Bancários do Banco da Amazônia no oeste paraense pedem socorro

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Caravana Bancária em AlenquerDe 4 a 8 de fevereiro, o Sindicato dos Bancários do Pará visitou as agências bancárias de Santarém, Óbidos, Oriximiná, Juruti, Monte Alegre, Alenquer, Uruará, Itaituba e Rurópolis, no oeste paraense. Além de ter a oportunidade de conhecer os bancários e bancárias desses municípios, a diretoria da entidade também constatou que as condições de trabalho estão aquém das propagandas e lucros bilionários divulgados pelos bancos nos meios de comunicação.Pode até não parecer, mas este é o local de atendimento à população no Banco da Amazônia de Alenquer

O Banco da Amazônia é um exemplo desse descaso. Em Alenquer, as instalações físicas da unidade estão tomadas pelas infiltrações, além de fiações elétricas expostas, bancários e clientes dividem o mesmo espaço de atendimento ao público com equipamentos velhos (como caixas eletrônicos) e novos que deverão ser utilizados na nova agência da cidade que não tem data prevista para ser inaugurada.

A sala de arquivo que lembra um depósito“A agência bancária mais parece um depósito. São caixas, madeira, tudo espalhado em vários compartimentos da unidade. A sala que serve realmente de depósito e arquivo de documentos está alagada, documentos já foram perdidos. Para minimizar o problema, os próprios bancários colocaram lonas em cima dos arquivos. A umidade e o mofo estão por toda a parte, o que compromete a saúde de quem frequenta o local. O cenário é de completo e total abandono”, destaca a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.E esta é a sala de TI da mesma agência

“Nesse período de inverno amazônico as goteiras estão aparecendo com maior frequência, chegando a chover mais dentro do que fora, segundo relato de pessoas que frequentam o local. É lamentável, mas ao mesmo tempo revoltante as condições de trabalho da categoria no interior do Pará. Mas registramos com fotos todo o espaço e tomaremos todas as medidas possíveis para que os empregados tenham melhores condições de trabalho”, afirma o vice presidente do Sindicato e empregado do banco, Sérgio Trindade.

Marcas de tiro no teto ainda lembram o último em assalto em 2011 no Banco da Amazônia de RurópolisMais problemas – Em Rurópolis, o abandono se repete, o Banco da Amazônia é a única agência da cidade, além de um posto de atendimento do Bradesco e um banco postal do Banco do Brasil que funciona dentro dos Correios. A falta de mais agências bancárias no município não só sobrecarrega a demanda no Banco da Amazônia, como torna o local, localizado bem à margem de duas rodovias, alvo preferido de criminosos devido as rotas de fuga.

Segundo levantamento do Sindicato, desde quando a agência foi inaugurada, cerca de 10 assaltos foram registrados. O isolamento e as últimas ocorrências que ficaram marcadas nas paredes da agência, ainda deixam os empregados da unidade sobressaltados, principalmente em dias de maior movimento, que são também os dias preferidos para atuação das quadrilhas de roubo a banco.

Na última sexta (15), a sensação de insegurança aumentou, um bancário da cidade aproveitou as redes sociais para desabafar: “Hoje, antes do final do expediente, a Polícia Militar nos informou que uma quadrilha de assaltantes de bancos está planejando um assalto em nossa região. Nos recomendou para que tenhamos muito cuidado nesses dias. O comando da PM de Itaituba está monitorando a quadrilha. É uma situação angustiante que vivemos aqui. Hoje a agência estava cheia com pagamentos de aposentados e pensionistas. (…) Mesmo com toda essa insegurança, temos de dar conta de nossos trabalhos e de cumprir nossas metas. Quanto a nossa segurança, bom, isso é outra coisa; parece que não tem importância nenhuma. Como sempre digo, eu tenho uma estrela muito forte e nada acontecerá a mim e nem aos nossos servidores. Amém”.

Na tentativa de minimizar o problema, o próprio funcionalismo do banco tem sugestões para estreitar as relações com a polícia e criar mecanismos de segurança que envolvam inclusive a população. O Sindicato vai apresentar a ideia para o Banco da Amazônia e também tentar uma reunião com a Secretaria de Segurança Pública do Pará.

Além da insegurança e as péssimas condições de trabalho, melhorias no ponto eletrônico, implantação dos planos saldados da CAPAF, PLR e lateralidade são outras reivindicações do funcionalismo da região Oeste que o Sindicato já apresentou à nova diretoria, e solicitou o agendamento de reunião para discutir o assunto, bem como a retomada das mesas de negociação específica.

Fonte: Bancários PA

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