Pau D’Arco: Justiça manda prender 15 policiais por assassinatos

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A Justiça do Pará acatou nesta terça-feira (26) denúncia do Ministério Público do Pará (MP-PA) e decretou a prisão preventiva dos 15 policiais envolvidos na chacina de Pau D’Arco, em que 10 trabalhadores e trabalhadoras foram mortos no dia 24 de maio deste ano.

Na denúncia, o MP-PA informou que a medida que a investigação avançou, a versão do suposto confronto entre policiais e trabalhadores começou a se tornar insustentável e cita a ação policial como um “teatro de operações”.

Em agosto, a apresentação do laudo da Polícia Federal determinou que os tiros que executaram os trabalhadores foram dados por seis policiais. A Polícia Civil e a Secretaria de Segurança Pública do Pará também já haviam admitido execução na ação dos policiais.

“A verdade veio a tona. Mas ainda não podemos comemorar, já que esta chacina é só uma parte dos 22 assassinatos que aconteceram no Pará só este ano. A disputa por terra está se acirrando em todo país e é uma consequência das decisões deste governo golpista, que acabou com as políticas públicas para o povo do campo, das águas e das florestas e só trabalha para o capital”, disse a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro.

A dirigente CUTista que também é agricultora familiar lembrou os números da violência no campo, que só aumenta. Segundo dados da CPT (Comissão Pastoral da Terra), só em 2017 foram mais de 63 mortes no país.

“O momento político que o país esta vivendo só faz piorar a violência no campo. A CUT não vai ficar calada. Vamos denunciar nacionalmente e internacionalmente a violência sobre nossos territórios por um projeto político que não venceu nas urnas”, denunciou Carmen.

Para a presidenta da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAGRI) do Pará, Angela Lopes de Jesus a expectativa com esta decisão da Justiça é que os policiais sejam condenados, que as penas sejam realmente cumpridas e que o Estado dê apoio as famílias das vítimas do massacre. “O apoio não é só financeiro, as famílias precisam de ajuda psicológica. A polícia civil e federal fizeram seus trabalhos, agora estamos esperando o Estado se pronunciar”, contou.

“Esperamos ansiosamente pelas conclusões de outros inquéritos que estão em andamento, como o caso da líder quilombola e diretora sindical de Moju, Maria Trindade da Silva Costa. Ela foi assassinada em junho deste ano e até agora nenhuma explicação. A Justiça deve ser para todos”, finalizou Angela.

 

Fonte: CUT Nacional, com informações da FETAGRI Pará

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