CN2016: Dia de negociação em SP, dia de intensificar a mobilização por uma proposta decente

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Quase 400 agências fechadas. Essa é a resposta dos bancários e bancárias em greve, há 8 dias, à última proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) que não repõe sequer a inflação calculada em 9,62%.

“Dia após dia a adesão da categoria é maior e toda essa nossa mobilização em cada canto do país conta muito nas rodadas de negociação, tanto geral quanto específica. Sem reposição de inflação e aumento real a greve continua por tempo indeterminado. O setor bancário, com crise ou sem crise, nunca deixou de lucrar e, portanto não existe desculpa para não atender às nossas reivindicações. Em contrapartida, seguem demitindo e dizendo não à nossa pauta. Queremos conquistas e avanços. Não ao retrocesso!”, afirma o diretor do Sindicato e empregado do BB, Gilmar Santos, que está em SP para a mesa de hoje com a Fenaban.

Segundo a provedora de informações financeiras Economatica, o lucro dos bancos segue como o mais alto do país: R$ 29,7 bilhões somando somente o resultado dos cinco maiores (Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa). Mesmo assim, nesse período fecharam juntos 13.606 postos de trabalho.

No Edifício Sede da Caixa em São Brás, trabalhadores e trabalhadoras em greve deixaram um recado nos principais acessos ao prédio para aqueles que não fortalecem o movimento paredista.

“Bater o ponto e ir trabalhar normalmente, como se a greve não estivesse acontecendo, é o mesmo que dizer que está tudo bem diante de tantos retrocessos que já estão em curso e nos ameaçam, como o fim da incorporação de função, o fim da função de caixa e o fim das contratações. Não adianta reclamar o ano todo se quando chega a hora de lutar o mesmo colega fica do lado do banqueiro. A greve é um direito legítimo de toda a classe trabalhadora, ela é a única ferramenta que temos para conseguirmos melhores salários e condições de trabalho quando não se chega a um acordo nas mesas de negociação”, explica o diretor do Sindicato e empregado da Caixa, Heider Alberto.

Em frente à matriz do Banco da Amazônia em Belém, os grevistas, com um carro-som, também levavam os mesmos esclarecimentos ao funcionalismo do banco.

“De todos os funcionalismos de bancos públicos, somos o que têm a pior remuneração. E se de fato queremos reverter esse quadro temos que mostrar isso com atitudes e não com lamentações pelos corredores no local de trabalho. Nossa greve está forte, acontece ao mesmo em todo o país, por isso não há o que temer; pelo contrário, devemos fortalecer a luta, entrar no movimento, comparecer aos atos e mobilizações e nos unirmos”, convoca o diretor da Fetec-CUT/CN e empregado do Banco da Amazônia, Ronaldo Fernandes.

No Banpará da Avenida Presidente Vargas a greve também ganha força e a #SoALutaTeGarante tem viralizado não só nas redes sociais, mas também entre os bancários e bancárias das regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Oeste do Pará que é exemplo de luta em todas as greves da categoria.
Principais reivindicações dos bancários:

Reajuste salarial: reposição da inflação (9,62%) mais 5% de aumento real;

PLR: 3 salários mais R$8.317,90;

Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último);

Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo);

Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês;

13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês;

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários;

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas;

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários;

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós;

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários;

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Fonte: Bancários PA

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