8M: Pela primeira vez, duas mulheres na presidência e vice do Sindicato

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As mulheres bancárias representam metade da categoria em todo o país. E aqui no Pará, elas são representadas, pela primeira vez, por duas mulheres que ocupam os principais cargos da diretoria: presidência e vice-presidência.

Tatiana Oliveira, bancária da Caixa, é presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, mas a história de luta no movimento sindical começou ainda na adolescência, mais especificamente nos campus da Universidade Federal do Pará, onde ela se formou em direito.

Antes de ser presidenta, na gestão passada Tatiana foi vice-presidenta, em gestões anteriores foi assessora do Sindicato; além de ser militante na Marcha Mundial das Mulheres, faz mestrado e junto a todas essas atividades é mãe.

“Minha rotina traduz um pouco da realidade de muitas bancárias que desenvolvem várias funções, e isso não nos faz heroínas, pelo contrário, a vida de nós mulheres só mostra o quanto ainda somos massacradas por esse sistema capitalista e patriarcal, pois ocupar espaços de poder requer esforço, dedicação e tempo, e infelizmente tempo é o que menos temos, diante de tantas tarefas para administrar ao longo dia. Falta tempo principalmente quando precisamos cuidar da gente. Há anos lutamos por igualdade de oportunidades, de direitos, de salários, mas o que era desigual piorou ainda mais nessa pandemia. E mais uma vez, nós fomos as mais afetadas em todos os sentidos: econômico, social e familiar”, destaca.

Segundo o relatório “Mulheres na pandemia”, da Gênero e Número:

50% das mulheres brasileiras passaram a cuidar de alguém na pandemia;

72% afirmaram que aumentou a necessidade de monitoramento e companhia;

41% das mulheres que seguiram trabalhando durante a pandemia com manutenção de salários afirmaram trabalhar mais na quarentena;

91,2% das mulheres acreditam que a violência doméstica aumentou ou se intensificou durante o período de isolamento social – 8,4% das mulheres afirmaram ter sofrido alguma forma de violência nesse período. Esse percentual aumenta entre as mulheres nas faixas de renda mais baixa (12,7%) e também entre as mulheres rurais (11,7%).

Junto à presidência está a vice, Vera Paoloni, que foi a primeira presidenta do Sindicato, em 1998, e na gestão anterior foi diretora financeira. Vera também é dirigente da Fetec-CUT/CN e secretária geral da CUT-PA, além de mãe e avó, seus filhos, netos e netas cresceram acompanhando as atividades sindicais.

“Foi vendo e sentindo de perto essa necessidade de nem sempre ter com quem deixar nossos filhos ou netos para acompanhar as atividades do Sindicato que na gestão da segunda presidenta mulher do Sindicato, a companheira, Rosalina Amorim, criamos o Espaço Criança na nossa sede. Lá nossos pequenos podem ficar e uma espaço seguro, colorido e divertido, enquanto as mães, pais ou responsáveis podem participar e acompanhar com mais atenção das nossas agendas, que por conta da pandemia, infelizmente está fechado. E seguimos em luta para garantir e ampliar direitos às mulheres bancárias e às trabalhadoras, finaliza.

No primeiro mandato, a conquista de um canal de atendimento às bancárias

Ainda de acordo com o relatório “Mulheres na pandemia”, da Gênero e Número:

91,2% das mulheres acreditam que a violência doméstica aumentou ou se intensificou durante o período de isolamento social – 8,4% das mulheres afirmaram ter sofrido alguma forma de violência nesse período. Esse percentual aumenta entre as mulheres nas faixas de renda mais baixa (12,7%) e também entre as mulheres rurais (11,7%).

E foi no ano em que a pandemia começou que as mulheres bancárias conquistaram a criação de um canal de atendimento às vítimas de violência doméstica, bem como seus familiares, com acolhimento psicológico, social e financeiro, em todos os bancos, entre outras ações de caráter preventivo para lidar com a questão.

Atualização do Estatuto cria Diretoria de Mulheres

Em 1993 o estatuto do Sindicato foi criado e de lá pra cá nenhuma atualização tinha ocorrido no texto, mesmo diante de mudanças na legislação trabalhista, organização do ramo financeiro e na dinâmica tecnológica e comunicacional da sociedade.

No mês passado, a categoria aprovou em assembleia virtual a proposta apresentada pela direção do Sindicato, e dentre as principais mudanças está a criação da Diretoria de Mulheres que virá somente na próxima gestão.

“Era mais do que necessário termos uma diretoria para debatermos de forma mais aprofundada nossas pautas específicas, pois infelizmente dentro da nossa categoria ainda somos as que mais sofremos com o assédio moral e sexual, além de ocuparmos menos cargos de poder e ainda receber os menores salários; e em meio a tudo isso, termos que nos dividir entre os afazeres de casa, estudos e com nós mesmas. Seguiremos lutando pela nossa igualdade em todos os espaços e acima de tudo, pelo respeito”, afirma a diretora de formação e dirigente do Sindicato em Marabá, Heidiany Moreno.

Mais mulheres

A gestão Unidade e Resistência tem outras mulheres de luta na composição da diretoria executiva: Heládia Carvalho (diretora de Seguridade Social), Suzana Gaia (diretora de Relações Sindicais), Odinéa Gonçalves (diretora de Delegacias Sindicais), Cristiane Aleixo (diretora de Bancos Federais), e Ghyslaine Cunha (diretora de Bancos Estaduais).

Já a suplência é formada por Érica Fabíola, Rosangela Ramos, Rafaela Gerônimo, Silvana Nascimento, Lilian Bequiman e Eliana Lima.

Já no Conselho Fiscal estão Rosangela Brandão e Maria Ivete Cardoso.

 

 

Fonte: Bancários PA com Gênero e Número

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