Categoria de luto pela morte do bancário do Bradesco em Trairão

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É com pesar que o Sindicato dos Bancários do Pará informa o falecimento do bancário do Posto de Atendimento Avançado (PAA) do Bradesco em Trairão, sudoeste do Pará, Rodrigo Lima Coutinho. O jovem bancário de 28 anos foi baleado durante uma tentativa de assalto a unidade na última sexta-feira (10). No mesmo dia, o bancário foi transferido para o Hospital Regional de Santarém e depois para uma unidade municipal, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no sábado (11). Natural de Santarém, o jovem deixou esposa e filha.

“Estivemos no velório do bancário e a tristeza dos pais e familiares era grande. Rodrigo era bancário há quase 3 anos, tempo que morou na cidade de Trairão onde era muito querido por clientes e usuários. O dia do crime era dia de pagamento dos funcionários da prefeitura o que atraiu os criminosos. Rodrigo era o único bancário da unidade que não dispõe de nenhum tipo de segurança”, destaca o diretor do Sindicato na região Oeste, Joacy Belém.Bradesco em Trairão

A falta de segurança nos postos do Bradesco em todo o Estado foi um dos temas da reunião que o Sindicato teve no início do mês quando a entidade voltou a cobrar a instalação da porta giratória com detector de metais nas agências e postos que ainda não dispõe desse mecanismo de segurança.

A unidade em Trairão pertence à gerência regional de Manaus, mesmo estando no Pará, já os bancários são ligados ao Sindicato dos Bancários do estado paraense. “E é pela segurança da categoria, clientes e usuários que cobramos todos os dias mais investimento na segurança dentro e fora das agências. Sabemos que não seria uma porta giratória que iria inibir esse assalto, mas esse mecanismo previne e estatísticas comprovam a redução de casos de assalto quando as portas giratórias passaram a ser obrigatórias”, ressalta a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim que juntamente com outros diretores e diretoras da entidade visitam durante essa semana várias agências bancárias na região Oeste.

Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), no fim dos anos 90, houve uma redução em 64,5% do número de assaltos de 2000 a 2006. Nesse período, as ocorrências policiais envolvendo os bancos caíram de 1,9 mil assaltos para 674 em 2006.

“Abrir uma unidade bancária sem vigilantes, sem circuito de segurança, sem porta giratória é uma irresponsabilidade total da instituição financeira e dos órgãos competentes que não impedem a abertura. Quando temos conhecimento, nós entramos em ação, acionamos os órgãos, reunimos com o banco, fechamos a unidade, enfim cobramos. No Bradesco, fizemos isso em Marituba e na Augusto Montenegro, mas infelizmente os lucros falam mais alto que a vida das pessoas e enquanto Sindicato essas são nossas armas”, afirma o diretor do Sindicato e membro do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Sandro Mattos.

De janeiro a julho desse ano, o Sindicato já contabilizou 27 assaltos consumados e 14 tentativas. No mesmo período do ano passado a entidade registrou 18 ataques efetivados e 12 tentativas.

Francivaldo, presente!Outro assalto com morte de bancário – Em dezembro de 2012, o bancário do Banco do Brasil de São Domingos do Capim, nordeste do Pará, Francivaldo Soares da Silva morreu afogado após criminosos jogarem a vítima, que não sabia nadar, no rio Capim. O bancário, de 21 anos, foi levado como refém na fuga dos bandidos que tentaram assaltar a agência. Francivaldo morava próximo ao banco e teria sido visto e reconhecido pelos assaltantes, por isso foi sequestrado pela quadrilha.Coletiva Sindicato dos Bancários e Sindicato dos Policiais Civis

Faltam policiais – Durante a fuga dos criminosos em Trairão, o carro da investigadora da Polícia Civil na cidade foi alvejado pela quadrilha. Ela se dirigia para a delegacia e não sabia que aqueles assaltantes fugiam de uma tentativa de assalto a banco. A policial não ficou ferida.

Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos da Polícia Civil do Pará (Sindpol), já na delegacia, o único funcionário da unidade no momento do assalto era um servidor da prefeitura cedido. “O próprio Estado é ausente para a realização de segurança pública. Com isso a criminalidade vem aumentando, principalmente no interior do Pará. Os próprios policiais estão reféns da criminalidade por falta de efetivo. O Sindpol junto ao Sindicato dos Bancários irão se unir para intensificar as cobranças ao governo do Pará em busca de uma tentativa de combate a essa onda de violência”, diz o diretor jurídico do Sindicato da Polícia Civil, Pablo Farah.

“Mais uma vez foi confirmado o que denunciamos diariamente. Não existe investimento em segurança pública em nosso Estado nem para os bancários e nem para a população em geral. Aumentar o efetivo de policiais é outra ferramenta importante para tentar erradicar essa onda de violência”, reforça o dirigente de saúde do Sindicato dos Bancários, Gilmar Santos.

Manifestação pede paz em TrairãoPara cobrar mais segurança na cidade, os moradores de Trairão fizeram uma passeata pacífica pedindo paz. Com faixas, cartazes e carro som, a população desabafou a sensação de insegurança e abandono que tomou do Pará.

 

Fonte: Bancários PA

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