CN2016: Greve no BB mantém PLR semestral e conquista VR maior e anistia da greve

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A força da greve da categoria bancária nessa Campanha Nacional 2016, ao longo de 31 dias de paralisação nacional, pode não ter arrancado o acordo ideal, mas garantiu que o ciclo de ganhos reais que a categoria vem conquistando ao longo dos últimos 16 anos não fosse interrompido.

Apesar de em 2016 o reajuste nos salários ser de 8% (1,5% abaixo da inflação) e mais abono de R$ 3.500 (pago uma única vez), houve reajuste de 15% para vale-alimentação e de 10% no vale-refeição e auxílio-creche/babá, o que ajuda a manter o poder de compra da categoria e representa um ganho real indireto na salário. Em 2017, será assegurada a reposição da inflação mais 1% de aumento real para salários e verbas.

“Temos que valorizar tudo que conquistamos nessa campanha, sobretudo o abono integral dos dias parados e a garantia de ganho real em 2017 dentro de uma conjuntura onde o governo golpista tenta massacrar a classe trabalhadora. Por isso, cada bancário e bancária que ajudou a construir a greve em todas as regiões do nosso estado estão de parabéns”, destaca a presidenta do Sindicato e funcionária do Banco do Brasil, Rosalina Amorim.

Valorizar as conquistas de Campanha no Banco do Brasil

PLR semestral – Em relação ao Acordo específico do Banco do Brasil a greve conquistou a manutenção do modelo semestral da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Assim, haverá a distribuição linear de 4% do lucro líquido do primeiro semestre deste ano, acrescido dos módulos bônus e Fenaban.

Mesas temáticas – Outro destaque nas conquistas do Banco do Brasil foi a instituição de Mesas Temáticas sobre Prevenção de Conflitos, Saúde do Trabalhador e Igualdade de Oportunidades, com prazo de 180 dias para conclusão a partir da data de instalação. Readequação de quadros na Ditec (Diretoria de Tecnologia) e BB Digital também poderão ser discutidas em mesas temáticas.

Ausências permitidas – Outras reivindicações atendidas pela instituição se referem a ausências permitidas. Nesse caso, os bancários terão dois dias ao ano – podendo ser fracionados em horas – para acompanhar filhos com até 14 anos de idade a consultas médicas e odontológicas, e para participar de reuniões escolares. Mesmo critério será adotado para acompanhar filhos com deficiência, sem limite de idade. A mesma regra vale para que bancários com deficiência possam fazer reparos ou manutenção de próteses ou órteses.

Gerentes – Alteração do critério de 66,6% para 70% no módulo Avançado e recuo de 33,3% para 30% no módulo Básico nas agências. Na prática, essa mudança possibilita, a partir de janeiro de 2017, que até 795 funcionários em cargos de gerência sejam promovidos.

Anistia da greve – Uma das grandes conquistas da Campanha Nacional 2016 foi, sem dúvida, a anistia de todos os dias de greve, o que encoraja os bancários e bancárias a vir para luta em defesa dos seus direitos em mobilizações futuras.

“Fizemos uma longa greve e conquistamos aquilo que foi possível. E, diante de uma conjuntura difícil, com ameaças a direitos e ao próprio banco público. Temos que ter a consciência que a nossa luta não termina com a greve, ela é permanente e, por isso, temos que nos preparar para traçar novas estratégias que fortaleçam a luta por avanços em questões específicas, com a questão da Cassi, mais contratações, mais segurança, combate ao assédio e melhores condições de trabalho no Banco do Brasil. Precisamos seguir juntos e firmes na luta por mais conquistas”, afirma o diretor do Sindicato e funcionário do Banco do Brasil, Gilmar Santos.

Confira aqui a proposta aprovada no Banco do Brasil

Como saber se a proposta para 2017 é boa, se não sabemos o cenário econômico?
Em 2015, fizemos 21 dias de greve e conseguimos aumento real de 0,11% em uma conjuntura mais favorável aos trabalhadores. Diante de um governo que defende a retirada de direitos, manter todas as cláusulas da nossa CCT garantidas por dois anos e ainda reposição total da inflação mais aumento real de 1%, sem o desgaste da greve, é uma conquista da nossa mobilização este ano.

Mas o Sindicato não defendia o aumento real?
Defendia e defende. Em mais de uma dezena de reuniões com os bancos, o Comando Nacional dos Bancários insistiu na reivindicação do aumento real. Com a nossa luta, conseguimos avançar nos reajustes acima da inflação para vales e auxílios e garantimos elevação da primeira proposta de 6,5% para 8% com abono de R$ 3.500, além da reposição total da inflação mais aumento real de 1% em 2017. Não é a proposta que queríamos, mas é o acordo possível nessa conjuntura. Estamos chegando ao teto da greve e, após um mês, a grande imprensa começa a jogar os clientes contra a categoria, em um cenário em que o governo também investe contra os direitos dos trabalhadores. O Comando tem de ter responsabilidade com os bancários que fizeram os 30 dias de greve.

O acordo de dois anos não vai proibir que a categoria lute por outras pautas?
Muito pelo contrário. O acordo de dois anos vai permitir que os bancários se mobilizem contra a retirada de direitos, a terceirização, a privatização dos bancos públicos. Teremos garantido que não se repita o reajuste abaixo da inflação, quebrando a lógica do abono que os bancos queriam resgatar dos anos 1990. Durante o ano faremos nossas conferências e teremos mesas para debater com os bancos condições de trabalho, emprego bancário, agências digitais. E greve, inclusive, caso ameacem nossos direitos.

Como ficam vales e auxílios em 2017?
Assim como os salários, vales alimentação, refeição, 13ª cesta-alimentação, auxílio-creche, PLR e demais verbas, tudo será reajustado de acordo com a inflação mais 1% de aumento real. Ou seja, independentemente de quanto for a inflação (5%, 8%, 10%, o que for), os bancários terão direito à reposição desse índice mais 1% de aumento real.

Fonte: Bancários PA, com SP Bancários

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