Não Toque em Meu Companheiro já está nas plataformas streaming

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Estreou nesta quarta-feira (15), em plataformas streaming, o documentário coproduzido pela Fenae Não Toque em Meu Companheiro. Além da categoria bancária, a história de solidariedade e comprometimento com a luta por direitos dos trabalhadores também vai ser conhecida pela sociedade. A estreia do documentário nas plataformas foi o tema da live realizada pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) na terça-feira (14). O bate-papo virtual contou com a participação da cineasta Maria Augusta Ramos, do presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, do diretor de Formação e ex-presidente da Federação, Jair Pedro Ferreira e a da bancária Maria Carolina Cardoso.

O documentário reconstrói a história de luta e solidariedade dos empregados da Caixa durante a greve dos bancários em 1991. Ele narra a perseguição e demissões injustas de 110 empregados que decidiram manter a paralisação e lutar pelos direitos da categoria. Durante mais de um ano, estes trabalhadores e suas famílias sobreviveram graças à união e solidariedade de colegas do banco, que se mobilizaram para amparar financeiramente os demitidos, até que fossem reintegrados à Caixa, em 1992.

Para o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, a experiência de viver aquele momento foi muito bonita, mas dolorosa. Ele conta que era diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo em 1991, quando ocorreram a greve e as demissões. Uma assembleia decidiu pela volta ao trabalho, mas São Paulo, Paraná e Minas Gerais decidiram manter a greve. Um dos 110 demitidos foi sua esposa. Takemoto, como diretor do sindicato, foi o encarregado de ir à agência em que ela trabalhava para dar a notícia.

“Convivi com essa experiência de ver alguém que foi demitido injustamente. Mas ela (a esposa) continuou na luta com os empregados pela readmissão e nunca perdeu a esperança de voltar porque viu a solidariedade dos outros empregados. Foi um dos momentos mais difíceis e mais ricos da nossa categoria”, disse

Jair Ferreira foi um dos demitidos. Ele morava em Londrina e era delegado sindical quando a paralisação aconteceu. Jair lembra que a greve durou 21 dias e, nesse tempo, começou a faltar dinheiro em algumas regiões. “A pressão era grande. A Caixa, em vez de ir para a negociação, decidiu retaliar e passou a perseguir os trabalhadores”, lembra.

“Foi um momento muito difícil. No dia seguinte quando voltamos a trabalhar o gerente não deixou a gente entrar. Colegas com 25 anos de Caixa passaram a ser vistos como bandidos. Nem os nossos pertences que estavam na a agência pudemos pegar”, contou Jair Ferreira.

A jovem bancária da Caixa, Maria Caroline Marotta Cardoso, não fez parte da greve, mas está no filme e diz que se orgulha muito da história de apoio entre os empregados. Ela conta que não acreditou quando soube que os outros empregados pagavam o salário dos demitidos. E enxerga a luta dos trabalhadores como inspiração. “Eles deram a ‘cara a tapa’ pelo coletivo. Isso é muito bonito e importante para a nossa história porque a minha geração tem mania de achar que os direitos não foram conquistados, que eles sempre existiram. E não foi assim. Foi com muita luta”, ressalta.

“Ao mesmo tempo em que essa história me comove, ela me angustia. Porque estamos vivendo outro momento, que é o oposto dessa luta e dessa mobilização que levou a várias conquistas”, disse a cineasta Maria Augusta Ramos, diretora do documentário. E fez uma referência ao período em que os empregados que estavam na ativa pagavam os salários dos demitidos “Não foi assistencialismo. Eles sabiam que esses 110 demitidos estavam lutando pelos direitos de todos eles, dos 35, 40 mil empregados da Caixa”, pontou.

A cineasta fez um paralelo com o atual governo e sua política neoliberal que reforça o individualismo e enfraquece a luta coletiva. “Essa adoção de políticas neoliberais, de Estado Mínimo, de desregulamentação, isso não funciona e leva a uma desigualdade muito maior do que a gente vê hoje. No nosso caso específico, nos levou à eleição do Bolsonaro e a viver uma destruição do País”, lamenta.

Se você quer conhecer mais sobre essa história, assista ao documentário em um dos canais de streaming a partir de hoje. Confira os canais e os valores:

“Não Toque em Meu Companheiro” poderá ser assistido nas cinco plataformas aos preços de R$ 6 (FilmeFilme), R$ 6,45 (Vivo Play), R$ 7,45 (Net Now), R$ 9,99 (Looke) e R$ 12,90 (Oi Play). Em breve, o documentário também estará no iTunes (R$ 14,90) e no Google Play (R$ 6,90). Para os trabalhadores da Caixa, o filme terá acesso gratuito no período de 16h às 19h do próximo domingo (19).

TV 247

Também para falar do documentário, o diretor Jair Ferreira participou, na terça-feira (14), de uma live na TV 247, com os jornalistas Gisele Federicce e Rodrigo Vianna. Para Jair Ferreira, a diretora Maria Augusta Ramos foi muito feliz em trabalhar, no filme, a campanha pelas Diretas Já e os discursos econômicos do período governo Collor. “Se pegar a Zélia Cardoso (ministra da Economia, à época) e o Paulo Guedes, não tem muita diferença”, analisa. Ele explica que hoje os trabalhadores sofrem as mesmas perseguições e ameaças de retirada de direitos.

Outras lives sobre filme

Quem quiser conhecer mais sobre a história e os bastidores da gravação do documentário, a cineasta Maria Augusta Ramos e diretores da Fenae participam, esta semana, de lives e entrevistas sobre Não Toque em Meu Companheiro. Na sexta-feira (17), o programa Bom para Todos da TVT conversa com Guta Ramos e Sérgio Takemoto, às 15h30, pelo Skype. E no domingo (19), o Canal Brasil promove live sobre o documentário, às 20h30, pelo Instagram, com a participação de Guta Ramos, Sérgio Takemoto e Jair Ferreira.

 

Fonte: Fenae

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