Bancários vão parar por 24h na quarta (15) contra as reformas trabalhista e da previdência

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A categoria bancária paraense estará presente na paralisação nacional de 24 horas da classe trabalhadora convocada pela CUT e demais centrais sindicais para essa quarta-feira (15). A decisão foi tomada em assembleia realizada no início da noite dessa segunda-feira (13), em Belém, na sede do Sindicato dos Bancários do Pará.

“15 de março é Dia Nacional de Paralisação Contra as Reformas da Previdência, Trabalhista, e a retirada de direitos dos trabalhadores. Nesse sentido, o Sindicato dos Bancários do Pará orientou aprovação da paralisação em assembleia e convoca toda a categoria bancária no estado a se somar ao movimento e tomar as ruas nesta quarta-feira, em todo o Brasil, em protesto às reformas golpistas que o presidente ilegítimo Michel Temer quer impor aos trabalhadores”, afirma a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.

Em Belém, haverá concentração a partir das 9 horas na Praça da República para construção de um grande ato público na capital paraense. Além dos bancários e bancárias, categorias como dos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios, Rodoviários, Urbanitários e da Rede Estadual de Educação também estarão na linha de frente dessa mobilização.

“É possível que os bancos queiram descontar desse dia, mas, conforme outras paralisaçõess e greves de 24 horas que já organizamos, o Sindicato tentará reverter em mesa negociação ou através de ação judicial. O importante agora é colocar na balança o que está em jogo e lutar com as armas que temos para barrar as reformas trabalhistas e da previdência e defender os bancos públicos”, destaca o diretor do Sindicato, Gilmar Santos.

Privatizada, previdência chilena paga aposentadoria menor que salário mínimo

A luta por um sistema previdenciário justo, sem prejuízos aos trabalhadores, não está restrita ao Brasil. Em muitos países, a classe trabalhadora está tomando as ruas em defesa de seus direitos.

No Chile, o sistema previdenciário privado implantado em 1981, durante a ditadura de Augusto Pinochet, e que tem inspirado os apoiadores do golpe no Brasil, se transformou em um verdadeiro pesadelo para a população.

Após 30 anos de lançado e com mais de 70 trilhões de pesos arrecadados (R$ 350 bilhões), o sistema privatizado de previdência entrega hoje, para a maioria dos clientes, pensões inferiores ao valor do salário mínimo chileno.

Segundo números do Banco Central, mais de 60% dos usuários já aposentados recebem menos de 120 mil pesos (dois terços de um salário mínimo, e equivalente a R$ 600).

O salário médio dos usuários do sistema é de 575 mil pesos (quase R$ 3 mil). A título de comparação, em janeiro de 2014, o valor médio da aposentadoria no Brasil era de R$ 927.

A quantia corresponde a 128% do salário mínimo brasileiro à época, de R$ 724.
No modelo privado de pensões em vigor no Chile, baseado na capitalização individual, não há aportes dos empregadores nem do Estado, a não ser no caso de pensões mais baixas.

Tampouco existe um sistema de solidariedade formal por parte dos trabalhadores ativos para com a população mais velha que vai se aposentando.

A situação está tão complicada no país vizinho, que no momento de se aposentar, o dinheiro que os trabalhadores recebem é muito reduzido e mal dá para viver, sendo inferior ao salário mínimo.

Temer quer privatizar a previdência

“O mesmo que aconteceu no Chile é o que o governo ilegítimo de Temer quer fazer no Brasil. Privatizar a previdência, entregar a nossa aposentadoria para os bancos, já que pelo Estado o trabalhador vai morrer antes de se aposentar. Contudo, só restarão os planos privados de aposentadoria oferecidos pelo sistema financeiro, que já está ganhando e muito, com a busca maior pela população neste momento de tantas incertezas ”, ressalta o presidente da Contraf-CUT Roberto von der Osten.

Uma minirreforma foi feita em 2008, pela presidente Michele Bachelet, na tentativa de diminuir os estragos, mas sem reverter o sistema privado. Foram concedidos um benefício mínimo de 75 mil pesos, o equivalente a R$ 380, à grande porcentagem da população que, devido ao desemprego, ficou à mercê do sistema.

Mas os chilenos estão se mobilizando contra o sistema de aposentadoria, várias manifestações foram registradas e o tema está entre os principais debates da campanha presidencial no Chile, neste ano.

 

Fonte: Bancários PA, com informações da Contraf-CUT, Opera mundi, GGN e EL País.

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