GREVE começa e presidente do Banpará agride diretora do Sindicato

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100%-das-agências-da-região-metropolitana-aderiram-à-greve-no-dia-de-hojeO primeiro dia de greve do funcionalismo do Banpará foi marcado por um ato de violência gratuita e, o que é pior, pelo próprio presidente do Banco. Nesta terça-feira, 4 de setembro, o Sr. Augusto Sérgio Amorim agrediu a diretora do Sindicato que também é funcionária do Banpará, Odinéa Gonçalves. O lamentável episódio aconteceu no momento em que ela se dirigia para abrir a porta da agência para o presidente entrar.

Odinéa-Gonçalves-foi-agredida-pelo-presidente-do-Banpará-durante-ato-na-matriz-do-banco“Assim que eu me levantei, ele me pegou pelos braços e me empurrou dizendo que eu não precisava fazer aquilo. Ele se aproveitou por ser homem e eu mulher para me agredir. Isso é inadmissível. Vários clientes, usuários e funcionários do banco presenciaram o machismo desse homem. Se ele pensa que nos intimida, está redondamente enganado. Ainda hoje vou fazer um boletim de ocorrência para denunciar a agressão. E assim como hoje, todos os demais dias da greve estarei aqui na porta da matriz fortalecendo a mobilização”, afirmou Odinéa Gonçalves.

Clique aqui para assistir ao vídeo depoimento de Odinéa Gonçalves

O boletim de ocorrência foi registrado na seccional da Sacramenta. Amanhã ela será recebida pela irmã Henriqueta, da Comissão Justiça e Paz da CNBB, para denunciar o caso e pedir apoio da Comissão dos Bispos do Brasil para a luta do funcionalismo do Banpará.

Odinéa Gonçalves recebeu a pronta solidariedade do presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, do presidente da CUT Pará, Martinho Souza, do presidente do PT Municipal, Apolônio Brasileiro e da diretora da FETEC Centro Norte e funcionária do Banpará, Vera Paoloni.

Durante o turno da tarde, a diretora recebeu diversos telefonemas de funcionários e funcionárias do Banpará na Região Metropolitana e demais municípios paraenses se solidarizando com a dirigente sindical.

Em seu twitter, o deputado estadual e vice-líder do PT, Carlos Bordalo denunciou a truculência do presidente do Banpará contra uma dirigente sindical em seu legítimo e pacífico direito de greve. E o deputado federal do PT, Cláudio Puty manifestou irrestrita solidariedade e total repúdio à arbitrariedade tucana.

A assembleia no final da tarde aprovou moção de repúdio ao presidente do Banpará.

Banpará amanhece de portas fechadas em Belém

Agência Belém Centro na greveOs bancários e as bancárias do Banpará deram uma demonstração de força e unidade hoje, no início da greve geral que tomou conta do Banpará. Quase um mês depois da entrega da minuta do funcionalismo à direção do banco, os bancários em todo o Estado, cansados de tanta enrolação, decidiram em assembleia na semana passada, dar um basta à intransigência do banco e do governo do Estado e começar uma greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira (4).

Agência-Pedreira-na-greve“Hoje é apenas o primeiro dia de greve que segue por tempo indeterminado no Banpará. Tentamos de todas as formas abrir um diálogo com a direção do banco, mas como não obtivemos respostas, não nos restou alternativa que não fosse a greve”, destacou a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim.

Desde o dia 6 de agosto, após a entrega da minuta, o Sindicato encaminhou quatro ofícios à direção do banco solicitando o início das negociações. O primeiro foi no dia 7 do mesmo mês, sugerindo que o calendário específico começasse dia 10 de agosto, e a próxima rodada fosse dia 17. Em resposta, o banco disse que não tinha tempo hábil.

Postão-na-greveNo dia 16, o Sindicato reiterou o pedido de negociação e mais uma vez o banco negou. Depois mais dois ofícios foram encaminhados, porém sem resposta.

Agência-Palácio-na-greveO Sindicato também encaminhou e protocolou uma carta ao governador do Pará solicitando a intermediação dele junto à direção do Banpará para o início das negociações.

“Encaminhamos também outro ofício à Superintendência Regional do Trabalho e ao Tribunal Regional do Trabalho, que marcou uma audiência de conciliação entre o Sindicato e o Banpará, porém mais uma vez a intransigência do Banpará falou mais alto e a direção do Banco informou que só após o desfecho da mesa geral da Fenaban é que iriam negociar”, lembrou a diretora do Sindicato e funcionária do Banpará, Érica Fabíola.

Agência-São-Braz-na-greveNa mesma semana da audiência de conciliação, o Sindicato realizou um ato em frente à matriz e três dias depois, retardou a abertura da agência Belém Centro em 1 hora. Na semana seguinte, as mobilizações foram intensificadas com paralisações de 1 hora nas agências Senador Lemos, Nazaré e São Braz.

Agência-Icoaraci-na-greveOu seja, o Sindicato fez de tudo para que o banco aceitasse o pedido de negociação, porém a direção da empresa foi irredutível. Somente algumas horas antes da assembleia de deflagração da greve o Banpará resolveu mandar um ofício aceitando negociar apenas as cláusulas sociais. Apesar do Sindicato defender por aguardar a negociação para então decidir sobre o início da greve, o funcionalismo decidiu pela greve a partir de hoje e por tempo indeterminado.

“A decisão da assembleia é soberana e deve ser respeitada. A diretoria do Banpará deve dar uma demonstração clara de que pretende manter as conquistas do funcionalismo que vieram com muita luta nos últimos cinco anos e avançar em direitos na medida do lucro e do crescimento do banco no último período, fruto do trabalho dos seus funcionários”, destacou a diretora da Fetec-CUT/CN e funcionária do banco, Vera Paoloni.

Agência-Castanheira-na-greveAdesão é de 100% na capital – Na Região Metropolitana, todas as agências fechadas, cerca de 90% dos PABs também estão parados. Já no interior do Estado, 15 das 30 agências bancárias não abriram o atendimento à população.

Agência-Telégrafo-em-greve“É só com essa mobilização que iremos pressionar a direção do Banpará e mais uma vez mostrar que com bancário não se brinca, pois estamos dispostos a continuar de braços cruzados o tempo que for necessário em busca de melhores condições de trabalho, de salário e de vida”, reforçou Rosalina Amorim.

Negociação está marcada para esta quarta-feira, dia 05 – As entidades comparecerão à reunião de negociação marcada para esta quarta-feira, dia 05, após a pressão exercida pelo Sindicato na semana passada. Queremos que o Banco se comprometa em manter as cláusulas que já fazem parte do nosso acordo específico e que foram conquistadas nas últimas cinco greves. Além disso, queremos avançar em mais conquistas e direitos.

Fonte: Bancários PA

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