Norma do BC é “absurda, impertinente e facciosa”

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Em artigo publicado nesta quarta 8, o colunista da Folha de S.Paulo Elio Gaspari classifica como “absurda, impertinente e facciosa” a resolução do Banco Central (BC) sobre cédulas manchadas com dispositivo antifurto. Para o jornalista, as medidas estão “a serviço da banca” – ou seja, dos bancos –, em prejuízo da população.


O jornalista criticou particularmente a recomendação do diretor de administração do BC, Altamir Lopes, para que o cidadão procure uma delegacia e registre um Boletim de Ocorrência, caso saque uma nota manchada fora do horário de expediente das agências. “Querem impor à clientela a obrigação de batalhar numa delegacia pela recuperação de um valor que lhe pertence”, conclui.

A recomendação, segundo Gaspari, é “demófoba”, contrária ao povo, pois os mais lesados serão os de menor poder aquisitivo, para os quais uma nota de “R$ 20 ou R$ 50 significa uma refeição”. O colunista comenta ainda que “levada ao pé da letra, a recomendação deveria pedir que se fizesse um BO para que o banco explicasse por que colocou notas manchadas no seu caixa”. A Febraban, ressalta, endossou as medidas do BC e “perdeu a oportunidade de defender os depositantes”.

O colunista usa dados como número de caixas eletrônicos no país (180 mil) e a probabilidade de o cliente receber uma nota manchada (3 em 10 milhões segundo ele) para chegar ao cálculo de aproximadamente R$ 10 mil em cédulas marcadas despejadas diariamente pelos terminais de autoatendimento, montante que, lembra ele, não levaria nenhum banco à falência.

Gaspari destaca ainda que a medida, além de prejudicar o povo, nem deve cumprir seu objetivo, já que, segundo a polícia, os bandidos já teriam técnicas para limpar a tinta derramada nas notas.

Fonte: Seeb SP

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