De várias idades, gêneros, etnias e cor; mas o motivo que as levou às ruas de Belém no 8 de março, Dia Internacional da Mulher, era o mesmo de outros anos: respeito, igualdade de gênero, fim da violência, descriminalização do aborto; porém neste ano, elas tiveram uma razão ainda maior: a ‘reforma’ da Previdência (PEC 287) de um governo não reconhecido pelas mulheres que ali estavam.
Atualmente, as trabalhadoras têm o direito de se aposentar com cinco anos a menos do que os homens, tanto na aposentadoria por 
idade quanto por tempo de contribuição.
“A diferença se justifica pelas condições desfavoráveis enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho, com salários cerca de 30% menores do que os homens em todas as faixas de idade, níveis de instrução, tipo de emprego ou de empresa; maior número de casos de assédio moral e sexual, bem como a rotatividade. Além da dupla/tripla jornada que realizam, tendo em vista a quantidade de horas por semana dedicadas por elas aos afazeres domésticos e ao cuidado com os filhos, idosos e doentes”, explica a diretora do Sindicato e bancária, Tatiana Oliveira.
Segundo dados da Pes
quisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE de 2014, as mulheres ocupadas declararam trabalhar cerca de 24 horas por semana em afazeres domésticos, enquanto homens dedicaram 10,5 horas por semana ao mesmo tipo de tarefa.
Com a ‘reforma’, existirá o mesmo tipo de aposentadoria para todas as pessoas, homens e mulheres, trabalhadores urbanos e rurais: idade mínima de 65 anos e 25 anos de contribuição.
Em número menor, dirigentes sindicais apoiaram a manifestação
A idade mínima de 65 anos só garantirá aposentadoria integral para quem tiver começado a trabalhar aos 16 anos, e isso se não tiver ocorrido durante o período, nenhuma interrupção nas contribuições, seja por desemprego seja por afast
amento. Para aqueles que entraram no mercado de trabalho só depois de formado, aos 23-25 anos, a aposentadoria sem descontos só chegará após os 70 anos. E nessa conta, as mulheres, mais uma v ez, serão as mais prejudicadas.
“Essa regra diferenciada de idade reconhece o preconceito de gênero que ocorre no trabalho. Na categoria bancária, as mulheres ocupam 49% do total de postos de trabalho e recebem, em média, salários 23% menores que os dos homens, fruto de uma sociedade machista, onde a maioria dos casais não compartilha os serviços domésticos. Em consequência, as mulheres ficam sobrecarregadas. Com a PEC 287, a Previdência vai apenas reforçar a extrema desigualdade do mercado de trabalho”, destaca a presidenta do Sindicato e bancária, Rosalina Amorim, que participou das manifestações do 8 de março em São Paulo, onde ficará até amanhã no Congresso da Contraf-CUT.
Em 
São Paulo – Além da Rosalina Amorim, outros dirigentes sindicais do Pará – Érica Fabíola, Gilmar Santos e Zé Maria, também participaram do ato unificado de várias categorias na capital paulista.
Trabalhadoras e trabalhadores (em um número menor) marcharam até a Praça da Sé, onde se reuniram com movimentos sociais em grande ato unificado com o mote “Aposentadoria fica, Temer sai. Paramos pela vida das mulheres”.
Fonte: Bancários PA com Spbancarios
