TOP 8 motivos para não esquecer que Bolsonaro é racista, machista e homofóbico

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Ex-presidente não é nem nunca foi simpático a segmentos minorizados da sociedade como negros, negras, mulheres e população LGBTQIA+ e sua história comprova seu ódio.

A história e a conduta de Jair Bolsonaro não negam. Racismo, misoginia, homofobia, transfobia, sem falar no desprezo pelos pobres, são provados por diversas de suas ‘passagens’ durante os últimos anos nos mais variados espaços. No parlamento, na presidência, na mídia e em qualquer lugar, Bolsonaro não demonstrou respeito à diversidade.

Do deboche e da ironia com pessoas que morriam sufocadas pela Covid-19, as piadas de muito mau gosto no cercadinho — espaço onde dava entrevistas diárias a apoiadores no Palácio da Alvorada —, Bolsonaro se destacou como ‘mito’, por seus seguidores por ataques a adversários e grupos vulneráveis.

Agora, o homem que construiu sua carreira sobre esse padrão de conduta enfrenta seu maior pesadelo. A democracia, que tanto ele atacou o julga, no Supremo Tribunal Federal (STF) por, entre outros motivos, tentativa de golpe de Estado e participação em um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Para não esquecer o perfil político e ideológico de Bolsonaro, relembramos a seguir alguns dos episódios mais cruéis do ex-presidente quando se trata de misoginia, homofobia e racismo.

1.   Racismo e homofobia no mesmo episódio:

Em 2011, durante programa de TV, Bolsonaro foi questionado sobre como reagiria se tivesse um filho gay. Respondeu que isso não aconteceria, pois seus filhos receberam “boa educação”. Na mesma edição, a cantora Preta Gil perguntou como ele reagiria caso um de seus filhos se apaixonasse por uma mulher negra. A resposta foi: “Eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem educados e não viveram em um ambiente como, lamentavelmente, é o seu”. Naquele mesmo contexto, também afirmou que não viajaria em avião pilotado por um cotista.

2.   “Jamais ia estuprar você, você não merece”

Em 2014, em meio a bate-boca no plenário, disse à deputada Maria do Rosário (PT-RS) que não a estupraria porque ela “não merecia”. Depois, em entrevista ao Zero Hora, reafirmou: “Ela não merece porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar, porque não merece”. Em 2017, a Terceira Turma do STJ confirmou a condenação por danos morais, e o STF manteve a decisão, obrigando Bolsonaro a pagar R$ 10 mil à deputada.

3.   “Fraquejada”

Durante palestra no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, em 2017, fez uma fala sobre sua própria família. “Eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens, aí no quinto eu dei uma fraquejada e veio uma mulher”. O comentário misógino foi rebatido por movimentos feministas e organizações sociais.

4.   Turismo sexual

Bolsonaro também declarou que o Brasil não poderia ser um país de turismo gay, mas que “quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher fique à vontade”. Entidades feministas reagiram. À época da declaração, em 2019, Cleone dos Santos, da Marcha Mundial de Mulheres, avaliou: “Temos uma luta histórica contra o turismo sexual e hoje temos um presidente da República desconstruindo isso. É o maior retrocesso que já vivemos”.

5.   “Dar o furo”

Em 2020, comentou o depoimento de Hans River, na CPMI das Fake News, insinuando que a jornalista Patrícia Campos Mello havia oferecido sexo em troca de informações: “Ela queria um furo. Ela queria dar um furo a qualquer preço contra mim”. Foi condenado a pagar R$ 20 mil por danos morais.

6.   “Pintou um clima” com meninas venezuelanas

Em 2021, relatou que viu adolescentes venezuelanas “se arrumando para ganhar a vida” e usou a expressão ‘pintou um clima’. “Três, quatro, meninas bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas, num sábado, em uma comunidade (…) Pintou um clima, voltei. (…) Meninas bonitinhas de 14, 15 anos, se arrumando no sábado para quê? Ganhar a vida”. A fala foi interpretada como apologia à exploração sexual infantil, e Bolsonaro precisou se retratar em rede nacional.

7.   Transfobia

Em 2022, rejeitou debates sobre identidade de gênero ao afirmar: “Joãozinho tem que ser Joãozinho a vida toda”. A fala foi interpretada como negação da existência de pessoas trans no país.

8.   “O Brasil não deve nada aos negros”

Ainda em 2017, afirmou que “o Brasil não deve nada aos negros”. Além de negar a história do país com seus mais de 300 anos de escravidão, Bolsonaro ainda irnonizou a população negra. “Fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Acho que nem pra procriador serve mais”. A declaração foi denunciada à Procuradoria-Geral da República (PGR) e gerou condenação em primeira instância por racismo, revertida posteriormente em segunda instância.

Mais: Vale lembrar ainda que durante o governo, Bolsonaro reduziu a atuação da Secretaria de Políticas para as Mulheres, desmontou conselhos voltados à população LGBTQIA+  e enfraqueceu políticas de igualdade racial. Especialistas apontam que a estratégia ampliou a vulnerabilidade de grupos historicamente discriminados.

Leia também: TOP 4 ações de Bolsonaro que desmentem seu patriotismo e atacam a soberania do país

Michelle, sua esposa, defende, mas especialistas rebatem

A esposa de Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, em 2022 saiu em defesa do marido. “Ele é taxado como racista e um dos melhores amigos dele há 20 anos atrás é o Hélio Negão. Ele é taxado como fascista, como homofóbico e nós temos amigos gays, eu tenho um primo que é gay. Ele é taxado como misógino e ele é casado com quem? Com uma filha de cearense [sic]”.

Mas a justificativa, na verdade, segue um padrão conhecido para justificar ou esconder a homofobia e o racismo, o de usar amizades ou parentesco como prova de ausência de preconceito. Pesquisadores lembram que o argumento é frágil e não elimina práticas discriminatórias.

Artigo publicado no Jusbrasil explica que dizer “eu até tenho um amigo gay” é típico da chamada “homofobia velada” ou “homofobia light”, usada como defesa contra acusações de preconceito, mas sem efetiva aceitação.

Em entrevista ao UOL, a  pesquisadora Anhamona de Brito reforçou que “ter negros e gays como amigos ou parentes não faz com que o preconceito e a discriminação se dissolvam no ar”.

Já a professora Zilda Marcia Gricoli Ioko, da USP, reforçou que “reconhecer alguém da família não representa uma verdadeira transformação, muitas vezes a rejeição se mantém”.

 

Fonte: CUT Brasil

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