Curso une delegados e dirigentes sindicais contra a Reforma da Previdência e Trabalhista

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A melhor forma de argumentar e lutar contra as reformas da Previdência e Trabalhista é primeiramente entender de que forma cada uma delas vai afetar a vida da classe trabalhadora. Por esse motivo, o Sindicato dos Bancários dedicou a última segunda-feira (13) para definir estratégias de luta junto com os delegados e delegadas sindicais de todo o Pará, que assim como os dirigentes sindicais, representam a entidade no local de trabalho.

“O objetivo desse dia é oferecer a vocês informações para que todos e todas possam refletir sobre o assunto e levar esse debate para a base. O momento pelo qual passamos é delicado e a categoria, assim como toda a classe trabalhadora, precisa estar unida e munida de informações para barrar essas reformas, ou então correremos um grande risco de perdemos nossas conquistas de anos de luta e mobilização”, destaca a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.

A primeira parte do curso, pela manhã, foi de análise de conjuntura do cenário econômico atual apresentado pelo economista do Dieese-PA, Roberto Sena, que de uma forma bastante dinâmica trouxe a realidade financeira da classe trabalhadora que não vemos na grande mídia.

“Ouvimos quase que diariamente nos jornais de TV, rádio e impresso sobre a queda da inflação, de fato ela está caindo, mas não pense que isso é sinônimo de um bom momento para a economia, pois não é. A inflação está em queda, porque ninguém está comprando, porque o desemprego está em alta, logo a população não tem dinheiro e não se endivida, mas isso a gente não vê nesses mesmos noticiários”, explica o economista.

Dentro desse cenário de desemprego, a categoria bancária faz parte. Em 2016 foram 20.235 admissões contra 40.788 desligamentos, um saldo negativo de menos 20.553 postos de trabalho em todo o país, segundo levantamento do Departamento Intersindical.

Além do desemprego, os bancários e bancárias admitidos no ano passado entraram para o mercado de trabalho ganhando cerca de 54% menos dos que foram desligados. A metade dos desligamentos foi por demissão sem justa causa, seguido dos pedidos de desligamento que foram de 42%, em virtude dos Planos de Demissão Voluntária, de Aposentadoria Incentivada.

Os reajustes salariais da classe trabalhadora também apresentaram queda ao longo do ano. Se em 2012, os ganhos reais foram de 93,9%; em 2015 não chegaram sequer aos 60%, e o cenário para 2017 não está nada favorável.

“Por mais que a inflação esteja caindo, isso não significa que as negociações serão melhores, portanto a classe trabalhadora tem que se mobilizar e reagir de forma organizada, junto com os seus sindicatos representativos, contra todas essas ameaças de retrocesso que estão em curso no nosso país”, ressalta Roberto Sena.

Vale lembrar que a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria bancária, fechado ano passado, é bianual, e para esse ano, bancários e bancárias já têm garantido 1% de ganho real, além da reposição da inflação.

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Fonte: Bancários PA

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