Assalto a banco termina com um vigilante morto em Belém

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Alcindo Raiol, 56 anos, era um dos vigilantes do Posto de Atendimento Bancário (PAB) que funciona dentro da CAPAF em Belém. Perto do meio-dia da última sexta-feira de julho (29) ele ficou sozinho cuidando da segurança da unidade enquanto o outro vigilante tirava o intervalo de almoço. Nesse mesmo horário, três supostos clientes entraram no local. Um na cadeira de rodas, acompanhado de uma mulher e outro homem que empurrava o cadeirante.

O trio teve acesso pela porta lateral, destinada a usuários de marcapasso e pessoas com deficiência. Assim que passaram, anunciaram o assalto. Segundo testemunhas, Alcindo tentou recuar quando percebeu a ação, mas foi rendido por um dos acusados que armado atirou contra o trabalhador que morreu no local de trabalho. Foram dois disparos, um atingiu o vigilante e o outro o teto da unidade.

Em seguida, como mostram as imagens do circuito de segurança, o trio foi ao cofre e aos caixas e levou todo o dinheiro e a arma que Alcindo usava. Um cliente também teve os objetos pessoais roubados. Na fuga, eles ainda bateram em um carro estacionado.

A mulher que fazia parte do trio esteve um dia antes na unidade para pedir informações de como transferir a conta de um parente aposentado, do interior do Pará para a capital.

O Sindicato chegou ao local minutos depois da tragédia. O dirigente sindical, Luiz Otávio, conseguiu entrar para conversar com os bancários e bancárias totalmente assustados, alguns trêmulos diante do corpo do vigilante estendido.

“Foi uma cena triste, lamentável. Orientamos os colegas sobre emissão de CAT e tivemos o cuidado de tirá-los do local do crime assim que a perícia permitiu que saíssem. Infelizmente a contenção de despesas dos bancos começa no quadro de pessoal, sejam bancários, serviços gerais e vigilantes. O ideal era sempre ter pelo menos dois vigilantes durante o expediente bancário, para que situações como essa pudessem ser evitadas ou pelo menos coibidas”, destaca o diretor do Sindicato.

O assalto ao PAB Capaf foi a 18ª ocorrência registrada este ano no Pará. A morte de Alcindo foi a primeira em decorrência de um ataque a banco. “Mais do que números, perdemos um trabalhador, uma vida, uma família perdeu um ente querido, até quando os banqueiros irão priorizar o lucro em detrimento de outras vidas? Até quando a segurança pública irá ignorar nossos pedidos de retomada d GT de Segurança Bancária para que possamos definir estratégias que inibam essas ações criminosas em nosso estado?”, indaga a presidenta da entidade sindical, Rosalina Amorim.

 

Fonte: Bancários PA

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