É pela vida das mulheres: Celebrações e mobilizações marcam a semana do #8M em Marabá

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Mulheres, bancárias e sindicalizadas. Esse foi o público feminino que depois do trabalho se encontrou para dançar, comer, beber e celebrar o 8 de março em Marabá, sudeste paraense, na última sexta-feira (10).

“Foi tudo pensado com delicadeza, e feito por mulheres, desde a organização e programação que contou com a linda e potente voz de Ayla Marques, a decoração e o serviço de bar, que pedimos à nossa parceira AABB aqui em Marabá, que fosse exclusivamente mulheres para servir. Sabemos que a data é política e tivemos esse momento também tanto antes do show como ao longo da semana, mas isso não inviabiliza que possamos celebrar tudo que já conquistamos até aqui, resultado de luta de outras mulheres que vieram antes de nós”, destaca a diretora do Sindicato na região, Heidiany Moreno.

O #8M dançante não só agradou, como rendeu elogios, muitas fotos e posts nas redes sociais. “Agradecemos ter proporcionado uma noite de muita alegria, tudo feito com muito bom gosto e carinho, lugar, música, decoração, noite mais que agradável”, comentou a bancária do Banpará em Marabá, Margareth Formentini, na rede social pessoal.

Mas antes da festa teve ato político contra a violência obstétrica no dia 8

2 mortes em fevereiro, 4 em janeiro num curto período de 5 dias. 6 mães em luto e um grupo de mulheres, coletivo Articulação Feminista de Marabá, em luta contra a violência obstétrica na única maternidade pública do Sul e Sudeste do Pará, o Hospital Materno Infantil de Marabá.

De acordo com dados levantados pelo coletivo junto ao Sistema Integrado do Ministério Público, de 2019 a 2022, foram 48 denúncias registradas junto à promotoria de Marabá.

Segundo a pesquisa a violência se dá desde maus tratos na recepção das parturientes ou mulheres que buscam atendimento no hospital até lesões corporais e óbitos de mães e bebês recém-nascidos.

“É lamentável que ao passar um ano, continuam as ocorrências de mortes de mães e bebês no Materno Infantil… São anos de denúncias e a realidade permanece a mesma. Impunidade é um dos principais motores da continuidade da violência obstétrica em Marabá”, diz o novo ofício entregue em mãos após audiência com a promotoria no município. A representante do MP disse que vai encaminhar o documento para investigação.

No mesmo ofício, a Articulação Feminista pede ainda “medidas de apoio às vítimas, que têm assumido sozinhas as consequências socioeconômicas e na saúde, inclusive as anteriores ao ano de 2021”.

Há esperança: projeto de lei contra violência é apresentado na Alepa

Enquanto o coletivo de mulheres saía às ruas, de Marabá, em protesto contra a violência obstétrica; em Belém, um dia antes (7), durante Sessão Ordinária, a deputada estadual Maria do Carmo (PT) apresentou um projeto que previne a violência obstétrica e de proteção às mulheres no momento do parto.

“Receber essa notícia nos traz um sinal de esperança. Lembro que no passado tive uma conversa informal com a deputada que se comprometeu em transformar nossa demanda em projeto de lei e assim cumpriu no mês totalmente dedicado às nossas lutas e conquistas. Agora é seguir com nossas mobilizações para que o projeto vire lei”, afirma Heidiany Moreno.

 

Fonte: Bancários PA

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