8 de março: Mulheres paraenses vão às ruas de Belém por liberdade, autonomia e igualdade

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8 de março é dia de luta das mulheres8 de março é Dia Internacional da Mulher, mas no lugar de flores e de presentes, mais de 500 mulheres de vários movimentos sociais, entre eles o Sindicato dos Bancários do Pará, Central Única dos Trabalhadores e Marcha Mundial das Mulheres saíram pelas ruas da capital paraense em busca de liberdade, autonomia, respeito e igualdade de oportunidades e de direitos.

Divididas em alas que representavam as denúncias, indignações, ousadia e também coragem para enfrentar as dificuldades e preconceitos do dia a dia por serem mulheres, negras, mães solteiras; a caminhada saiu do Largo do Redondo no bairro de Nazaré até a Assembleia Legislativa do Pará (Alepa).

Com cartazes, faixas e palavras de ordem cada mulher expressava a sua revolta e indignação. Nem mesmo a chuva e o sol forte desanimaram crianças, jovens, adultas e senhoras.

A presidenta do Sindicato Rosalina Amorim intervindo durante o ato“O 8 de março representa um dia de luta para as mulheres, pois ao longo da história já conquistamos muitos direitos e já avançamos muito no mercado de trabalho. Porém é importante que a luta continue para avançarmos ainda mais, derrubando essa lógica machista de não dar oportunidade às mulheres e discriminando-as nos cargos de gestão ou mesmo com diferenças salariais. Por isso, seguiremos lutando para garantir nosso espaço, nossos direitos e respeito na sociedade”, afirma a segunda mulher presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.

Durante o percurso, algumas paradas em frente ao Centro Integrado de Governo, Prefeitura Municipal de Belém, Ministério Público e Alepa para protocolar a pauta de reivindicações feminista.

Mulheres-da-CUT-Pará-reivindicaram-liberdade-e-autonomia-sindical“As autoridades política municipal e estadual, se quiserem, podem minimizar a desigualdade que muitas de nós ainda sofremos. Uma dessas alternativas seria a criação da Secretaria Estadual de Política para as Mulheres do Estado do Pará, assim como fez o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Assim teríamos uma secretaria exclusiva para analisar nossas demandas e criar políticas públicas que beneficiassem as mulheres paraenses”, destaca a presidenta da CUT Pará, Miriam Andrade.

Além de Belém, a manifestação aconteceu simultaneamente nos municípios de Barcarena, Igarapé Miri, Marabá, São Francisco do Pará e Santarém.

Lutas e conquistas

No Brasil, as mulheres têm mais anos de estudo e escolaridade mais alta que os homens. Porém, os salários são mais baixos que os dos homens e elas não conseguem ser promovidas a cargos de direção.

Integrantes-da-Marcha-Mundial-das-Mulheres-ajudaram-a-caminhada-a-fazer-barulho-em-defesa-da-liberdade-das-mulheresNa política, as mulheres são 51, 95% do eleitorado e conseguiram eleger uma presidenta, o que é uma grande conquista. No entanto, ainda têm uma baixa representatividade no Parlamento: apenas 8,77% das cadeiras da Câmara dos Deputados e 13,28% do Senado Federal são ocupadas por mulheres. Sem mulheres na política, como lutar por igualdade de condições?

Em termos de segurança, conseguiram a aprovação da Lei Maria da Penha, mas que ainda não está sendo implantada adequadamente. Faltam Juizados de Violência Doméstica, e o Estado não oferece proteção eficaz nem suporte psicológico adequado para as vítimas. Enquanto isso, a cada dois minutos cinco mulheres são agredidas no Brasil.

A-faixa-carregada-na-manifestação-já-diz-tudoOutro dado alarmante é a violência sexual: estima-se que uma em cada três mulheres no mundo já sofreu ou vai sofrer algum tipo de violência sexual. A sociedade prefere questionar a roupa da mulher no lugar de ensinar aos homens a não agredir nem tratar mulheres como propriedade.

Culturalmente, o cuidado com os filhos ainda é visto como função da mulher e não como obrigação do pai e da mãe. Ainda faltam creches e, por isso, muitas mulheres são forçadas a escolher entre família e vida profissional, limitando suas possibilidades de vida. A gravidez ainda é vista como uma obrigação quando deveria ser uma escolha.

As-mulheres-tomaram-as-ruas-de-Belém-em-defesa-de-respeito-e-libertadeAs mulheres continuam sendo julgadas por terem vida sexual. A sociedade ainda nega à mulher o direito a decidir como viver sua vida sexual e o que fazer com seu próprio corpo.

O Sindicato dos Bancários do Pará luta pelo reconhecimento das trabalhadoras bancárias do nosso Estado e está sempre à disposição para recebê-las e solucionar os problemas que enfrentam no ambiente de trabalho. Parabéns a todas as mulheres que trabalham e lutam para construir um mundo melhor!



Fonte: Bancários PA, com Fenae Net

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