Sobre a participação do Sindicato e da Contraf no XI ENEB

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Por Rômulo Weyl*

O Sindicato dos Bancários do Pará apóia, e sempre apoiará, a realização do ENEB (Encontro Nacional dos Empregados do Banco da Amazônia), assim como incentivará a participação de seus diretores e associados neste evento tão importante para os trabalhadores e trabalhadoras do Banco da Amazônia.

Já em relação ao patrocínio cobrado pela AEBA não podemos dar a mesma afirmativa categórica, devido ao fato de o Sindicato já ter a responsabilidade de ser um dos patrocinadores, coordenadores e realizadores do 4º Congresso Nacional dos Empregados do Banco da Amazônia, que será realizado no próximo dia 11 de agosto, no Hotel Regente, em Belém.

Ressalta-se que o Sindicato considera o ENEB de tamanha importância para a nossa categoria no Banco da Amazônia que, até hoje, não consegue entender porque este evento, que deveria acontecer a cada dois anos, será realizado apenas agora depois de três anos, sem nenhuma justificativa, nenhum motivo plausível por parte da atual gestão da AEBA. Esse atraso na realização do ENEB gerou como consequência, no mínimo, a não escuta dos trabalhadores do banco em mais um espaço específico de discussão.

Sinceramente, também não conseguimos entender como pode a atual direção da AEBA agir de duas maneiras distintas no tratamento político às correntes do movimento que hoje estão na direção do Sindicato e que são ligadas à CONTRAF-CUT. Sim, porque, por não ter vencido às eleições para o Sindicato do Pará em 2010, o grupo político que está na AEBA hoje questiona a lisura daquele processo eleitoral, rotula de antidemocrática a atual gestão do Sindicato, a tal ponto de ter recorrido à justiça para invalidar o processo eleitoral para a nossa entidade sindical. Porém, tanto o Tribunal de Justiça quanto o Ministério Público atestaram que a última eleição para o Sindicato foi legítima, transparente, democrática e soberana, pois de fato respeitou a decisão da maioria dos bancários e bancárias do Pará e Amapá.

Por outro lado, a atual direção política da AEBA não questiona o processo eleitoral ocorrido em 2011 para a nova gestão da nossa associação. Será porque nesse pleito eles foram vencedores? E olha que a antiga direção da AEBA era exatamente parte da atual direção política do Sindicato. Não é estranho isso? Porque nos espaços onde o grupo que hoje compõe a direção da AEBA vence não há “roubo”? E porque onde eles perdem sempre há “falcatruas” e os processos são sempre antidemocráticos”?

Outro ponto bastante inquietante é o fato de os atuais dirigentes da AEBA nos chamarem de “governistas”. Outro discurso vazio. Outra falácia que não dá para entender, visto que organizamos e dirigimos TODAS as greves da categoria desde o primeiro mandato do PT no governo federal, e também aqui no Estado, e em todas elas saímos com aumento real para a categoria, inclusive no Banco da Amazônia. É uma pena que o grupo que atualmente dirige a AEBA só se contenta em apedrejar a nossa entidade sindical.

Também devemos ressaltar que a atual gestão da AEBA tem duas mesas de negociação que são reconhecidas pelo Banco da Amazônia: a que é coordenada pelo Sindicato do Maranhão, e a que é coordenada pela CONTEC, e isso sem entrar no mérito de que a AEBA tem assento no COMIR e é reconhecida pelo banco para ter seus representantes eleitos em todas as suas unidades. Por consequência, se considerarmos apenas as mesas do Maranhão e da CONTEC, veremos que quem está em desvantagem somos nós do Sindicato do Pará, que só participa da mesa coordenada pela CONTRAF-CUT. Portanto, há espaço para todos os representantes das entidades mencionadas participarem do processo de negociação com o Banco da Amazônia durante as campanhas nacionais, há espaço para negociação de todos os pleitos apresentados pela categoria. O que não aceitamos é que a AEBA viva de fazer apedrejamentos e denuncias vazias contra o Sindicato e ainda assim se arvore em dizer é uma entidade parceira nossa, quando na verdade faz o jogo do patrão atacando deliberadamente a entidade dos trabalhadores.

Os dirigentes da AEBA faltam com a verdade quando dizem que não participamos dos fóruns políticos que eles organizam, ou que o Sindicato ou a CONTRAF-CUT não convida a AEBA para os espaços políticos dos empregados do Banco da Amazônia que organizam. A atual direção da AEBA fica extasiada ao nos rotular de antidemocráticos. Porém, quero deixar claro que participamos de todos os eventos para os quais somos chamados, porque para nós o trabalhador é o mais importante e, quando realizamos algum evento, convidamos a AEBA porque entendemos que todos as visões de mundo devem ser consideradas – isso é democracia. Inclusive, a AEBA esteve representada em mesa no último Congresso dos Empregados do Banco da Amazônia e na última Conferência estadual da categoria.

Ratificamos em nossa visão de mundo que as saídas para os trabalhadores em processo de Campanha Nacional devem ser negociadas, e acreditamos em mesa de negociação, com muita pressão da base, através de manifestações, greves etc. Sabemos que as divergências políticas no seio da categoria são salutares. O que não é saudável são visões extremadas, ou tudo ou nada. Veja como exemplo a CAPAF: há uma solução posta, mas o Sindicato e a AEBA tem visões de resolução diferentes. O Sindicato visa uma saída possível e negociada, disso somos a favor, pois consideramos que quem tudo quer, nada consegue. De que adianta “ganhar” no grito, mas não levar? Tanto isso é verdade que a maioria do pessoal da ativa no Banco da Amazônia (que deveria se sentir representado pela AEBA) já aderiu aos novos planos de previdência da CAPAF, pois sabe que a manutenção da caixa de previdência do banco é fundamental para que os novos empregados da empresa tenham acesso a um plano previdenciário, conquista essa que a AEBA dificulta com sua intransigência.

Por fim, não entendemos porque a atual gestão da AEBA só fala a verdade em parte, pois sabemos que o ENEB é construído, organizado e patrocinado pela AEBA. E não é agora, depois de todos esses anos, e olha que já estamos no XI ENEB, que AEBA gostaria que o evento saísse da sua mão, como organizadora e patrocinadora, e passasse a responsabilidade para o sindicato? Ou é? A impressão que dá é que a AEBA passa por graves dificuldades financeiras, fruto do seu isolamento na categoria, fato nunca visto anteriormente.

Será que a AEBA gostaria de deixar de ser a organizadora ou patrocinadora de seu maior evento, o ENEB? Sempre as entidades tiveram seus eventos, e a CONTRAF, FETEC E SINDICATO sempre valorizaram e participaram do ENEB como entidades convidadas, e não apenas com a participação de seus diretores, quando são funcionários do Banco, porque tanto o nosso Sindicato, como a Federação Centro Norte ou a Confederação do Ramo Financeiro valorizam e respeitam o ENEB, enfatizando-se que este sempre era realizado antes do Congresso Banco da Amazônia, sendo suas teses aproveitadas inclusive para a minuta do ACT, daí as nossas entidades não entenderem porque o ENEB não foi realizado em 2011, não sendo dada nenhuma justificativa para sua base, diante dessa inquietação.

*Rômulo Weyl é psicólogo, Técnico Científico do Banco da Amazônia e diretor financeiro do Sindicato dos Bancários do Pará

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