Circuito Bancário: Em Belém, mais de 400 competidores vão ao Parque do Utinga

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Das fábricas para os pódios. Há 10 anos, o primeiro lugar geral masculino da Etapa Belém do 1º Circuito Bancário de Corrida de Rua, Noel Alves, largou a profissão de operador de máquina para ser corredor de rua profissional. “A primeira vez que corri foi em uma competição promovida pela empresa onde eu trabalhava em busca da nossa qualidade de vida. Gostei, e de lá pra cá não parei mais. Hoje a corrida é minha profissão. Hoje amo o que faço, é muito bom a gente trabalhar com o que gosta”, conta.

No dia anterior ao do maior evento esportivo da categoria bancária, sábado (18), Noel também foi primeiro lugar noutra corrida em Marapanim, nordeste paraense. Os resultados são frutos de muita dedicação e treinos, segundo o atleta, são 120 km por dia de corrida.

Superação

Quem também descobriu o amor pela corrida, por um acaso, foi o primeiro lugar geral feminino, Mara Rogéria, que veio de Castanhal, também no nordeste do estado, garantir o lugar mais alto no pódio. “A primeira vez que participei de uma corrida era de 6 quilômetros o percurso, larguei disparada, na frente de todo mundo, mas nos 100 metros parei e desisti. Mas me disseram que eu tinha jeito para esse tipo de esporte e me dediquei”, lembra.

A chegada de Mara e a entrevista com ela foi em meio à dor e lágrimas, pois antes da corrida ela sofreu um acidente doméstico e se cortou próximo ao tornozelo. “Estava me depilando quando meu filho de 2 anos me chamou e quando virei para olhar pra ele me cortei”, explica enquanto recebia atendimento médico.

Determinação

Alguns minutos depois quem cruza a linha de chegada é o usuário de cadeira de rodas de 51 anos, Ivaldo Santos, primeiro lugar da categoria cadeirante. O aposentado ficou paraplégico após ser vítima de uma bala perdida quando voltava para casa ao sair da igreja, no bairro do Umarizal, em Belém.

Foi durante as sessões de fisioterapia que ele encontrou no esporte outra forma de se recuperar. “Comecei no basquete e fiquei por 6 anos, até me dedicar a corrida que, por incrível que pareça, cansa bem menos que o basquete. Hoje a corrida é sinônimo de vida pra mim”, afirma ao lado da maior torcida que sempre o acompanha, a esposa e a filha.

Assim como para o seu Ivaldo, a corrida representa vida, para a bancária do Itaú em São Brás, Lenilse Nascimento, a corrida foi a cura de uma depressão. Quem a vê pessoalmente custa a acreditar que ela tem 51 anos, categoria onde conquistou o primeiro lugar geral. “É onde busco forças”, define a bancária que já corre há 5 anos e não perde uma competição de rua da categoria dela.

A história de superação de Lenilse se assemelha com a do colega de profissão que talvez ela nem conheça, o bancário do Banpará, Flávio Tavernard, que diferente dela, participa pela primeira vez do evento.

Antes, com 80 kg aos 67 anos, só trazia a esposa, que não é bancária, para correr. Hoje, com menos 15 kg, passou de telespectador para corredor oficial. “Comecei a correr em novembro do ano passado por incentivo da minha esposa e hoje a corrida é sinônimo de bem estar, até a insônia que sofria melhorou depois que comece a correr”, exemplifica.

Promoção de qualidade de vida

Poder proporcionar experiências de vida a tantos atletas profissionais e amadores é um dos maiores objetivos de todas as etapas do 1º Circuito Bancário de Corrida de Rua. “Nossa categoria é uma das mais adoecidas em decorrência do próprio trabalho. Segundo o Comando Nacional que representa a categoria na Campanha Nacional, o setor bancário é o que mais gera gastos ao INSS. Lutamos para reverter esse cenário nas mesas de negociação e fora delas com a realização de vários eventos esportivos como esse, que reúne famílias, amigos no que podemos chamar também de confraternização em alusão ao Dia do Bancário celebrado no próximo dia 28”, destaca o presidente do Sindicato dos Bancários, Gilmar Santos.

E por falar em família, a esteticista, Cristiane Lima, grávida de 7 meses, veio com toda a família de São Luís, no Maranhão, só para participar do evento. Por orientação médica ela trocou a corrida pela caminhada quando completou os 7 meses. Já o esposo dela, o comerciante Antonio Carlos Junior, ia fazer o percurso maior, mas de olho na esposa e no segundo filho do casal que iam caminhar.

Esporte e meio ambiente

Esse ano, a tradicional Corrida e Caminhada Bancária saiu das ruas de Belém e foi para um espaço fechado em meio à natureza, o Parque Estadual do Utinga. “Fizemos essa escolha para proporcionarmos mais conforto e segurança aos nossos mais de 400 inscritos. Nosso muito obrigado a todos que vieram e aos nossos patrocinadores (Banco da Amazônia, Bradesco, Fenae, Cooperforte e Mary Cohen Advocacia Trabalhista e Sindical) e colaboradores que sonharam com a gente na construção e realização desse

evento”, conta o diretor de esportes do Sindicato, José Marcos Araújo.

O bancário do Banco da Amazônia, Márcio Alexandre aprovou o novo endereço do evento. “Foi a melhor corrida de todas que o Sindicato já promoveu. Todos os meus colegas de grupo de corrida de rua gostaram e olha que a maioria não queria participar por conta de deficiências quanto à segurança e material na edição passada e que esse ano foram bem superadas”, comenta.

Confira nossa galeria de imagens do evento

Clique aqui para saber o resultado dos entrevistados acima e demais competidores

Leia também: 1º Circuito Bancário de Corrida de Rua: Inscrições abertas para as Etapas Santarém e Soure

 

 

Fonte: Bancários PA

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