Ontem (20), bancários e bancárias do Banco do Brasil (BB) em todo o país realizaram o Dia Nacional de Luta contra o novo plano de funções comissionadas implantado de forma unilateral pelo banco. Em Belém, a manifestação aconteceu em frente ao prédio da Humaitá.
No Pará e Amapá, o novo plano está suspenso, graças a liminar obtida na justiça pelo Sindicato dos Bancários do Pará. “Felizmente obtivemos essa liminar histórica e única em todo o país, o que nos deixa de certa forma aliviados, mas não de braços cruzados diante de tanta intransigência por parte da direção deste banco, que, aliás, no dia seguinte a nossa vitória recorreu na justiça e teve o seu pedido indeferido; e em caso de descumprimento terá que pagar quinhentos mil reais por dia de multa”, destaca a presidenta da entidade, Rosalina Amorim.
“Escolhemos fazer o Dia Nacional de Luta no prédio em que funcionam a CSL, CSO; RESEG (e mais recentemente o PSO), pois há mais de uma década essas dependências vêm sofrendo constantes reestruturações com redução dos postos de trabalho, sobrecarga de serviço e adoecimentos de trabalhadores, sendo que nessas unidades há um grande público alvo para o novo plano de funções”, afirma o diretor do Sindicato e funcionário do Banco do Brasil, Fábio Gian. O dirigente sindical lembra ainda que “o Sindicato produziu um material e já pediu apoio a parlamentares no Congresso para que este seja lido em pronunciamento oficial cujo tema central trata dos problemas que as reestruturações do banco causam para o funcionalismo, bem como os impactos dessas reestruturações para toda a sociedade”.
A Contraf-CUT, representada pelo seu secretário de relações de trabalho, Adilson Barros também acompanhou a manifestação e garantiu que a Confederação, junto com os sindicatos, está se empenhando na defesa dos direitos dos trabalhadores. “Sempre buscamos o diálogo com a direção de todos os bancos, e no BB não foi diferente, pois acreditamos que esse é o melhor caminho, porém mais uma vez a direção do banco ignorou até a sugestão do próprio Ministério do Trabalho que pediu ao Banco do Brasil para abrir uma negociação para discutir o assunto conforme o proposto pelas entidades em nível nacional. Dessa forma, a Contraf orientou que os sindicatos ingressem em juízo no intuito de barrar o novo plano de funções do BB naquilo que prejudica os trabalhadores”.
Nossa luta não para!
Esse foi o segundo Dia de Luta no BB realizado no Pará. No dia 31 de janeiro, o Sindicato fez outra manifestação contra o novo plano de funções em frente à superintendência do banco na Av. Presidente Vargas. “É apenas o começo de tantas outras mobilizações que faremos, pois não vamos permitir que o Banco do Brasil tire nossas conquistas obtidas em mesas de negociação com muita luta e disposição da categoria”, garante o diretor do Sindicato e também funcionário do BB, Gilmar Santos, que hoje está em São Paulo, representando o funcionalismo do Pará, na reunião do Comando Nacional com a Comissão de Empresa dos Funcionários do BB que avalia a melhor estratégia a seguir.
Além das duas mobilizações e a ação na justiça, o Sindicato dos Bancários do Pará, através da sua presidenta, também entregou à presidenta Dilma Roussef um documento com essa e outras reivindicações do funcionalismo do Banco do Brasil no Pará no início do mês durante a entrega de 1.080 unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida em Castanhal.
De acordo com a justiça, no Pará e Amapá o Banco do Brasil não pode mais:
1) Exigir dos empregados que a partir de 28.01.2013 passaram a ocupar “função de confiança”, a assinatura em “termo de posse para o exercício de função de confiança”;
2) Realizar o descomissionamento de funcionários ocupantes de “função de confiança” que não tenham realizado a assinatura do “termo de posse para o exercício de função de confiança”até o dia 04.02.2013;
3) Reduzir os salários dos empregados ocupantes de funções comissionadas e que se recusem a assinar o “termo de posse para o exercício de função de confiança” e que possuam mais de 10 (dez) anos de percepção de gratificação de função;
4) Exigir do empregados que desejem optar pelo exercício de “função gratificada”, a assinatura em “termo de posse para o exercício de função gratificada”;
5) Reduzir o conjunto remuneratório dos trabalhadores que, tendo ou não assinado “termo de posse” tenham optado por “função gratificadas” com jornada de 6h/dia;
6) Não aceitar a opção de seus funcionários por “funções gratificadas” com jornada de 6h/dia, mesmo quando estes funcionários se opuserem à obrigação de assinar “termo de posse para o exercício de função gratificada”.
Fonte: Bancários PA