CN 2015: Bancários param 332 agências no 2º dia de greve no Pará

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O silêncio dos banqueiros continua e nenhuma nova proposta foi apresentada até agora. Em contrapartida, aumentou o número de adesões à greve dos bancários e bancárias em todo o Pará nessa quarta-feira (7), segundo dia do movimento paredista nacional. No balanço de greve de hoje, 332 unidades bancárias estão em paralisação por tempo indeterminado no estado. Ontem, no primeiro dia, a greve atingiu 275 agências no Pará. Nacionalmente já são mais de 6 mil agências em greve (leia aqui).

>> Veja aqui o mapa da greve no Pará

“Reajuste que não cobre nem a inflação é impossível de aceitar e a cada dia que passa mais bancários e bancárias têm consciência da ganância dos banqueiros e decide cruzar os braços e fortalecer a greve da categoria. Temos que convencer mais colegas, dialogar com eles e trazê-los para o movimento com a gente, afinal as nossas reivindicações são justas e verdadeiras, que representam um coletivo e não só uma pessoa. Nós estamos aqui para organizar, dar o suporte e estrutura necessários, mas quem faz a greve é você bancário”, destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários, Rosalina Amorim.

A última proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) foi no dia 25 de setembro, em São Paulo. A Fenaban ofereceu reajuste de 5,5% no salário, também na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e nos auxílios refeição, alimentação, creche e abono de R$ 2.500,00. O reajuste está abaixo da inflação, que ficou em 9,88%, em agosto deste ano. No dia 1º de outubro, a mesma proposta foi rejeitada, por unanimidade, pela categoria no Pará.

“Infelizmente ainda temos colegas que insistem em ir contra a própria categoria e furam a greve. Alguns desses colegas são os mesmo que pelos corredores da vida reclamam das metas, do assédio moral, das horas extras não pagas, mas quando chega a hora de mudar para melhor tudo isso, eles preferem ficar na mesma. Quem faz a greve são os bancários, nós enquanto dirigentes sindicais vamos para a mesa representar a categoria, nós diariamente lutamos por melhores condições de trabalho, mas agora o nós tem que ser todos e todas juntos pelo mesmo objetivo, até que consigamos uma proposta decente”, avalia o diretor de saúde do Sindicato, Gilmar Santos.

“A nossa greve não se resume a lutar por melhores salários, ela é também por mais contratações, por melhores condições de trabalho, por mais segurança nas agências, por mais saúde e qualidade de vida para a nossa categoria. E isso a gente só vai conquistar se a categoria se convencer de que é preciso fortalecer a greve, pois somente com a nossa luta é que poderemos ter vitórias para comemorar ao final dessa Campanha Nacional. Por isso, conclamamos os bancários e bancárias a fortalecer a nossa greve em todo Pará”, convoca a diretora de comunicação do Sindicato, Tatiana Oliveira.

“Enquanto os banqueiros nos oferecem uma proposta indecente de 5,5% de reajuste, o que não repõe nem a inflação, ou seja, uma proposta de perda salarial de 4% em nossos salários; eles anunciam um reajuste de 81% no salário dos executivos de alto escalão da diretoria dos bancos. Isso é uma afronta a nossa categoria e deve servir para motivar os bancários e bancárias a fortalecer a greve, pois somente assim poderemos lutar por melhores salários e melhores condições de trabalho”, complementa o diretor de bancos públicos do Sindicato, Heider Alberto.

Assembleia organizativa – Na próxima quinta-feira (8), às 17 horas, na sede do Sindicato em Belém, haverá assembleia de avaliação e organização do movimento. Reuniões semelhantes ocorrerão nas subsedes de Santarém e Marabá. Convocamos toda a categoria em greve a participar e fortalecer ainda mais o movimento.

Sua agência parou? Mande fotos do movimento – Ajude a construir nosso mural da greve pelo Estado enviando fotos do movimento em sua agência para comunicacao@bancariospa.org.br. Não se esqueça de informar também o município.

Sua agência não parou e você está sendo coagido? – Denuncie ao Sindicato pelo mesmo e-mail informado acima ou entre em contato com o setor jurídico da entidade no (91) 3344-7769. Em todos os casos, o sigilo do trabalhador é garantido.

Principais reivindicações da categoria:

>>Reajuste salarial de 16% (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real);

>>PLR: 3 salários mais R$7.246,82;

>>Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último);

>>Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional);

>>Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários;

>>Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas;

>>Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários;

>>Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós;

>>Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários;

>>Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Fonte: Bancários PA

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