Bradesco demite, Sindicato resiste e cobra explicações

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Véspera de final de ano, a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras está organizando a agenda de confraternizações, fazendo a lista de presentes e dos itens da ceia de Natal, e o que fazer com a segunda parcela do 13º salário. O que nenhum pai ou mãe de família espera nesse período é a demissão, mas foi assim que o último dia de novembro terminou para dois gerentes, geral e administrativo, ambos do Bradesco, em Belém.

“As duas demissões recentes são arbitrárias, a maioria das outras sem justa causa. Dos casos mais recentes um estava aposentado e outro em tratamento psiquiátrico por conta de tanta pressão no trabalho. O banco simplesmente ignorou toda a história desses trabalhadores e os demitiu. Junto com a demissão vai embora plano de saúde, tíquete alimentação e principalmente sonhos e planos construídos com base na renda financeira. Sugerimos aos colegas ingressar com ação na justiça para reparar danos e caso eles aceitem, não medimos esforços para conseguir até uma possível reintegração”, destaca o presidente do Sindicato, Gilmar Santos.

De janeiro até agora, o Sindicato já registrou mais de 60 demissões, uma média de 5 por mês nas agências do Bradesco em todo o Pará. Só para essa semana, mais 4 homologações estão agendadas. O estado é o que mais demite na Região Norte.

“Os números são reflexos da ‘reforma’ Trabalhista e da terceirização já aprovadas. Mesmo o cenário não sendo favorável, não desistimos da luta pela manutenção dos empregos e de mais conquistas para a classe trabalhadora através dos nossos instrumentos de luta políticos e jurídicos”, explica a dirigente sindical e bancária do Bradesco, Heládia Carvalho.

Na manhã desta segunda-feira (3), a diretoria do Sindicato retardou a abertura da superintendência regional do Bradesco em Belém, como forma de pressionar a direção do banco a receber os dirigentes em uma reunião para discutir o assunto.

“Mandamos ofícios e nenhuma resposta, hoje fomos para a porta da unidade protestar, bem como chamar a atenção e pedir o apoio e compreensão dos clientes e usuários que também são prejudicados com essas demissões, já que o número de bancários e bancárias que ficam é cada vez menor e impacta diretamente no atendimento prestado à população”, conta a diretora do Sindicato e bancária do banco, Eliana Lima.

A aposentada Joana Souza, cliente há anos da mesma agência, entende na prática o que é esse impacto. “Nem sempre a unidade abre às 10h como deveria, e esse atraso, atrasa também os outros compromissos que tenho, como eu sou prioridade, lá dentro até que o atendimento não demora tanto”, avalia.

A manifestação fez a diretoria do Bradesco remarcar agendas para receber dirigentes sindicais. Na reunião, o banco informou que apesar das demissões tem contratado, de forma gradativa, 170 novos bancários e bancárias, mas sem dar detalhes.

Além das demissões, a insegurança bancária foi pautada. “Nas unidades do interior, a maioria não dispõe de um dispositivo de segurança fundamental que é a porta giratória, item que é obrigatório e imprescindível na capital. A falta desse dispositivo facilita os assaltos”, relata a vice-presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira.

O Bradesco pediu que o Sindicato informe 10 unidades que não têm a porta giratória com detector de metais através de ofício. Outro documento também será encaminhado pela entidade sindical ao setor de RH do banco para ter mais detalhes sobre as demissões.

Os dirigentes sindicais também pediram que a reforma da unidade onde foi o protesto de hoje seja feita fora do expediente bancário, a limpeza seja garantida antes da abertura da agência, fios expostos fiquem isolados e com sinalização de cuidado para que bancários, clientes e usuários possam estar num local salubre e seguro.

 

Fonte: Bancários PA

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