Sindicato se solidariza com bancários e bancárias do BB Augusto Montenegro

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Um simples depósito em um dos caixas do Banco do Brasil na Av. Augusto Montenegro foi parar na delegacia. A relatora do boletim de ocorrência é a feirante Elizelma do Rosário, que também procurou a imprensa para fazer a denúncia e compartilhou um vídeo nas redes sociais.

Segundo Elizelma, ela teria sido destratada e não conseguiu fazer o depósito que pretendia no valor de R$ 2.300,00 após o bancário se recusar a receber o dinheiro dela que estaria sujo e bagunçado. O caso ganhou repercussão em todo o Pará e os bancários estão sofrendo represálias nas redes sociais, dentro e fora do local de trabalho.

O Sindicato conversou com os empregados da unidade e vem a público se solidarizar com o funcionalismo do banco e esclarecer que Elizelma do Rosário foi atendida, mas não conseguiu efetuar o depósito porque a conta é inexistente.

Enquanto o bancário conferia o dinheiro, orientou a feirante a organizar as notas como uma simples forma até de agilizar o atendimento. Nesse momento ela teria revidado e dito “que era obrigação dele fazer isso e que assim como ela esperou 1h para ser atendida que as outras pessoas também esperassem”.

Depois de ser informada que a conta não existia, ela pediu para fazer o pagamento de um boleto e assim foi feito, o documento devidamente autenticado foi entregue a ela.

O Sindicato lamenta a repercussão negativa que o caso ganhou e principalmente o fato de a imprensa ter ouvido apenas a versão da feirante, causando críticas e ameaças feitas por alguns leitores na seção de comentários de um portal de notícias local.

Vale ressaltar que a demora por atendimento nas agências bancárias em todo o país é reflexo da falta de contratação de mais bancários e bancárias, pauta permanente em todas as Campanhas Nacionais da categoria bancária, e também de ações judiciais, paralisações e manifestações. Contudo, a maioria dos clientes e usuários desconta a indignação, pela longa espera, no trabalhador que não tem culpa pelo número reduzido de trabalhadores nas agências. No final, todos são vítimas (bancários, clientes e usuários) da ganância dos banqueiros.

Segundo Pesquisa do Emprego Bancário (PEB), divulgada início do mês pela Contraf-CUT, em parceria com o Dieese, com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, de janeiro a junho de 2016, os bancos brasileiros fecharam 6.785 postos de trabalho no país.

A análise por Setor de Atividade Econômica revela que os Bancos Múltiplos com Carteira Comercial, categoria que engloba grandes instituições como Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander fecharam 5.304 postos de trabalho.

Do total dos desligamentos ocorridos nos bancos, 62% foram por demissão sem justa causa, perfazendo 10.916 demissões. Os desligamentos a pedido do trabalhador representaram 28% do total e totalizaram 4.928.

Esse déficit causa sobrecarga de trabalho, extrapolação da jornada e até o adoecimento de muitos trabalhadores que precisam ser afastados para tratamento, afinal do outro lado do balcão estão sentados seres humanos, e não máquinas, que precisam beber água, ir ao banheiro, ter intervalo para almoço e acima de tudo respeito por parte dos patrões, clientes e usuários.

Quanto aos comentários publicados no portal de notícias local em desfavor da categoria bancária, inclusive fazendo apologia ao crime, o Sindicato informa que já está tomando todas as medidas judiciais cabíveis contra os autores das publicações.

 

Sindicato dos Bancários do Pará

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