amarela são a troca das faixas por grupos de renda. Há ainda a mudança no limite de renda para receber subsídio do Governo Federal, as taxas de juros reduzidas e a diferenciação entre as regiões do país.

Além da CMP, outros movimentos populares urbanos também estiveram presentes: Movimento Nacional Luta pela Moradia; União Nacional por Moradia Popular; as mulheres mães, mães solos e bancárias, pela Marcha Mundial das Mulheres. O ato também contou com a representação da CUT/Pará, da FETEC CN, do Sindicato dos Urbanitários e da CTB.

Participou ativamente da manifestação o diretor da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal – Pará, Fernando Guerreiro. “Nossos parabéns se estendem ao funcionalismo da Caixa que faz o banco ser realmente do povo brasileiro”, afirma. A APCEF integra a rede da FENAE, uma das entidades promotoras da atividade alusiva ao aniversário da Caixa nacionalmente e que contribuiu com as atividades no Pará.

Saúde Caixa

Em tempos de pandemia, saúde física e mental fez parte da lista de pedidos para 2022, mas para que elas se concretizem, além da fé e energias positivas, é necessário também um plano de saúde eficaz.

“Faltam profissionais credenciados ao Saúde Caixa para atenderem a demanda dos bancários e bancárias nas regiões Sul e Sudeste do Pará, especialmente quando estamos enfrentando não somente o coronavírus, mas como um surto de gripe em todo o Brasil. Essa reivindicação tão urgente já repassamos à Federação que está em tratativa com a direção do banco para medidas cabíveis o quanto antes”, lembra a diretora do Sindicato na região, Heidiany Moreno.

O Saúde Caixa é uma conquista da Campanha Nacional e está em vigor desde 2004. Nos últimos anos, a direção do banco e o governo têm realizado ações para precarizar os serviços e inviabilizar a manutenção do plano. Em quase todo o país, os usuários reclamam da baixa qualidade do plano, dos descredenciamentos de estabelecimentos e profissionais e do suporte ruim da Central de Atendimento.

No dia 29 de dezembro, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) lançou um abaixo-assinado para mobilizar os empregados na defesa de um Saúde Caixa de qualidade e para pressionar a direção do banco a honrar o compromisso firmado em Acordo Coletivo de Trabalho com as entidades sindicais. Mais de 25.000 assinaturas foram coletadas e entregues hoje, em Brasília, nas mãos do diretor da Superintendência Nacional da Caixa, Daniel de Castro Borges, e da gerente-executiva em exercício, Eliane Paulino.

Caixa 100% pública

Os parabéns por uma Caixa 100% pública ecoaram também em Santarém, oeste do Pará. Na agência Tapajós, dirigentes sindicais e funcionalismo da unidade se reuniram para celebrar os 161 anos da Caixa.

“Assim como o Banco do Brasil, que faço parte, a Caixa também é uma instituição pública que sofre cada vez mais a ameaça de privatização que vai atingir não somente a categoria, mas também todos os trabalhadores e trabalhadoras, principalmente os segmentos mais vulneráveis da população, bem como às políticas públicas que significam melhoria na condição de vida das pessoas em longo prazo, como educação e moradia. Caixa Social é Caixa Pública”, afirma a diretora do Sindicato na região, Rafaela Carletto.

 

Fonte: Bancários PA com Fenae

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